Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

28 fevereiro 2011


Grandes apagões viram rotina no Brasil


Só este ano, já foram registradas 14 grandes ocorrências; dos seis maiores blecautes registrados no mundo desde 1965, três foram no País

Renée Pereira, O Estado de S.Paulo

Dez anos depois de mergulhar no maior racionamento da história, o Brasil volta a conviver com problemas no setor elétrico.

Mas, desta vez, a crise não está na falta de energia, como ocorreu em 2001, mas na dificuldade de fazer o produto chegar até o consumidor final. Nos últimos meses, uma série de apagões e blecautes regionais causaram transtornos e prejuízos aos brasileiros.

Só neste ano, até o dia 22, foram 14 grandes ocorrências, conforme relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A maior delas deixou o Nordeste sem luz por até cinco horas. O incidente - ainda sem explicações precisas - garantiu ao Brasil o título de país com o maior número de blecautes de grandes proporções.

Das seis maiores ocorrências registradas no mundo desde 1965, três são do Brasil: em 1999 (97 milhões de pessoas), 2009 (60 milhões) e 2011 (53 milhões), segundo a consultoria PSR. O maior ocorreu na Indonésia, em 2005, atingindo 100 milhões de pessoas.

Além dos grandes apagões, que normalmente ocorrem por falhas no sistema de transmissão, a população também tem convivido com uma série de desligamentos na rede de distribuição, de responsabilidade das concessionárias.

Nesses casos, os cortes estão limitados às áreas de concessões das empresas, cidades ou bairros. As companhias alegam que a culpa é de São Pedro e que as redes não têm suportado as fortes chuvas.

Fonte: Blog do Noblat.

22 fevereiro 2011

Lula e ex-ministro são alvos de ação no MPF


O Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Previdência Social Amir Francisco Lando são acusados de improbidade administrativa por utilizar a máquina pública para realizar promoção pessoal e favorecer o Banco BMG, envolvido no esquema do mensalão .

O Ministério Público Federal no DF (MPF/DF) entrou na Justiça e pede o bloqueio dos bens dos acusados e o ressarcimento aos cofres públicos de cerca de R$ 9,5 milhões gastos indevidamente.

De acordo com o Ministério Público, o processo está em fase de intimação dos réus. Ele foi protocolado no último dia 31 de janeiro, na 13ª Vara Federal.

Entre outubro e dezembro de 2004, segundo apurações do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União (TCU), mais de 10,6 milhões de cartas de "conteúdo propagandístico" foram enviadas aos segurados do INSS com dinheiro público.

As cartas informavam sobre a possibilidade de obtenção de empréstimos consignados com taxas de juros reduzidas. No total, foram gastos cerca de R$ 9,5 milhões com a impressão e a postagem das cartas.

A ação, datada de 26 de janeiro, defende que não havia interesse público no envio das informações e a assinatura das correspondências diretamente pelo então presidente da República e pelo ex-ministro da Previdência foi realizada para promover as autoridades.

O Ministério Público também aponta o favorecimento do Banco BMG, única instituição particular apta a operar a nova modalidade de empréstimo naquela época.

As investigações mostraram que a única novidade na época do envio das cartas era o convênio recém firmado entre o banco e o INSS, pois a lei que permitia aos segurados efetuarem empréstimos consignados foi sancionada dez meses antes. Outro fato que chamou atenção foi a rapidez no processo de convênio entre o BMG e o INSS: durou apenas duas semanas, quando o comum é cerca de dois meses.

A investigação mostrou, ainda, que os custos de postagem das cartas também causaram prejuízo aos cofres públicos, uma vez que os valores pagos pelo INSS aos Correios foram mais altos do que os valores de mercado.

De acordo com o Ministério Público, se forem condenados pela Justiça, os acusados poderão, ainda, ter os direitos políticos suspensos; pagar multa; ficar proibidos de contratar ou receber benefícios do Poder Público; e perder a função pública ou aposentadoria, quando for o caso.

21 fevereiro 2011


José Serra: 'O falso rigor esconde a falta de rigor'


Trechos da entrevista concedida por José Serra a Sílvia Amorim e publicada, hoje, em O Globo

(...)

Qual a sua avaliação sobre a postura do governo Dilma nesse primeiro teste da presidente no Congresso?

Lamentável. Está à vista de todos: oferece cargos, loteia o governo, promove a troca de favores não republicanos em troca da submissão de parlamentares. O valor do mínimo está sendo usado para o governo evidenciar ao mercado um rigor fiscal que ele absolutamente não tem. O falso rigor esconde a falta de rigor. Por que não começam pelos cortes de cargos comissionados ou dos subsídios, como os que são entregues ao BNDES?

São uns 3% do PIB, R$ 110 bilhões. O governo está inflando despesas de maneira enganosa ou vai falir o país em um ano. Dou um exemplo: as despesas de custeio foram de R$ 282 bilhões em 2010. O orçamento deste ano diz que o governo vai gastar R$ 404 bilhões: um aumento de 43%. Os restos a pagar do governo Lula se elevam só neste ano a R$ 129 bilhões. Quer apostar como vão cancelar muitos dos projetos, depois de servirem como instrumento para atrair votos na campanha?

O senhor tem usado bastante o Twitter para criticar e cobrar ações do governo Dilma. O que destacaria deste início de governo?

O destaque é o estelionato eleitoral. Há quatro meses falavam em investir num monte de coisas, milhões de casas, milhões de creches, de quadras esportivas, de estradas, de ferrovias. A realidade é que está tudo parado, a herança maldita deixada por Lula é gigantesca em razão do descontrole dos gastos, dos maiores juros do mundo, da desindustrialização.

