Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

23 julho 2012

MARCOS VALÉRIO E ROBERTO JEFERSON OS HOMENS BOMBAS

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/08/01/uma-viagem-pelo-escandalo-do-mensalao-458123.asp

Falta alguém no banco dos réus do mensalão

Marcos Valério, um dos cérebros do mensalão, voltou a ameaçar Lula, segundo a VEJA desta semana.
Em pânico com a possibilidade de vir a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, que começará a julgar no próximo dia dois os 38 réus do mensalão, Valério se disse disposto a contar que esteve com Lula várias vezes, o que Lula sempre negou.
Foi Paulo Okamoto, uma espécie de diligente tesoureiro informal da família Lula, que de novo dobrou Valério. Naturalmente, Okamoto nega que Valério tenha feito qualquer ameaça a Lula. Ou dito que antes do estouro do escândalo do mensalão estivera com ele na Granja do Torto, uma das residências oficiais do presidente da República.
"[Valério] queria me encontrar porque às vezes quer saber das coisas. Em geral, ele quer saber como está a política, preocupado com algumas coisas", justificou Okamoto. Foi claro? Adiante.


Coube também ao advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, outra peça importante da engrenagem do PT, agir para sossegar o espírito atribulado de Valério.
Ponham-se no lugar do ex-publicitário mineiro. Era rico, riquíssimo antes de se meter com o PT de Delúbio Soares, Genoino e José Dirceu. Tinha duas agências de propaganda. E inventara uma forma de lavar dinheiro por meio de bancos para engordar o caixa 2 de políticos às vésperas de eleições. Eduardo Azeredo, do PSDB, foi um deles.
Procurado para fazer pelo PT o que fizera por Azeredo, imaginou ter tirado a sorte grande.O governo Lula estava nos seus meses iniciais. E a turma à frente do partido em busca do tempo perdido.
De repente, todas as portas se abriram para Valério. E ele passou a "fartar os olhos" admirando o dinheiro que entupia as suas burras.
Teria dado certo - não fosse o tresloucado gesto de Roberto Jefferson, presidente do PTB, que por pouco não pôs o governo a pique.
Em um sábado de junho de 2005, depois de tomar uns goles a mais na Granja do Torto, Lula falou em renunciar ao mandato. Ficara sabendo que Valério admitira envolvê-lo no escândalo.
José Dirceu, então chefe da Casa Civil da presidência da República, foi chamado às pressas em São Paulo. Escalado para dar um jeito em Valério, deu sem fazer barulho.
Naquele dia postei em meu blog que Lula falara em renúncia - embora eu não soubesse por que. Nunca recebi tantos desmentidos de porta-vozes e amigos do governo.
Ainda no segundo semestre de 2006, Valério voltou a atacar. Procurou um político de forte prestígio junto a Lula. Queixou-se de estar quebrado. Acumulava dívidas sem poder honrá-las. Seus bens haviam sido bloqueados. Caso não fosse socorrido, daria um tiro na cabeça ou faria com a Justiça um acordo de delação premiada.
O político pediu uma audiência a Lula. Recebido no gabinete presidencial do terceiro andar do Palácio do Planalto, o político reproduziu para Lula o que ouvira de Valério.
Em silêncio, Lula virou-se para uma das janelas do gabinete que lhe permitia observar parte do intenso movimento nas vizinhanças do palácio.
Então perguntou ao visitante: "Você falou sobre isso com Okamoto?" O visitante respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Seria desnecessário.
O diligente Okamoto, aquele que pouco antes pagara do próprio bolso cerca de R$ 30 mil devidos por Lula ao PT, apascentou Valério.
Falta alguém em Nuremberg!
Quero dizer: falta alguém na denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República sobre a "organização criminosa" que tentou se apossar do aparelho do Estado.
Desviou-se dinheiro público - e não foi pouco. Pagou-se para que deputados votassem como queria o governo. Comprou-se o apoio de partidos.
Nada será capaz de reparar o mal produzido pelos que chegaram ao poder travestidos de legítimos hierarcas da decência - falsos hierarcas como se revelariam mais tarde.
Mas se a Justiça só enxergar inocentes entre eles, isso significará que também foram bem-sucedidos na tarefa de trucidar a esperança.
Fonte: Blog do Nablat.

2 comentários:

Anônimo disse...

Para a Presidente do CNJ, “A realidade que está retratada nos autos vai ser mostrada quando houver o julgamento. E é neste momento que o Supremo passa a ser julgado pela opinião pública”, declarou antes de fazer uma palestra no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Segundo Eliana Calmon, o julgamento previsto para 2 de agosto vem criando uma expectativa muito grande na opinião pública. “Não é que ele [STF] vai se pautar pela opinião pública, mas todo e qualquer poder, no regime democrático, também se nutre da confiabilidade daqueles a quem ele serve”, ressaltou.

Anônimo disse...

Comentário aqui publicado em 1.8.2005)

O que prova a nota postada aqui às 16:40 sob o título "Vale a pena ler de novo - O dia em que o PT comprou o PL de Valdemar Costa Neto", que transcreve parte de reportagem assinada por Bob Fernandes na revista Carta Capital de 30 de outubro de 2002?

* que Lula estava a poucos metros do quarto do apartamento do deputado Paulo Rocha (PT-PA) onde se trancaram Valdemar Costa Neto, presidente do PL, José Dirceu, presidente do PT e Delúbio Soares, tesoureiro do PT, para tentar chegar a um acordo que faria de José Alencar o vice de Lula;

* que Lula sabia que o acordo estava emperrado por que Valdemar queria dinheiro para financiar a campanha de candidatos do PL;

* que Lula aconselhou José Alencar a não se meter na discussão: "Essa é uma conversa entre partidos, se eles pedirem pra você, não dê nada." Não dê o quê? Dinheiro, é claro.

* que apesar do conselho de Lula, houve um momento em que José Alencar o deixou sozinho na sala e foi para o quarto onde Dirceu e Delúbio negociavam com Costa Neto;

* que ao saírem do quarto, Dirceu disse a Lula: "Tudo bem, toparam". E Delúbio acrescentou: "Fechou".

Lula soube, pois, que o apoio do PL à sua candidatura a presidente custou ao PT R$ 10 milhões.

Ele poderá dizer que jamais soube que o dinheiro prometido ao PL era dinheiro arrecadado ilegalmente por Delúbio. Mas quem acreditará nisso?

Dirceu poderá dar a mesma desculpa. Dali a dois meses ele se tornaria ministro e deixaria a presidência do PT. E nunca mais se lembraria de checar com Delúbio a origem do dinheiro prometido ao PL.

Mas quem acreditará nisso?

De resto, é ético fechar acordo com um partido em troca de dinheiro?

Foi o que fez o PT. Com o consentimento de Lula.