Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

30 maio 2011

INFLAÇÃO CORRÓI SALÁRIO DO TRABALHADOR



Renda média do trabalhador cai de R$ 1.568,41 em março para R$ 1.540 em abril. Com desemprego estável, IBGE diz que alta de preços derruba vencimento dos assalariados




Por Victor Martins, Mariana Mainenti e Fábio Monteiro, para o Estado de Minas

Brasília – O dragão da inflação já está engolindo a renda do trabalhador. Realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) mostrou que a taxa de desemprego manteve-se praticamente estável, passando de 6,5% em março para 6,4% no mês seguinte. É o melhor desempenho para um abril desde 2002. No entanto, o rendimento médio real do trabalhador (descontada a alta dos preços) caiu 1,8%. O brasileiro empregado, que em média tinha disponíveis R$ 1.568,41 para as despesas mensais em março teve de se virar com menos, R$ 1.540, em abril.

Com isso, a massa de rendimento real efetivo no Brasil, que é a soma dos ganhos de todos os trabalhadores, também encolheu – 1,7% – para R$ 34,7 bilhões. Isso significa menos dinheiro disponível no país, seja para comprar, seja para poupar. Não à toa, as classes menos favorecidas, C, D e E, já estão retirando produtos básicos dos carrinhos de supermercados. A inflação acumulada em 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 6,51%, ultrapassando a meta estipulada pelo governo para o ano, de 6,5%. “A queda no rendimento do trabalhador em abril é efeito da inflação”, observou a analista do IBGE Adriana Belinguy.

A redução mais evidente nos salários ocorreu entre trabalhadores do setor imobiliário. O tombo chegou a 4,8% em abril e a 2% no ano. Em Recife (PE), a queda foi maior que no restante do país, 4,1% na comparação mensal. Para analistas, esse freio mostra, pela primeira vez e de forma concreta, que as medidas macroprudenciais e o aperto na taxa básica de juros (Selic) surtiram efeito: a economia entrou em rota de desaceleração.

Na visão de Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco, os dados do mercado de trabalho são compatíveis com a projeção da instituição de que a taxa de desemprego ficará em 6,4% em 2011 e o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do pais) em 3,8%. “A forte desaceleração verificada nos rendimentos reais sugere que nos próximos meses o mercado de trabalho seguirá em movimento de moderação, reforçando nossa expectativa de arrefecimento no crescimento da economia no restante deste ano”, argumentou o economista.

Apenas duas regiões pesquisadas pelo IBGE escaparam dessa piora no rendimento dos trabalhadores. Em Salvador (BA) esses ganhos cresceram 3% e em Porto Alegre (RS), 0,6%, locais onde os salários ficaram em R$ 1.240,90 e R$ 1.536,80 respectivamente. Entre os setores da economia, o que mais obteve perda nos rendimentos foi o segmento de serviços prestados à empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e financeira. Apenas em abril, o ganho desses trabalhadores derreteu 4,8%. No ano, a queda foi de 2%.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, porém, rebateu todas as avaliações dos especialistas e os dados do IBGE. Para ele, não existe desaceleração. “Eu já disse e reitero contra o mercado, no segundo semestre a inflação vai cair e o nível de emprego vai subir”, afirmou o ministro. "Vamos fechar o ano com 3 milhões de empregos e os dados em 2012 vão surpreender para melhor a todos, mas não a mim”, disse.

29 maio 2011

AÉCIO VENCE SERRA

Grupo de Aécio vence Serra e passa a comandar PSDB


Ex-governador desistiu de ocupar Instituto Teotônio Vilela e como consolação vai comandar Conselho Político da legenda; convenção deste sábado reelegeu Sérgio Guerra como presidente

O ex-governador José Serra saiu derrotado na briga interna pelo comando do PSDB e pela liderança na fila de pré-candidatos da legenda ao Planalto em 2014, decididos em convenção realizada neste sábado, 28.

No novo balanço de poder do partido, o grupo político do senador Aécio Neves (MG) obteve o comando de postos-chave na máquina partidária. Como prêmio de consolação, Serra vai presidir o Conselho Político do PSDB.

