Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

23 setembro 2011

E O GOVERNADOR E FUNCIONÁRIO PUBLICO ? !

Greve de professores mineiros completa 100 dias

15 de setembro de 2011 11h 05
Cedê Silva - Especial para o Estadão.edu
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,greve-de-professores-mineiros-completa-100-dias,772969,0.htm


A greve dos professores da rede estadual de Minas completa 100 dias nesta quinta-feira. O sindicato da categoria reivindica o cumprimento de uma lei federal de 2008, que instituiu o piso salarial. A paralisação afeta principalmente alunos que prestarão mês que vem o vestibular num Estado com alguns dos colégios particulares mais competitivos do Brasil no Enem.

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) declarou greve em 8 de junho, um mês depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) entender que o piso nacional deve ser interpretado como vencimento básico, isto é, sem gratificações e outros adicionais. O governo de Minas, segundo o sindicato, soma as gratificações para chegar ao piso, e portanto não cumpre a lei. "Minas Gerais deve ser em outro país", diz a líder do sindicato, Beatriz Cerqueira. "O que o STF decide não é cumprido, as leis não são respeitadas." Segundo ela, mais da metade dos professores da rede estadual recebe hoje menos de R$ 712, que deveria ser o piso para uma jornada de 24 horas por semana. No Estado, o piso para um professor sem ensino superior, com essa carga horária, é de R$ 369.

Como resposta à greve, o governo estadual contratou professores substitutos em agosto, somente para as turmas do 3º ano do ensino médio, medida contestada pelo sindicato no Tribunal de Justiça de Minas. O TJ manteve a contratação. O governo também criou o Plantão Enem, programas televisivos de reforço escolar veiculados na Rede Minas, com duração de 2 minutos. Nesta semana, enviou projeto de lei à Assembleia Legislativa com nova proposta de remuneração, também rejeitada pelo sindicato. "O novo projeto prevê a mesma remuneração para o iniciante e para o servidor ao final da carreira", reclama Beatriz.

Depois de dois meses e meio sem ir ao Instituto de Educação, Rafael Ribeiro, de 17 anos, voltou a ter aulas, agora com os professores substitutos contratados emergencialmente. "É a mesma coisa que não ter aula", afirma o estudante. "Exceto por física e biologia, os substitutos não têm didática e não se impõem na sala de aula." Além disso, segundo ele não há professores para sociologia nem química. "No horário dessas aulas, a gente fica na rua, joga baralho, desenha no quadro", conta. Rafael quer uma bolsa para estudar Ciências Aeronáuticas na Fumec, uma das maiores universidades particulares de Belo Horizonte, ou talvez cursar Relações Internacionais na PUC-Minas.

Yasmin Goulart, de 17 anos, está no 3º ano da Escola Estadual Donato Werneck, zona norte de BH. O professor de inglês substituto disse aos alunos não ser professor de inglês e não ter experiência, diz ela. Mas em compensação o novo professor de matemática é melhor. "As aulas de todas as matérias viraram revisão pro Enem", conta. "Ficou tipo um cursinho." Para Yasmin, os professores estão este ano mais persistentes do que na greve de 2010, que durou 49 dias. "A greve é justa para os professores, mas injusta para os alunos", diz. Yasmin quer ser professora e cursar Pedagogia na UFMG, mas sua primeira opção é a graduação em Dança da Federal de Viçosa (UFV).

Cézar Augusto Ferreira, de 18 anos, cursa na Escola Estadual Tancredo Neves o 2º ano, e portanto está sem aulas há 100 dias. Aproveitou o tempo livre e começou há poucas semanas um curso de inglês, com aulas às terças de manhã. Não conhecia o Plantão Enem, mas assiste ao Telecurso 2000 de vez em quando, quando acorda cedo. "Faço nada em casa, mas às vezes ajudo minha mãe", conta. Cézar ainda não sabe o que vai tentar no vestibular, mas acha que a decisão seria mais fácil se estivesse na escola.

A média no Enem 2010 do Instituto de Educação foi de 571. Na Donato, 497. A do Tancredo Neves foi 500. A melhor escola pública de Belo Horizonte foi o Colégio Militar, com nota 715. Os melhores colégios particulares, o Bernoulli e o Santo Antônio, tiveram médias de 741 e 740, respectivamente, alcançando a 4ª e a 5ª posição nas notas mais altas do Brasil. Mas esses colégios não estão em greve. E é contra alunos deles que Rafael, Yasmin e Cézar planejam disputar vagas nas faculdades.