A montagem do governo foi um festival de barganhas e, antes de terminar o segundo mês, ainda tivemos o bloqueio a um salário mínimo melhor, o escândalo de Furnas e a não apuração dos escândalos da Casa Civil. Não é à toa que a presidente fala pouco e nunca de improviso. O atual governo optou por fingir que nada disso é com ele.

As suas recentes aparições em público têm sido interpretadas como uma demonstração de interesse pela presidência nacional do PSDB. O senhor está disposto a disputar o cargo?

Depois da eleição, eu me recolhi, tive e tenho um período de maior reflexão. Eu estou voltando aos poucos. Não tenho me movimentado nem aparecido tanto assim. Mas vou voltar a trabalhar e ao ativismo político. Não é emprego, não é cargo. Meu objetivo é debater o Brasil. Eu já fui presidente do PSDB entre 2003 e 2004. Em nenhum momento, a ninguém, expressei o desejo de voltar à presidência do partido. Não acho que seja uma questão tão importante agora. Há muita fofoca, diz-que-diz-que, presunções. Em todo caso, dentro do partido são muito poucos os que desejariam trazer 2014 para 2011. Além de surrealista, isso nos tiraria o foco, enfraqueceria a oposição.

Um de seus principais aliados, o senador Aloysio Nunes Ferreira já disse publicamente que "Serra deve estar presente na direção do partido". Isso não é um sinal de que há uma tentativa de viabilizá-lo?

Posso garantir que não há nenhum movimento. A afirmação do Aloysio deve ter sido feita em resposta a alguma pergunta específica e tirada de contexto. Mas me parece óbvia: por que o PSDB iria excluir de seu quadro dirigente uma pessoa que teve o voto de 44 milhões de brasileiros? Por que excluiria um de seus fundadores? Por que excluiria um quadro que já foi deputado, líder, senador, ministro duas vezes, prefeito da maior cidade e governador do estado mais populoso?

O senhor cogita criar um novo partido?

Isso é uma calúnia anônima, sem pé nem cabeça.

O seu nome também tem sido lembrado para a eleição de 2012 à Prefeitura de São Paulo. O senhor estuda essa possibilidade?

Já disse e repito: não vou disputar eleição em 2012. Quem está trabalhando com essa hipótese está perdendo tempo.

Em 2010, o senhor foi considerado o candidato natural do partido à Presidência da República. O senador Aécio Neves é o candidato natural do PSDB para 2014?

Não sei como aferir se uma candidatura é natural ou não. Quando só há um candidato, a candidatura não é natural, é única, como aconteceu com o Covas (Mário Covas) em 1989 e com o Fernando Henrique em 1994 e 1998. Em 2002, muita gente achava que eu era o candidato natural. No entanto, quando a eleição se aproximou, pelo menos dois qualificados companheiros também se apresentaram. O que eu acho é que 2014 ainda está muito longe, e há muitas variáveis ainda imprevisíveis. Seria perda de tempo ficar especulando sobre o assunto.

08 fevereiro 2011

Lula está com problema de memória", rebate Paulinho


Por Leila Suwwan, para O Globo

As centrais sindicais, que aguardavam uma nova rodada de negociação com o governo, reagiram ao revés duplo sofrido hoje. Primeiro, devolveram a acusação de "oportunismo" ao próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lembrando que ele e Dilma prometeram juntos, em plena campanha eleitoral, o aumento real do salário mínimo para 2011.

Surpresos com a decisão tomada na reunião de coordenação do governo de enviar a proposta de R$ 545, reafirmaram a disposição de brigar nas ruas e no Congresso por um aumento superior.

Em encontro das seis entidades hoje cedo, o grupo decidiu emitir um documento conjunto que indica o rompimento da presidente com os trabalhadores. O primeiro grande protesto, do setor metalúrgico, acontece amanhã em São Paulo.

A frustração dos sindicalistas ocorre devido ao que consideram ser intransigência dos ministros de Dilma - especialmente da área econômica - sobre o valor a ser aplicado, que contem apenas a correção inflacionária dos atuais R$ 510.

Eles pediam um reajuste para R$ 580, além da correção da tabela de Imposto de Renda e aumento nas aposentadorias. Porém, hoje mesmo decidiram aceitar um "adiantamento" do reajuste previsto para 2012 e sinalizam abertamente um acordo no patamar de R$ 560.

Os presidentes da CUT, Força, CTB, CGTB, UGT e Nova Central unificaram os discursos e devem afirmar em carta aberta que Dilma está rompendo com os oito anos de gestão Lula, em favor de interesses do setor financeiro.

- O Lula está com problema de memória. Quando Serra propôs o mínimo de R$ 600 e os 10% para os aposentados, ele e Dilma estiveram reunidos com os presidentes das centrais aqui na Força, antes do comício em São Miguel Paulista e afirmaram, juntos, que nos podíamos garantir para as nossas bases que teríamos aumento real neste ano - disse o deputado Paulo Pereira (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, citando o comício de 15 de outubro em que Lula acusou José Serra (PSDB-SP) de fazer demagogia com o salário mínimo.

- Ele ficou o tempo todo no palanque convencendo a mim e ao Artur (Henrique, presidente da CUT) que tudo seria acertado depois, não precisávamos fixar o valor naquele momento. Estamos apenas cobrando o que ele sugeriu. Mas agora a eleição acabou - completou Paulinho.

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