Depois de uma madrugada tensa de negociações, Serra recuou do desejo de presidir o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

Para minimizar danos e não aprofundar o racha partidário, os caciques do partido decidiram turbinar o Conselho, atribuindo-lhe funções práticas, como a edição de normas internas.

Mas apesar de presidir o novo órgão, Serra não terá ali maioria. Do mesmo colegiado farão parte o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o próprio Aécio, e os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perilo (GO).

Leia mais em Grupo de Aécio vence Serra e passa a comandar PSDB

25 maio 2011

AUTOFAGIA PETISTA ENTREGA CABEÇA DE PALOCCI


Gabinete de Palocci violou sigilo de caseiro, diz Caixa

Em documento, estatal responsabiliza ministro por vazamento pela 1ª vez. Até então, banco não havia se pronunciado sobre responsabilidade do chefe da Fazenda na época do caso, em 2006

Rubens Valente, Folha de S. Paulo

A Caixa Econômica Federal informou à Justiça Federal que o responsável pela violação dos dados bancários do caseiro Francenildo dos Santos Costa foi o gabinete do então ministro da Fazenda e hoje ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, ao vazá-los para a imprensa.

É a primeira vez que o banco estatal responsabiliza o ex-ministro. Até então, dizia que apenas havia "transferido" os dados sob sigilo para o Ministério da Fazenda, sem acusar Palocci ou seu gabinete pelo vazamento.

Em setembro de 2010, a Caixa foi condenada pela Justiça a pagar indenização de R$ 500 mil ao caseiro pela quebra do sigilo e recorreu.

Na apelação, a estatal informou, a partir das conclusões de inquérito da Polícia Federal, que cabia a Palocci resguardar o sigilo dos dados que lhe foram entregues pelo então presidente da Caixa, Jorge Mattoso.

A quebra do sigilo e a divulgação, pela revista "Época", dos dados bancários de Francenildo -testemunha da CPI dos Bingos que havia desmentido afirmações de Palocci- levaram à queda do ministro em 2006.

Em 2009, por 5 votos a 4, os ministros do Supremo rejeitaram a abertura de processo contra Palocci, por falta de provas de seu envolvimento na violação.

No recurso contra o pagamento da indenização, a Caixa diz, ao subscrever trecho do relatório da PF, que "o domínio do fato [o vazamento] pertencia ao ex-ministro da Fazenda, apontado como mentor intelectual e arquiteto do plano, sobre o qual a Caixa não possui qualquer poder de mando. Ao contrário: é o ministro que possui poderes sobre a Caixa".

Na apelação, a Caixa procura se eximir de qualquer culpa na divulgação dos dados protegidos pelo sigilo. Tomando por base o relatório da PF, o banco responsabiliza Palocci e seu então assessor de imprensa à época, o jornalista Marcelo Netto:

"O ministério poderia, e deveria, ter recebido as informações e apenas ter levado a cabo as investigações recomendáveis para o caso, não permitindo que seu assessor procurasse a imprensa".

Segundo a apelação, "nem mesmo a Polícia Federal tem dúvida de que o assessor [Netto] do Ministério da Fazenda foi o responsável pela entrega das informações bancárias do autor à imprensa, com consequente divulgação, a partir de quando houve a quebra do sigilo".

A Caixa aponta que Palocci era o responsável pela guarda dos dados sigilosos.

"Pretender-se concluir que à época dos fatos o ex-ministro Antonio Palocci Filho não representava o Ministério da Fazenda levar-nos-á à conclusão, inexorável, de que o ex-presidente Jorge Mattoso também não representava a Caixa. [...] Mas não é essa a realidade", afirmou a Caixa.

Para o advogado do caseiro, Wlício Chaveiro Nascimento, na apelação a Caixa "enfim reconhece que houve um plano para desqualificar o caseiro".

Antonio Palocci voltou a ser o centro da discussões políticas depois que a Folha revelou, no último dia 15, que ele multiplicou por 20 seu patrimônio nos últimos quatro anos. Palocci tem 99,9% da empresa de consultoria Projeto que faturou R$ 20 milhões no ano passado.

