Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

27 junho 2010


Por Reinaldo Azevedo,

O decálogo de problemas que segue abaixo poderia se um roteiro utilizado pelos candidatos de oposição José Serra (PSDB) ou Marina Silva (PV). Mas não é — ou NÃO ERA. Ribamar Oliveira, do jornal Valor Econômico, colheu essas avaliações num portal oficial, do próprio governo. Antes que prossiga, uma síntese:
1 - a política de reforma agrária do governo Lula não alterou a estrutura fundiária do país nem assegurou aos assentamentos assistência técnica, qualificação, infra-estrutura, crédito e educação;
2 - a qualidade dos assentamentos é baixa;
3 - os programas oficiais não elevam a renda dos agricultores, que ficam dependendo do Bolsa Família;
4 - imposições da legislação trabalhista no campo acabam provocando fluxo migratório para as cidades;
5 - a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda não definiu uma política de curto ou médio prazo para a formação de um estoque estratégico e regulador de produtos agrícolas.
6 - em futuro próximo, a produção de biodiesel não será economicamente viável;
7 - a reconstrução de uma indústria nacional de defesa voltada para o mercado interno, prevista na Estratégia Nacional de Defesa, não se justifica;

8 - a educação brasileira avançou muito pouco e apresenta os mesmos índices de 2003 em várias áreas:
9 - é baixa a qualidade da educação em todos os níveis; os que concluem os cursos não têm o domínio dos conteúdos, e as comparações com indicadores internacionais mostram deficiências graves no Brasil;
10 - O analfabetismo funcional, entre jovens e adultos, está em 21% na PNAD de 2008, uma redução pequena com relação à PNAD de 2003, que era de 24,8%. O número absoluto de analfabetos reduziu-se, no mesmo período, de 14,8 para 14,2 milhões, o que aponta a manutenção do problema.

Essas informações todas estavam no “Portal do Planejamento”, criado pela Secretaria de Planejamento e Investimento Estratégico (SPI), tarefa que durou um ano e meio. E QUE SUMIU EM UM DIA. Bastaram uma ordem e um clique. É isto mesmo: o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) mandou tirar o site do ar. Eram cerca de 3 mil páginas abordando 52 temas.

Bernardo justificou assim a censura em entrevista à rádio CBN:
“Vários ministros me ligaram para dizer: ‘Olha, estão fazendo críticas às políticas desenvolvidas pelo meu ministério, mas nós não fomos chamados a discutir’. Ficamos numa posição um pouco delicada de explicar que aquilo não era posição fechada do Planejamento; são técnicos fazendo debate.”

Entendo… o ministro convocou uma reunião para segunda-feira com os responsáveis pelo Portal:“Me parece que um site para discutir políticas de governo deve ter um nível de acesso para quem é gestor, outro para quem é jornalista e outro para o público em geral”.
Deixe-me adivinhar como seria essa gradação e o produto oferecido a cada um:

- ao gestor, a verdade;- ao jornalista, uma quase verdade;- ao público, o de sempre…(a mentira)
Vamos compreender (os dois Brasis)
É evidente que nenhum governo gosta de ser criticado pelo… próprio governo. Não me atrevo a dizer que este ou aquele não agiriam assim. Aliás, acho curioso que um portal dessa importância vá ao ar sem o conhecimento do chefe da pasta. A questão aí não é matéria de gosto, não.
O que o portal revela é que existem dois Brasis: aquele real, conhecido pelos técnicos do governo, que veio a público por um breve instante, e o outro, o de propaganda, este de novas auroras permanentemente anunciadas pelo governo, ancorado numa verba bilionária de propaganda.
Como se nota, Paulo Bernardo acha que é preciso trabalhar com “níveis” de acesso, como se aqueles informações não fossem dados sobre políticas públicas, mas matéria de “segurança nacional”. Informações relevantes, pois, para orientar tais políticas passariam a ser privilégio de uma espécie de casta.

Nunca antes na história destepaiz!!!
Fonte: Blog da Santa.

