Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

29 fevereiro 2016

DE GAROTO DE RECADOS A CUMPLICE O ENGANADOR DE MINAS FERNANDO PIMENTEL ESTA ENRASCADO.



Além de estar encrencado na Justiça Eleitoral – onde é acusado de ter feito gastos abusivos e irregulares durante a campanha de 2014, que podem levar à cassação de seu mandato –, e também na esfera criminal, onde é investigado pela Operação Acrônimo, da Polícia Federal, que o acusa de ter sido beneficiário de um esquema de pagamento de propinas quando era Ministro do Desenvolvimento –, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT, acaba de se tornar também personagem do esquema que desviou recursos da Petrobras para financiar a campanha da também petista Dilma Rousseff à presidência da República.


De acordo com reportagem da capa da revista VEJA desta semana, no começo de 2015, Pimentel foi emissário de um recado para a presidente Dilma Rousseff, enviado por Emílio Odebrecht, dono da Odebrecht, uma das empresas integrantes do cartel que, de acordo com a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, desviou recursos da Petrobras e pagou propinas a políticos e outras autoridades públicas. Segundo a VEJA, no “recado” que Pimentel levou a Dilma, Emílio Odebrecht a advertia do risco de que os pagamentos feitos pela Odebrecht ao marqueteiro João Santana no exterior fossem descobertos caso a Operação Lava-Jato atingisse a construtora. “Emílio exigia blindagem, principalmente para evitar a prisão de seu filho Marcelo, sob pena de revelar às autoridades detalhes do esquema ilegal de financiamento da campanha à reeleição (de Dilma)”, afirma a matéria.

De “garoto de recados” a cúmplice

As preocupações de Emílio Odebrecht acabaram se confirmando. Em 19 de junho de 2015, seu filho Marcelo, presidente do Grupo Odebrecht, foi preso pela Polícia Federal acusado de ser um dos mentores e um dos principais operadores do esquema de corrupção conhecido como “Petrolão”. Desde então, ele está em cana. Na semana passada, a situação do clã Odebrecht piorou ainda mais com a revelação de que o marqueteiro de Dilma, João Santana recebeu 3 milhões da de dólares da Odebrecht em pleno ano eleitoral de 2014. “Sobram indícios e depoimentos que dão conta de que Dilma se beneficiou, no terreno eleitoral, do dinheiro sujo do Petrolão”, afirma a reportagem da VEJA.

A revista lembra que as primeiras evidências de que a Odebrecht tinha drenado recursos desviados da Petrobras para a campanha de Dilma foram encontradas em anotações no telefone do próprio Marcelo Odebrecht, confirmando o que seu pai, Emílio, relatara antes a Fernando Pimentel: “Liberar para o Feira (…). Dizer do risco cta suíça chegar na campanha dela”. De acordo com a PF, “Feira”, seria o codinome de Mônica Moura, mulher de João Santana. Com a prisão na semana passada deste casal, novas informações vieram à tona e fortaleceram ainda as ações impetradas pelo PSDB junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pedem a cassação do mandato de Dilma Rousseff.

Já a revelação de o governador petista Fernando Pimentel atuou como “garoto de recados” de Emílio Odebrecht – com quem conviveu bastante no período em que foi ministro do Desenvolvimento – o coloca, no mínimo, na condição de cúmplice do tal “esquema de ilegal de financiamento da campanha de reeleição de Dilma”, que o empreiteiro prometeu denunciar. Caso Marcelo Odebrecht resolva aderir à delação premiada – para sair da cadeia ou pelo menos amenizar a pena –, como já está sendo admitido nos bastidores da construtora, o governador de Minas pode ser arrastado irreversivelmente para o “olho do furacão” da Laja-Jato. É apenas uma questão de tempo.

Confira abaixo a íntegra da matéria “Acarajé na campanha”, da revista VEJA.

28 fevereiro 2016

LENTA E GRADUALMENTE A ESQUERDA CAI EM TODA AMÉRICA LATINA


A ONDA AZUL COBRE A AMÉRICA DO SUL! A ONDA VERMELHA DESAPARECE!
              
1. O costumeiro georreferenciamento do voto nos quadros que a imprensa apresenta vai mostrando nos últimos dois anos uma progressiva redução da mancha vermelha, que simboliza as forças políticas do centro para a esquerda, e uma enorme expansão da mancha azul, do centro para a direita.
              