24 maio 2011

UM BANDO COMO TESTEMUNHAS

Defesa merece figurar entre as provas contra Palocci

Do blog de Augusto Nunes

Emudecido pela descoberta do milagre da multiplicação do patrimônio, que fez de um médico sanitarista o mais próspero especialista em operações sigilosas, Antonio Palocci completou oito dias de estrepitoso silêncio.

Não precisou dar um pio para ser absolvido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Bastaram explicações por escrito.

Nem precisou telefonar para congressistas para conseguir a solidariedade da base alugada (e de oposicionistas com culpa no cartório) Bastou o recado do assessor Thomaz Traumann lembrando que o chefe fez o que meio mundo faz.

A cada 15 anos, constatou o jornalista Ivan Lessa, o Brasil esquece o que aconteceu nos 15 anos anteriores. Esse prazo valia para o século passado.

Neste, ficou bem mais curto, sobretudo por faltar espaço no noticiário jornalístico e na memória dos brasileiros para armazenar por muito tempo tantos escândalos, roubalheiras, pilantragens e sem-vergonhices envolvendo corruptos com salvo-conduto expedido pelo governo.

Hoje, nos cálculos do Planalto, o país esquece a cada 15 dias o que aconteceu nos 15 dias anteriores.

Quinze dias foi o prazo estabelecido pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que o chefe da Casa Civil apresente as explicações solicitadas pelo DEM e pelo PPS, justificadamente intrigados com o surto de enriquecimento que acometeu o ministro, e que se tornou especialmente agudo depois da vitória de Dilma Rousseff.

Até aí, nada demais, apressou-se a esclarecer Gurgel antes mesmo de repassar a Palocci as interrogações formuladas pelos partidos.

“Exercício de consultoria não é crime”, pontificou. (Em princípio, não é crime exercer ofício nenhum, desde que o profissional não se valha dos instrumentos de trabalho para cometer delinquências).

“O procurador-geral só atua nas encrencas mesmo, só atua quando há crime”, enfatizou. “A prestação de consultoria pode ser reprovável em aspectos éticos, mas, em princípio, não constitui crime e, se não constitui crime, não justifica a atuação do Ministério Público”.

Não é conversa de quem só decidirá o que fazer, com a seriedade que se exige do chefe de uma das raras instituições ainda respeitáveis, depois de examinar com lupa as explicações de Palocci.

É conversa de quem espera que passem com mais rapidez as duas semanas que precedem o esquecimento. A montanha de indícios veementes berra que Gurgel só não vê nada de estranho porque foi contaminado pela miopia conveniente que grassa no Planalto.

Leia a íntegra do artigo em O bando de testemunhas de defesa merece ser incluído entre as provas contra Palocci

13 maio 2011

TODOS PRECISAMOS LEMBRAR

Em 9 de maio de 2011, ao receber o diploma de notório saber que lhe foi conferido pela Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, o jornalista Luiz Cláudio Cunha inovou: não se limitou a agradecer o justo reconhecimento que há muito lhe era devido. Deu uma aula, da qual selecionei alguns trechos:
"Todos precisamos lembrar. Eu, como jornalista, tenho o dever de contar".

A Imprensa

O governo, qualquer governo, faz mal à imprensa.
A imprensa, toda a imprensa, faz bem ao governo – principalmente quando critica.
Governo não precisa do 'sim' da imprensa. Governo evolui com o 'não' da imprensa.
A proximidade da imprensa com o governo abafa, distorce o jornalismo.
A distância entre governo e imprensa é conveniente para ambos, útil para a sociedade e saudável para a verdade.

A Internet

O país vive uma completa democracia, que não se reflete na qualidade do que se vê e se lê no tedioso belicismo da Internet, com raras exceções. Nada, portanto, justifica o sigilo do nome e o abuso de codinomes engraçados ou ridículos que apenas ocultam a pobreza das ideias e o despreparo para a discussão inteligente.
Eu, por princípio, só entro no espaço de comentários com meu nome, profissão e cidade, certo de que é um dever meu me qualificar perante quem me lê.
Espaço de uma justa e infinita liberdade, a Internet deveria simplesmente impor a regra da identificação a quem deseja usufruir de seu espaço democrático. Apenas isso. Imediatamente, resgataríamos o espaço e o tempo perdidos para os que não têm a coragem de expor suas ideias, boas ou ruins, com o próprio nome.
Leia mais em Todos precisamos lembrar, na seção Documentos deste blog

11 maio 2011

NÃO ABASTEÇO EM POSTOS DA BR DISTRIBUIDORA


Redução nos preços do álcool e gasolina nos postos da BR tem que ser maior.

