Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

26 janeiro 2011

Minha casa, teu subsídio

Por Elio Gaspari, em O Globo

Se há um novo estilo de governo em Brasília, na semana passada ele mostrou sua capacidade de dar pronta resposta a um problema. Os repórteres Edna Simão e Tiago Décimo revelaram que apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida, de um conjunto residencial de Feira de Santana, na Bahia, haviam sido negociados no mercado negro.

Além disso, cerca de 10% das famílias beneficiadas atrasavam o pagamento de suas prestações de pelo menos R$ 50. No dia seguinte, cumprindo determinação da doutora Dilma, os ministérios do Planejamento, das Cidades e a Caixa Econômica informaram que o governo retomará as unidades vendidas irregularmente e correrá atrás dos inadimplentes.

Falta botar os atravessadores para fora, se possível em cena pública. Um deles não passará por dificuldades, pois já mostrou que tem uma caminhonete Nissan Frontier, para a qual construiu um discreto abrigo.

O conjunto residencial de Feira de Santana foi o primeiro da safra do Minha Casa Minha Vida. Visitado duas vezes pelo presidente da República e exposto na campanha eleitoral de sua candidata, tem tudo para ser uma joia da coroa da política social petista. São imóveis de dois quartos e sala, subsidiados.

Se forem revendidos e se a inadimplência prevalecer, o programa naufragará nas mesmas águas do falecido Banco Nacional de Habitação, criado em 1964 e fechado em 1986, corroído pela inflação e pela demagogia, deixando para trás um rastro de escândalos.

Das 440 unidades de Feira de Santana, 50 já foram passadas adiante. Houve quem trocasse o imóvel por R$ 500, antes mesmo de receber as chaves. Quem vendeu ganhou um dinheirinho fácil, e quem comprou fez um excelente negócio, levando a preço de banana um apartamento que vale no mínimo R$ 15 mil.

A exposição pública do despejo dos espertalhões será um desestímulo à propagação do golpe. A expulsão dos atravessadores é uma medida de justiça social, pois preserva o Minha Casa, Minha Vida. Por enquanto, a revenda está na casa dos 15%. Se a Caixa e o governo federal ficarem apenas na conversa, até o fim do ano esse percentual dobra.

25 janeiro 2011

Libera Geral


Esse negócio de liberar maconha é engraçado. Ou melhor, o motivo, ou desculpa - cada um chama do jeito que quiser - é engraçado.

“... trabalhar pela legalização e regulamentação do uso da maconha como a melhor maneira de combater o tráfico de drogas e suas consequências."

"Vamos legalizar a maconha para combater o tráfico, ... por ser a droga de uso amplamente majoritário no mundo (90% do consumo mundial de drogas)".

Ah, tá! deixa ver se entendi: liberado ou legalizado, qualquer coisa serve, o uso da maconha acaba com o tráfico de drogas.

Mas, peraí. É tráfico de drogas ou tráfico de droga?

Se for tráfico de droga, tudo certo. Vamos legalizar que o tráfico acaba. Agora, se for tráfico de drogas (plural), a coisa não vai adiantar muito.

Além do mais, como já disse em outras ocasiões, esse povo, ex-presidentes e mais uns e outros, precisa passar cinco minutos na esquina batendo papo para saber como a banda toca.

A grana do tráfico não vem da maconha há muito, mas há muito tempo. A última geração que fuma maconha é a minha. Daí pra frente a maconha saiu de moda.

As gerações seguintes pegaram pesado na heroína - sexo, drogas e rock and roll. Jimmy Hendrix morreu afogado no próprio vômito por overdose de heroína. Janis Joplin morreu de overdose de heroína. Mas também para fazer o que ela fazia com a voz só tomando nos canos mesmo.

Depois veio a cocaína injetada também nos canos (nas veias) - o LSD, e coisas do gênero, eram para os doidões profissionais, aqueles que tomavam ácido para experiências, digamos, caleidoscópicas. O haxixe era a maconha dos riquinhos. O óleo de haxixe, que é a forma mais potente da droga, era um luxo.

Depois, com a AIDS a moda passou a ser cheirar cocaína (nada de chamar cocaína de coca, por favor, é um sacrilégio com o liquido mais precioso já inventado pelo homem). E agora estamos no crack que nada mais é que a borra que sobra no refino da cocaína.