2. Esse processo se inicia uns anos antes, com o aumento da rejeição dos governos da mancha vermelha. E se acentua mês a mês. Com o novo ciclo de eleições, as altas taxas de rejeição se transformam em mudanças nos governos. Apesar da enorme máquina peronista de Cristina Kirchner e sua resistência à rejeição, as eleições presidenciais surpreenderam as pesquisas no primeiro turno e mostraram a ascensão de uma frente de centro/centro-direita. No segundo turno, a vitória de Macri se deu sem sustos. A mancha azul ocupou quase todo o país.
              
3. As eleições parlamentares na Venezuela, em dezembro de 2015, apesar de todas as manipulações e prisões perpetradas pelo chavismo, representado pelo pior populismo, o de Maduro, confirmou de forma aplastante o que diziam as pesquisas. A mancha azul ocupou todo o país e a oposição venceu com a maioria constitucional de pouco mais de 2/3 dos parlamentares. O quadro político se inverteu e o governo aprovou lei delegada antes da posse do novo parlamento e –em seguida- passou a agir de forma obstrutiva lastreado por confirmações da Corte Suprema de lá.
              
4. Evo Morales, apoiado nas pesquisas que lhe davam maioria nacional, chamou a um plebiscito para alterar a Constituição e lhe abrir espaço para mais um mandato presidencial, o quarto, em direção a 2025. Um e outro escândalo de corrupção foram divulgados e Evo Morales censurou os responsáveis, lavando as suas mãos, no conhecido método lulista. E mais perto da eleição surgiu o caso de sua ex-namorada contratada por uma empresa chinesa por milhões. Mas o SIM e o NÃO foram convergindo e chegaram ao plebiscito empatados. Cumprida a tendência, o resultado foi a vitória do NÃO e a rejeição ao quarto mandato. A mancha azul ocupou quase toda a Bolívia, exceção significativa da província de La Paz, fronteira com Peru e Chile. A onda azul cresceu geometricamente em direção ao leste, à fronteira com o Brasil, onde a vitória do NÃO em Santa Cruz e Pando foi acachapante.
              
5. Agora, em abril, vêm as eleições presidenciais no Peru. A rejeição ao presidente Humala –militar chavista, mas acomodado na campanha pela propaganda petista estilo 2002- atingiu recordes próximos aos números de Dilma. O quadro das candidaturas presidenciais está pulverizado. Lidera a filha de Fujimori. Ascendeu Julio Gusman, economista que já foi do BID, ministro da fazenda e coordenador de gabinete. Criou um partido –Todos pelo Peru- e ocupa o segundo lugar uns 10 pontos abaixo dos 30 pontos de Keiko Fujimori, com um discurso genérico. Humala sequer se arriscou a ter candidato. Independente do resultado, a mancha azul ocupará todo o país.
              
6. Finalmente, o Brasil, que vive um “ciclo eleitoral” de impeachment com rejeição recorde –talvez- em toda a história política da América do Sul. Dilma respira com a ajuda das máquinas, mas a cada visita do noticiário fica mais difícil sobreviver. A mancha vermelha desapareceu do mapa, e o que se pergunta apenas é: Qual será a cor da mancha que substituirá a mancha vermelha em curto ou médio prazos: a azul de Aécio/Alckmin, a verde de Marina, a roxa de Ciro, a amarela de Alvaro Dias, a rosa de Cristóvam Buarque...? Um segundo turno garantido.
                  
7. Na ausência de lideranças substantivas, o único certo é que a mancha vermelha desparecerá nesse ciclo político. Que a imprevisibilidade de hoje abra caminho para o progresso amanhã. Fonte: Ex-Blog do Cesar Maia.

18 fevereiro 2016

DE ROSEMARY NORONHA A DILMA ROUSSEFF O PREÇO LULA

No início de 2008, quando decidiu escolher Dilma Rousseff como sucessora, o plano do então presidente Luz Inácio Lula da Silva era evitar o surgimento de uma nova liderança no PT, continuar dominando o partido e voltar ao poder na eleição de 2014. Como a chefe da Casa Civil era desconhecida pelo grande público, ele a apelidou de “Mãe do PAC” e começou a fazer abertamente a campanha, antes do prazo legal. Contratou o marqueteiro João Santana, que trocou os óculos dela por lentes de contato, mandou mudar o penteado, sofisticou o vestuário e providenciou a reforma do rosto com o cirurgião plástico Renato Vieira.
Por antecipar a campanha, Lula foi multado várias vezes pela Justiça Eleitoral, não ligou, seguiu em frente. Lutou muito para elegê-la, escolheu pessoalmente o Ministério e começou a agir como se ainda continuasse na Presidência. Dilma aceitava, Lula jamais imaginou que essa situação pudesse mudar. Até que, em outubro de 2011, o ex-presidente foi diagnosticado com câncer na laringe e Dilma começou a se livrar da influência dele.