Por Ramona Ordoñez, para O Globo

A direção da BR Distribuidora, estatal líder do mercado de distribuição de combustíveis, anunciou que vai reduzir, a partir de hoje, os preços de venda da gasolina e do álcool hidratado (etanol) postos revendedores. Assim, o preço da gasolina gasolina vai cair em 6% e o álcool será vendido a um preço 13% menor da distribuidora para os postos.

Técnicos do setor estimam que, a queda no preço pago pelo consumidor na bomba, poderá ser da ordem de R$ 0,16 por litro de gasolina, que no Rio está custando em média R$ 3, ou seja, redução cerca de 5%. Já a redução dos preços do álcool deverá ser de R$ 0,30 por litro, ou algo em torno de 11,5 %. A empresa informou que a decisão foi tomada em função da queda dos preços do álcool vendido pelas usinas, que vem ocorrendo com o aumento da oferta do produto na moagem da cana.

Leia mais em BR Distribuidora anuncia redução nos preços do álcool e da gasolina

09 maio 2011

As duas faces do lulopetismo

Por A.P.Quartim de Moraes - para O Estado de S.Paulo*

Num mesmo dia, 4 de maio último, os principais jornais brasileiros estamparam duas notícias distintas, aparentemente sem nenhuma relação uma com a outra, que revelam claramente o que significaram para o Brasil os oito anos de lulopetismo. A primeira: a pobreza no País caiu 50,64% entre dezembro de 2002 e dezembro de 2010, período dos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva. A segunda: os quatro filhos e três netos de Lula recusavam-se até então a devolver os passaportes diplomáticos que lhes foram concedidos irregularmente nos últimos dias do governo do chefe do clã, levando o Ministério Público Federal a cogitar de recorrer à Justiça para corrigir a anomalia.


Quem se sentir chocado com a colocação dessas duas notícias num mesmo nível de importância para efeito de avaliação do governo Lula deve atentar para o seguinte: o sentido de justiça que impele os bons governantes a lutar pela diminuição das desigualdades é inspirado pelos mesmos valores humanos universais que estabelecem que não pode haver justiça enquanto houver regalias e privilégios aos quais, por definição, só poucos podem ter a oportunidade de acesso. Por mais bem-sucedido que tenha sido no combate à pobreza - e em grande medida realmente o foi -, Lula deixou a obra pela metade ao não ter tido capacidade, ou preparo, para entender que ele próprio é e continuará sendo beneficiário dos mesmos direitos e submisso aos mesmos deveres, nem mais nem menos, do mais humilde dos cidadãos que seu trabalho como presidente resgatou da pobreza. É a igualdade perante a lei, fundamento da organização de qualquer sociedade minimamente civilizada.

Mas não é apenas a atitude antiética de agir como se fosse "mais igual" do que o cidadão comum que compromete o desempenho de Lula como chefe de governo e o coloca muito distante da condição de estadista. Muito piores, do ponto de vista do bem comum, são as consequências da generalização desse comportamento, por contaminação, pelos quadros da administração estatal, estimulados, pelo exemplo que vem de cima, a cultivar privilégios e regalias. Se o chefe pode, por que não eu? É assim que os desmandos e a corrupção prosperam, na razão inversa em que, inevitavelmente, decai a eficiência da máquina governamental.

Lula e o PT sabem perfeitamente disso, pois durante mais de 20 anos combateram ferozmente os privilégios das "elites", acusaram todos os governos, mesmo depois da redemocratização do País em 1985, de se colocarem a serviço de interesses de potências ou do capital internacional e das castas e dos estamentos sociais que o dominavam, em prejuízo da grande maioria da população. Pois bastou chegar lá para o lulopetismo pôr em prática tudo o que sempre combateu. Desde aliar-se às mais retrógradas oligarquias regionais e envolver-se - segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal - em esquemas de compra de votos de deputados federais em troca de apoio político até promover um aparelhamento do Estado como nunca antes visto neste país e emascular completamente as grandes organizações sindicais, com a criação de um neopeleguismo alimentado a fundos de pensão.