Abraços
Geraldo Lopes

OBS: Se não for abusar da sua boa vontade, favor repassar a todos seus amigos.

INFLAÇÃO CAMBIAL NINGUEM SEGURA

Por Paula Takahashi para o EM.

A variação do dólar continua assustando e nessa quinta-feira não foi diferente. Durante o pregão, a moeda norte-americana se valorizou quase 5% ao sair do patamar de R$ 1,86 e bater na casa de R$ 1,95 – nível alcançado pela última vez em julho de 2009. Ao contrário do que havia dado a entender no dia anterior, o Banco Central (BC) realizou nessa quinta-feira um leilão de venda de moeda estrangeira na tentativa de frear a forte alta. Foram 112 mil contratos de swap cambial oferecidos e, apesar de apenas 55 mil terem sido absorvidos, a medida já foi suficiente para conter a escalada do dólar, que fechou o dia cotado a R$ 1,90, alta de 2,26%.

No mercado paralelo em Belo Horizonte, a moeda chegou a ser vendida a R$ 2. É nessa operação que o dólar é comprado por consumidores para viagens internacionais, por exemplo. Diante das incertezas e oscilações do mercado, especialistas divergem sobre o destino da moeda americana. Mas uma coisa parece clara, os efeitos desta disparada serão sentidos no bolso dos consumidores e fatalmente terão impactos nos já pressionados índices inflacionários. Entre os itens com peso na inflação que até então haviam dado alento ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão os eletroeletrônicos, já que grande parte dos componentes vêm de fora do país.

Nos últimos 12 meses até agosto, a variação destes produtos está negativa em 4%, enquanto a média geral do IPCA, também no acumulados dos últimos 12 meses, alcança alta de 7,23%. Mas o cenário começou a mudar em agosto quando estes aparelhos apresentaram variação positiva de 1,25%, tendência que pode ser mantida daqui para frente. “São produtos claramente afetados pela elevação do dólar que vinham ajudando e muito a controlar a inflação. Agora eles podem parar de puxar o índice para baixo”, avalia o analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Minas Gerais, Antonio Braz.

Principais responsáveis pelo atual patamar da inflação brasileira, os alimentos também não devem dar a trégua esperada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. É verdade que diante do desaquecimento da economia mundial a demanda pelas commodities cai, assim como os preços. Mas a valorização do real frente ao dólar tende a suplantar esta queda, que poderia ser sentida pelo mercado, não fosse sua cotação na moeda americana. Além do tradicional arroz, feijão, açúcar e café, produtos importados – que ajudam a balizar os preços dos nacionais – também começam a chegar mais caros.

Ntal amrgo

Segundo o gerente da Royal Emporium, José Maurício de Morais, mantido o cenário atual, dentro de 10 a 15 dias os preços mais elevados devem começar a chegar ao comércio. “Para o final do ano, frutas secas como damasco e nozes também terão alteração de valores”, prevê.

Para o economista Geraldo Sant’Ana de Camargo Barroos, alguns setores sentirão imediatamente, como os importados, e em seguida os alimentos e minérios e derivados. “No último caso, vai ficar mais custoso para a Petrobrás segurar os preços internos. A partir daí, a alta de preços tende a atingir os demais segmentos, seja via aumento de custos de produção ou de custo de vida, com o que o setor de serviços é alcançado”, avalia. Por meio de nota, a Petrobras garantiu que “não vai acompanhar a flutuação dos preços do petróleo e da cotação da moeda no curto prazo".

Para Sidnei Moura Nehme, economista e diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, o dólar vai voltar para o patamar de R$ 1,70 e o BC“certamente, fará novos leilões de swap cambial”. Mas para Miguel Daoud, da Global Corretora, a alta do dólar veio para ficar. “Pode voltar um pouco, mas deve ficar entre R$ 1,85 e R$ 1,90”. Se este cenário se confirmar, o que já estava cada vez mais improvável, segundo avaliação do mercado, se tornará impossível: a inflação fechar o ano dentro do teto da meta estipulada pelo governo federal de 6,5%.