Querem perder a eleição de novo e sacanear o eleitorado? Querem entregar de bandeja para o petralhismo mais aloprado que Dilma Ruimself encarna?
Se não querem, então tratem de aparar as arestas. O senador Dias deu um bom passo. Mas o menino do Rio, Rodrigo Maia, todo ameaçador, estaria disposto a apoiar o bolivarianismo? Ele fica devendo a resposta.
Triste espetáculo oferecido ao país. País, não, Grotão lulista - se nem oposição à altura tem. E país sem oposição é ditadura, imposta ou consentida.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse hoje, em Cuiabá (MS), que uma "eventual" resistência ao seu nome como vice na chapa de José Serra na disputa presidencial não colocará em risco a aliança com o DEM. Segundo o tucano, caso o DEM se mantenha irredutível quanto à indicação do seu nome, ele cederá para preservar a aliança. "Se o DEM tiver que sair, saio eu", reforçou. Fonte: Blog do Orlando Tambosi

22 junho 2010

De Ed Ruas, do Portal Terra

O deputado federal Raul Jungmann (PPS) afirmou, nesta terça-feira (22), em entrevista à Rádio Folha, que a vitória de Dilma Rousseff (PT) nas próximas eleições pode estabelecer uma "Era Petista" e, consequentemente, impor mudanças à democracia no Brasil.
"Anotem o que digo: se a oposição não tiver sucesso, vai ocorrer um sufocamento do espaço das oposições, quando não da própria imprensa. Isso é uma real possibilidade. Não se enganem, pois no PT existem alas antidemocráticas e anti-institucionais. Se isso (vitória do PT) ocorrer, podem ocorrer mudanças efetivas na democracia", avaliou.
De acordo com Raul Jungmann, o mandato de Dilma Rousseff será apenas uma ponte para o retorno de Lula, em 2014.
"Não estamos (oposição) disputando uma eleição qualquer. Pode representar 20 anos de petismo e o sepultamento de várias trajetórias. É uma definição de 20 anos do rumo do País", argumentou.
Raul Jungmann, que é cotado para integrar a chapa majoritária de oposição em Pernambuco como candidato ao Senado, descartou a possibilidade e garantiu que disputará a reeleição.
"Seria uma honra participar de uma chapa com Jarbas Vasconcelos (PMDB), mas o meu partido e eu entendemos que devemos manter essa cadeira".
O bloco de oposição em Pernambuco é formado pelo PDMB, PSDB, DEM, PPS e PMN. O PPS mantém a candidatura ao Senado do ex-secretário de Saúde de Pernambuco, Guilherme Robalinho.