É claro que esse novo tipo de apropriação privada do poder público teve reflexos negativos, que, com toda a certeza, prejudicaram o desempenho do próprio governo Lula. Não estivessem os coronéis que dominam o Congresso Nacional, os partidos que manipulam a máquina do Estado e os neopelegos deslumbrados com seu novo status social - não estivessem todos tão completamente envolvidos na defesa de seus próprios interesses, como a ampliação de suas regalias e de seus privilégios -, certamente os dois mandatos de Lula teriam um saldo de realizações concretas muito mais amplo a apresentar.

Não é à toa que os mais expressivos resultados desses oito anos se concentram nos programas que representam bandeiras históricas e prioritárias do PT - e, não por acaso, se traduzem em votos -, como a incorporação ao mercado de consumo de milhões de brasileiros antes marginalizados. Contudo metas com menores visibilidade e implicação eleitoral imediata, como todas aquelas que dizem respeito à infraestrutura indispensável ao desenvolvimento - estradas, aeroportos, saneamento básico, geração de energia, etc. -, sem falar no descontrole fiscal decorrente da gastança de recursos públicos, o que hoje começa a ameaçar o controle da inflação, quase todas essas ações, cujo implemento depende não apenas de investimentos adequados, mas também de gestão eficiente, ficaram a dever no governo Lula e hoje constituem uma verdadeira herança maldita para Dilma Rousseff.

Assim, a arrogância da família Lula da Silva na recusa a devolver os passaportes diplomáticos que obteve, indevidamente, ao apagar das luzes do "seu" governo não é um fato isolado e "da maior irrelevância", como já declarou um dos mais notórios aduladores do chefe, Marco Aurélio Garcia. Trata-se de mais um triste exemplo da falta de compostura ética e moral que caracterizou e prejudicou oito anos de lulopetismo no comando da República.

Se Lula não conseguiu, ou não soube, ou não quis transmitir certos valores éticos a seus descendentes, não é de admirar que não se tenha preocupado em fazê-lo em relação a seu partido e, principalmente, à enorme massa de seus eleitores. O que importa é ser "pragmático", levar vantagem. Daí a leniência com que ele próprio sempre passou a mão na cabeça dos seus "aloprados", com que o PT absolve um corrupto confesso como Delúbio Soares, com que todos juntos proclamam descaradamente que o mensalão nunca existiu.

Claro, é uma invenção das "elites". Nas quais, hoje, Lula e o PT, e suas duas faces, estão confortavelmente instalados. Ou não?


*Jornalista e editor

06 maio 2011

ABAIXO A ESCRAVIDÃO DA CLASSE MÉDIA

Os 60 milhões de brasileiros, 40 eleitores do Serra e 20 da Marina, indicaram em primeiro turno, que querem uma proposta serviços de saúde e educação pública de qualidade que reduzam seus custos familiares e principalmente reduzam a carga tributária que lhe é imposta compulsoriamente sobre o consumo (ICMS e IP) e sobre o sobre o salário (IRF).


Esses eleitores esperam uma proposta de Governo que os libertem da extorsão financeira de que se tornou vitima frente à ganância fiscal do governo petista que socializou os custos do Estado com essa classe média, sem gerar nenhum benefício para essa mesma classe.


A atual Classe Média “B” composta pelos 40 milhões de votos do José Serra e a Classe Média “C” pelos 20 milhões de eleitores de Mariana Silva, estão sendo extorquidos pelo atual governo petista e sendo empurrados para a nova Classe Média C/D, parte descendente e parte em ascendência, mas inculta, portanto incapaz de compreender que na medida em que evolui se torna patrocinadora compulsória deste mesmo governo que o faz cliente e escravo e não beneficiários de bons serviços de saúde e educação e outros que são na mais, nada menos que obrigações de qualquer governo.


A classe média atual, descendente ou ascendente, espera uma proposta que a liberte do jugo do atual governo ex-PT que se acha a serviço de banqueiros e empresários.

05 maio 2011

OPOSIÇÃO REAGE COM VEEMÊNCIA

Oposição se revolta contra MP ‘árvore de Natal’



Senadores liderados por Aécio, Itamar e Demóstenes deixam plenário em votação de projeto sobre oito temas.




