(Alexandre Schwartsman - Folha de SP, 01) 1. A
expansão medíocre do produto, a inflação mal e mal contida a golpes de
controles diretos de preços, o crescente déficit externo, somados ao desempenho
pífio da produtividade, sugerem que o atual arranjo de política é
insustentável. Não há casos de economias que tenham prosperado sob essas
condições. Pelo contrário, há sempre um momento em que a farsa se desfaz e a crise
sobrevém.
2. Sabe-se, portanto, ser necessária uma mudança
nos rumos de política econômica para evitar que o país atinja um estado do qual
não conseguirá sair sem consequências dolorosas. Não se requer, contudo, nenhum
conhecimento político mais profundo para concluir que --tendo evitado fazê-lo
sob condições eleitorais mais favoráveis-- não parece nada provável que o
governo possa se engajar em um esforço de austeridade às vésperas da eleição.
3. Ainda que Brasília acene timidamente com
promessas de não piorar adicionalmente seu já lamentável desempenho, os
Estados, crescentemente livres das amarras previamente impostas pela União,
devem aumentar ainda mais seus gastos.