Alguém conhece alguma maconhalândia, algum maconhódromo, ou coisa que o valha? Não. Não conhece - maconha, como já disse, é coisa da minha geração, ou seja, coisa de velho. Os que eu conheço que fumam maconha estão prá lá dos 50 e fumam em casa, na janela, depois do jantar, para relaxar - tem gente que toma vinho do porto, outros fumam sua maconha.

Agora, cracolândia todo mundo conhece, né? Tem uma em cada bairro, pelo menos no Rio de Janeiro, em São Paulo e nas grandes cidades do mundo.

Vamos combinar o seguinte. A grana que sustenta o tráfico não vem da maconha. A grana vem das drogas.
Fonte: Blog do Noblat

11 janeiro 2011

FUNCIONALISMO FEDERAL

Quase 3 mil são punidos

Controladoria-Geral da União informa que nos oito anos do governo Lula 2.969 servidores públicos foram afastados da administração por práticas ilegais como obtenção de vantagens
Por Antonio Temóteo, para o jornal Estado de Minas


Brasília – Pesquisa divulgada ontem pela Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que, durante os oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, 2.969 servidores do Poder Executivo foram demitidos por “envolvimento em práticas ilícitas”. Só no ano passado, 521 agentes públicos foram expulsos do funcionalismo, crescimento de 18,9% em relação a 2009. O levantamento também aponta que os ministérios da Previdência Social (746), Educação (493), Justiça (384), Fazenda (349) e Saúde (327) são os campeões em irregularidades e representam 77,43% dos desligamentos.

Em 2010, 433 servidores foram demitidos – 35 tiveram a aposentaria cassada e 53 perderam cargo comissionado. Do total de punições, 1.579 foram aplicadas por uso do cargo para obtenção de vantagem própria, 933 por improbidade administrativa e 441 por abandono de cargo. Também foram registradas 285 penas por recebimento de propina, 256 por negligência e 1.222 por outros fatores. O estudo indica que, de 2007 ao ano passado, Rio de Janeiro (297), Distrito Federal (215) e São Paulo (155) foram os principais focos de fraudes.

Segundo o secretário-executivo da CGU, Luiz Navarro, a pesquisa traduz em números o combate às irregularidades na administração pública federal. “Atribuímos o aumento no número de casos identificados ao fato de a CGU ter qualificado cerca de 8 mil servidores nas controladorias dos ministérios para identificar os atos ilícitos. Esperamos que a quantidade de irregularidades diminua. O investimento nos quadros das controladorias deve continuar, mas sempre acompanhado pela qualificação dos gestores, os responsáveis pelas atividades dos ministérios”, comentou.

Na opinião de Luiz Navarro, a aprovação de dois projetos de lei que estão no Congresso contribuiriam para os trabalhos da CGU. “O PL que regulamenta o acesso a informação para todos é essencial para que os níveis de transparência aumentem. O outro PL é de responsabilização da pessoa júridica por atos de corrupção. Não só o gestor deve ser punido. As empresas também deve ser responsabilizadas em termos econômicos”, defende.

Passaporte O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), criticou a declaração dada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, sobre a emissão de passaportes diplomáticos para deputados e seus familiares. Maia disse "estranhar" o pedido de Cavalcante para que os deputados que utilizam o documento para turismo o devolvam, já que em "outros poderes acontece a mesma coisa".

Balanço feito pela segunda-secretaria da Câmara, sobre a emissão de passaportes e vistos diplomáticos para deputados e seus familiares, mostra que muitos foram feitos apenas para turismo. No período, foram 1.034 pedidos para emissão de visto, de passaporte diplomático e revalidações. Desse total, foram 662 pedidos apenas de visto, sendo 577 para turismo. Há também 16 casos de pedidos de visto para estudos e apenas 69 para missão diplomática.

Há uma seção do Decreto 5.978/06 que trata do passaporte diplomático. O artigo 6º da norma elenca as pessoas que têm direito ao benefício. Além do presidente da República, vice-presidente e ex-presidentes, os integrantes do Congresso Nacional também têm direito ao passaporte diplomático. A emissão do documento para cônjuges e dependentes é regulada, segundo o decreto, pelo Ministério das Relações Exteriores.