Por Maria Lima e Adriana Vasconcelos, O Globo



Mesmo enfraquecida por rachas internos e enfrentando seu pior momento no Congresso desde que o PT chegou ao poder, a oposição decidiu sair da letargia e abrir várias frentes de ação no Senado, para tentar furar o bloqueio da ampla maioria governista.

Ontem, liderada pelos senadores Itamar Franco (PPS-MG), Aécio Neves (PSDB-MG) e Demóstenes Torres (DEM-GO), a oposição em peso deixou o plenário em protesto contra a votação da medida provisória 513, classificada como "árvore de Natal" por tratar de oito assuntos. Os governistas pretendiam aprová-la rapidamente, sem discussão. E conseguiram.

Em outra frente, alguns senadores como Aécio e o pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB) traçaram como estratégia buscar na sociedade civil apoio para suas propostas e usar as dificuldades da equipe econômica para manter a inflação sob controle como mote principal de seus discursos.

— Nenhum integrante da oposição vai ficar torcendo para que o governo perca o controle da inflação. Quem tinha essa prática num passado recente eram o PT e seus aliados, que votaram contra o Plano Real, o Proer e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Não dá para ficar tapando o sol com a peneira, nem escondendo que a alta inflacionária tem origem na ineficiência do governo e no comportamento "Papai Noel" adotado nos dois últimos anos — discursou Jarbas.

Para Aécio, o governo poderá ajudar, e muito, na reorganização da oposição:

— Meu esforço hoje é para fortalecer as oposições. Mas parece que quem mais vai nos ajudar nisso será o próprio governo, com sua tibieza no combate à inflação, na sua falta de vigor para enfrentar as reformas necessárias e diante da fragilidade na gestão da infraestrutura.

Na discussão da MP-513 — que trata de temas que vão da criação do fundo garantidor da União para empresas que vão participar de obras da Copa e das Olimpíadas à ajuda ao Haiti e a mudanças no seguro habitacional —, o clima ficou tenso entre os senadores.

A MP foi relatada em plenário pelo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e ele próprio teve dificuldade de explicar a junção de tantos temas.

O levante da oposição foi iniciado pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que rasgou e jogou no chão o texto da MP, anunciando, aos gritos, que recorreria ao Supremo para restaurar as prerrogativas do Senado:

— Isso é uma indignidade! É uma imoralidade! Temos de honrar nosso mandato. Estamos rasgando a Constituição. É para isso que existe o Senado?

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ironizou:

— Já que é tudo de interesse nacional, vamos fazer uma lei que trate de falências e concurso de miss.
Do lado de fora, Aécio anunciou que hoje vai à OAB denunciar os abusos que estão sendo cometidos no Senado pela base do governo:

— Foi um gesto político de protesto. Até a base está envergonhada com essa humilhação. Eles tentaram dez relatores para essa MP e ninguém quis porque é uma vergonha. O Renan aceitou. Eu me sinto envergonhado hoje como parlamentar. Isso aqui virou vale-tudo!

Leia mais em O Globo

02 maio 2011

UM NOVO MODELO, UM NOVO PSDB


O conflito paulista pode ser benéfico para uma renovação na cúpula. A divisão paulista propicia o surgimento de novos modelos administrativos e a ascensão de Aécio Neves à tão pretendida posição de líder da oposição. Resta saber se haverá uma só oposição, pois o surgimento do PSD, de onde se vislumbra a mão de Serra, poderá levar a uma fragmentação definitiva das oposições. Os caminhos do PSD e da oposição nacional pertencem ao futuro.

Pensando nele é que o atual governo de Minas tenta se consolidar como paradigma de um governo de oposição, igualmente voltado para o social. Se prosperar o exemplo mineiro, poderá até converter o PSDB nacional. Se não conseguir tanto, definitivamente ajudará o estado a diminuir as suas desigualdades sociais e a elevar o nível de renda das populações mais carentes. Não é política para a nova vedete nacional, a chamada classe C, mas é boa política. Independentemente das suas intenções, a sociedade agradece. Fonte: Jornal Estado de Minas.