20 junho 2010

SERRA, SIMPLES, OBJETIVO E DIRETO

Trechos da entrevista de José Serra nas páginas amarelas da Veja deste fim de semana:
Depois que os repórteres da sucursal de VEJA em Brasília desvendaram uma tentativa de aloprados do PT de, uma vez mais, montar uma central de bisbilhotagem de adversários, as operações foram desautorizadas pela cúpula da campanha. O senhor responsabiliza a candidata Dilma Rousseff diretamente pelas malfeitorias ali planejadas?
Serra - Só cabe lamentar e repudiar as tentativas de difusão de mentiras, de espionagem, às vezes usando dinheiro público, às vezes usando dinheiro de origem desconhecida, como em 2006. São ofensas graves e crimes que ferem até mesmo direitos básicos assegurados pela Constituição brasileira. Isso não é honesto com o eleitor. É coisa de gente que rejeita a democracia. A candidata disse que não aprova esse tipo de atitude, mas não a repudiou, não pediu desculpas públicas nem afastou exemplarmente os responsáveis. Essa reação tímida e a tentativa de culpar as vítimas fazem dela, a meu ver, responsável pelos episódios.
(...)
Sobre loteamento de cargos, que Serra diz jamais ter feito:
Serra - Cito como exemplo as agências que criei quando fui ministro da Saúde, a Anvisa e a ANS. Sabendo como eu atuo, nenhum parlamentar, nem mesmo os do meu partido, sequer me procurou em busca de alguma indicação. Eles sabiam que não teriam êxito. E qual é a situação agora? O atual governo loteou totalmente as agências entre partidos, fatiando-as entre grupos de parlamentares e facções de um mesmo partido. A mesma partilha se abateu sobre os Correios e sobre a maioria – se não todos – dos órgãos públicos. O loteamento foi liberado e se generalizou. Essa prática é uma praga que destrói a capacidade de gestão governamental e turbinou como nunca a corrupção. Mais ainda, a justificativa oferecida foi a de que se tratava de "um mal necessário" para garantir a governabilidade. Se eleito, vou acabar com isso à base de um tratamento de choque.
(...)
Como concertar com os governadores uma reforma tributária em que ninguém se sinta lesado ou pagando a conta?
Serra - É menos complicado do que parece, e nem é necessário mexer na Constituição. Para começar, é preciso aprovar uma lei que preveja que os impostos sejam explicitados nos preços das mercadorias. Isso aumentará a consciência das pessoas a respeito da carga tributária. Em São Paulo, fizemos uma lei para criar a Nota Fiscal Paulista, um instrumento de grande sucesso através do qual 30% do imposto estadual sobre o varejo é devolvido aos contribuintes, com crédito direto na conta bancária. Vamos criar a Nota Fiscal Brasileira, para devolver parte dos tributos federais. A reforma que farei vai aliviar a carga tributária incidente sobre os indivíduos, desonerar os investimentos, simplificar a formidavelmente complexa estrutura de tributos atuais. Além disso, restabeleceremos a neutralidade em relação à distribuição de recursos. É uma proposta coerente.
(...)
Como seria a política econômica em um eventual governo Serra? Qual é o perfil ideal para o cargo de ministro da Fazenda?
Serra - A manutenção da estabilidade é inegociável. Isso significa manter a inflação baixa. Com a combinação dos regimes fiscal, monetário e cambial, caminharíamos sem rupturas para um ambiente macroeconômico cujo resultado inevitável seria a trajetória descendente dos juros. Uma taxa de juros menor é, aliás, condição para atrair mais investimentos privados destinados à infraestrutura, sem ter de dar os subsídios que hoje distorcem o processo. Quanto mais alta a taxa real de juros, maior é a taxa interna de retorno exigida pelos investidores privados em infraestrutura. Para compensar o juro alto, o governo é obrigado a dar subsídios.

18 junho 2010

QUEM É FICHA-SUJA
Estão vetadas candidaturas de pessoas com condenação na Justiça em segunda instância ou tribunais superiores. A inelegibilidade valerá por oito anos (atualmente são três).

Quem for condenado poderá recorrer em instância superior tentando suspender os efeitos da condenação. O mesmo órgão vai definir se o réu poderá ou não disputar eleições.

São abrangidos pela nova legislação:
Crimes dolosos (com intenção) com pena superior a dois anos, como tráfico de drogas e homicídio;
Condenados por improbidade administrativa;
Quem teve o mandato cassado por crimes como corrupção eleitoral e abuso de poder político; Condenados por crime grave em sentença transitada em julgado;
Condenados por crimes eleitorais que resultem em prisão – estão excluídos aqueles condenados apenas a pagamento de multa;
Quem for excluído do exercício profissional por crime ético-profissional, incluindo quem tiver o registro cassado;
Eleitos que renunciarem a mandatos para evitar processo por quebra de decoro.