Lula passou meses num tratamento pesadíssimo, tinha dificuldades até para andar, apoiado numa bengala, mas conseguiu se recuperar totalmente e continuava confiante de que, em 2014, Dilma iria ceder a candidatura a ele. Surgia, assim, o movimento “Volta, Lula”, que tinha tudo para dar certo e contava com apoio irrestrito da Executiva, do Diretório Nacional e de todo o PT. Mas a presidente Dilma fincou pé e disse que a candidatura era dela.
UMA CARTA NA MANGA
Lula insistiu, ia disputar e vencer a Convenção Nacional, Dilma não teria a menor chance. Mas ela trazia uma carta escondida na manga e abriu o jogo, ameaçando revelar à imprensa todas as informações que possuía sobre Rosemary Noronha, a ex-chefe de Gabinete da Presidência em São Paulo, incluindo detalhes das viagens internacionais da segunda-dama e as compras realizadas com cartão corporativo no Brasil e no exterior. Xeque-mate. Lula teve de recuar e, humilhado, compareceu à Convenção Nacional do PT para defender a candidatura de Dilma à reeleição.
Lula perdeu a oportunidade de voltar à Presidência, chegou a romper relações com a sucessora, mas acabou tendo de se reconciliar e fazer nova campanha para ela, em nome da sobrevivência política dos dois e do próprio PT, que já estava submetido aos devastadores ataques da força-tarefa da operação Lava Jato.
Mais um ano se passou e tudo continua com antes. O governo Dilma tornou-se uma obra de ficção, com a economia se derretendo num cenário de juros, inflação, desemprego e dívida pública em alta, enquanto arrecadação e investimentos permanecem em queda. Para Lula e o PT, o quadro é ainda mais sinistro com o avanço das investigações da Lava Jato e também da Zelotes, que apura propinas no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda). E agora as denúncias já atingem o próprio Lula, amigos como José Carlos Bumlai, Léo Pinheiro e Marcelo Odebrecht, e até o filho caçula dele, Luís Cláudio Lula da Silva, um escândalo atrás do outro.

O PIOR ESTÁ PARA VIR
Tudo isso é rigorosamente verdadeiro e já foi publicado aqui na Tribuna da Internet. Estamos apenas recapitulando, porque, no caso de Lula, o pior ainda está para vir, porque a Justiça já determinou que sejam divulgadas todas as compras realizadas por Rose com o cartão corporativo, no período de 2003 a 2010. É consequência do mandado de segurança 20.895, impetrado pelo jornalista Thiago Herdy e pela empresa Infoglobo, um processo da maior importância que chega agora a seu estágio final.
Em 12 de dezembro de 2014, houve o julgamento no Superior Tribunal de Justiça, tendo como relator o ministro Napoleão Nunes Maia. O resultado não deixou margem a dúvidas. O acórdão do STJ assinalou que o não fornecimento dos documentos e informações a respeito dos gastos efetuados com cartão corporativo do governo federal, com os detalhamentos solicitados, “constitui ilegal violação ao direito líquido e certo do impetrante, de acesso à informação de interesse coletivo”, assegurado pela Constituição e regulamentado pela Lei de Acesso à Informação.


O GOLPE FINAL
A decisão do Tribunal acrescentou que “inexiste justificativa para manter em sigilo as informações solicitadas, pois não se evidencia que a publicidade de tais questões atente contra a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República ou de suas famílias”. O acórdão salientou também que “a transparência das ações governamentais deve ser um comportamento constante e uniforme”, acrescentando que a divulgação dessas informações seguramente contribui para evitar episódios lesivos.
Por fim, determinou “a prestação das informações relativas aos gastos efetuados com o cartão corporativo do Governo Federal, utilizado por Rosemary Nóvoa de Noronha, com as discriminações de tipo, data, valor das transações e CNPJ/Razão social dos fornecedores”.
É o que falta para destruir Lula. No dia em que forem divulgadas as compras feitas por Rose no cartão corporativo, o futuro político do criador do PT não valerá uma nota de três reais.
 
 
Fonte: Folha Política.Org - Jornalismo Independente.