14 junho 2010

Ficha suja não terá chance

Procurador eleitoral diz que legislação é caótica e não pune políticos com rigor.
"Não me parece adequado que o presidente da República, ocupante do cargo da mais alta hierarquia do Brasil, dê o mau exemplo de descumprir a legislação eleitoral, como também fazer pouco caso dela" .
Aos 34 anos, Felipe Peixoto Braga Netto será um dos principais responsáveis, ao lado da Justiça Eleitoral, pela garantia de eleições limpas e em condições iguais para todos os participantes. Professor de direito civil e integrante do Ministério Público Federal há cerca de 10 anos, no mês passado, ele foi eleito o novo procurador regional eleitoral do estado.
Caberá a ele coordenar todos os procuradores eleitorais de Minas e também analisar todos os pedidos de registro candidatura do estado, segundo maior colégio eleitoral do país e que tradicionalmente possuiu o maior número de candidatos em todos os pleitos. Entusiasta do Ficha Limpa, ele avisa que a procuradoria vai impugnar o registro de todos os políticos fichas suja do estado. Na avaliação do procurador, que não poupou críticas ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Congresso Nacional, essa foi uma das únicas modificações positivas da legislação eleitoral dos últimos anos. Segundo ele, frequentemente o Congresso e o TSE têm alterado a legislação eleitoral trazendo instabilidade no campo jurídico e favorecendo práticas desonestas durante as campanhas. Para ele, a legislação brasileira, no que tange às eleições é caótica e, pior, extremamente branda, com multas irrisórias. Apesar de tudo, ele se intitula um “otimista do Brasil de modo geral”. “O problema ainda é a qualidade dos políticos brasileiros, mas lentamente estamos caminhando para melhor.”
Como o senhor avalia a legislação eleitoral brasileira. O que ela tem de bom e o que precisa melhorar? Qualquer pessoa que se aprofundar no estudo da legislação eleitoral brasileira ficará perplexa, porque ela é instável, caótica, e com sanções profundamente brandas. E o pior é que ela é feita justamente por aqueles que serão sempre seus destinatários: os políticos. Eles estabelecem as regras da jogo que vão jogar aos quais eles próprios estarão sujeitos, por isso nossa atuação é sempre presa a esses critérios. E fora essa lei recente do Ficha Limpa, todas as mudanças da legislação eleitoral dos últimos anos foram para dificultar as sanções eleitorais e a apuração da corrupção eleitoral e facilitar a vida dos maus políticos.
O que mudou para pior? No fim do ano passado, uma modificação na Lei dos Partidos Políticos (aprovada em setembro pelo Congresso Nacional) reduziu absurdamente o prazo para processos relativos à arrecadação e gastos de recursos durante a campanha. Agora só se pode propor ações até dias depois da diplomação o que inviabiliza, na prática por completo, a nossa atuação, porque nessa época é impossível colher os dados necessários para propor as ações correspondentes. Outra mudança foi feita pela minirreforma eleitoral, na qual foram embutidas mudanças graves para impedir que o político que tivesse conta rejeitada pudesse participar das eleições. A prestação de contas agora é irrelevante, pois mesmo sua desaprovação não impede a quitação eleitoral.
O Tribunal Superior Eleitoral também muda as regras do jogo, principalmente em anos de disputa. Isso também não atrapalha, não causa instabilidade no cenário jurídico e eleitoral? As mudanças abruptas pelo TSE de suas as jurisprudências também tem dificultado muito nossa atuação. E o pior é que além de alterar drasticamente suas decisões, o TSE ainda resolve aplicá-las retroativamente, derrubando centenas de representações já aceitas e jogando por terra muito trabalho. Foi o que aconteceu no caso das doações irregulares de campanha feitas pelas empresas para partidos políticos e candidatos. Antes das eleições de 2006, o TSE solicitou que as procuradorias regionais eleitorais agissem para coibir abusos nessas doações. Propusemos cerca de 5 mil representações nesse sentido, o que redundou em quase R$ 500 milhões de multas no Brasil, contra empresas que doaram acima do limite legal previsto pela lei (2% do faturamento). Depois de todo esse trabalho, o TSE, contraditoriamente, sem mais nem menos, diz que o prazo para agirmos já tinha sido superado, jogando todo um trabalho bacana por terra.
E o Congresso Nacional? Ao lado do TSE, o Congresso tem bastante culpa por essa instabilidade jurídica, pois, não faz uma reforma eleitoral e muda as regras conforme o jogo que pretende jogar. Além disso, tem havido no Congresso, de modo muito forte, embora subliminar, um movimento constante de parlamentares ressentidos com a atuação do Ministério Público, que tudo fazem para podar nossa atuação. A Lei das Inelegibilidades completa 20 anos com uma mudança profunda que é aprovação do Ficha Limpa.
Como o senhor avalia os impactos dessa proposta já validada pelo Tribunal Superior Eleitoral para as eleições deste ano? O Ficha Limpa vai separar mesmo o joio do trigo? A lei do Ficha Limpa é um marco, não só por resultar de um projeto de iniciativa popular. Ela não teria sido aprovada se não houvesse pressão da imprensa e da sociedade, algo muito significativo para uma democracia. Mas ela também é um marco sobretudo porque, até então todas as modificações que aconteciam na lei eleitoral eram, de modo geral, para dificultar o combate à corrupção, dificultar a lisura do processo e a aplicação das sanções. Mas apesar disso, não sou tão otimista em relação ao Ficha Limpa para separar, nas eleições deste ano, o joio do trigo, como queríamos, porque a Justiça brasileira é muito lenta. Grande parte do Ficha Limpa vai depender de outras justiças que não a eleitoral e se a análise da corrupção continuar lenta pelos outros tribunais isso vai refletir no ficha limpa.
Como o senhor avalia esse momento de pré-campanha eleitoral para a disputa pela Presidência que na verdade só existe na lei, pois a campanha de fato já começou de maneira escancarada? Há quem defenda que essa proibição da propaganda extemporânea não deva existir. Isso está cada vez mais forte, pois ninguém respeita mesmo essa restrição. Apesar disso, não me parece adequado que o presidente da República, ocupante do cargo da mais alta hierarquia do Brasil, dê o mau exemplo de descumprir a legislação eleitoral, como também fazer pouco caso dela.
O presidente já foi multado quatro vezes por propaganda antecipada, mas parece que não fez nenhum efeito? Mas isso acontece por causa das falhas na lei. É uma infração calculada. Todos infringem sabendo o que fazem, pois são assessorados por bons advogados e sabem que as multas, que no direito geral tem efeito repressivo, inibitório e pedagógico, no campo eleitoral são piadas. Tem sentido você aplicar uma multa de R$ 5 mil para uma campanha presidencial que vai custar milhões? Não faz a menor diferença. Qual o sentido também de suspender no ano que vem o horário partidário de uma legenda que usou esse tempo para fazer propaganda antecipada. Ano que vem não tem eleição. É um risco calculado. Isso pode refletir em uma possível cassação futura ou em nada que venha prejudicar o mandato futuramente ou essa relação não existe? Existe, mas é muito tênue, mas no caso de um mandato presidencial jamais daria certo.
O presidente que vai ser eleito pode ser processado futuramente por abuso de poder político, mas tenho reservas se daria alguma coisa na prática ao se tratar de um cargo como esse. No campo de atuação da Procuradoria Regional Eleitoral em Minas qual é a principal preocupação? O Ministério Público, nestas eleições, terá uma atuação fundamentalmente preventiva, sem, é claro, negligenciar a tradicional atuação repressiva, que busca inibir a punição dos ilícitos praticados. Tem sido expedidas recomendações a diversos órgãos públicos e privados alertando para os pontos da lei eleitoral. Isso é importante porque em caso de descumprimento ninguém poderá alegar desconhecimento da matéria. O alerta foi feito e fica documentado. Felipe Peixoto Braga Neto, novo procurador regional eleitoral do estado.

10 junho 2010

PSDB mineiro sugere Pimenta da Veiga como vice de Serra

O PSDB-MG e o ex-governador Aécio Neves defendem o nome do ex-ministro Pimenta da Veiga para vice de José Serra se o critério for atrair para a chapa do presidenciável tucano um representante da política mineira, afirmou nesta quinta-feira o presidente estadual da legenda, deputado Narcio Rodrigues.
Ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-ministro das Comunicações, Pimenta presidiu nacionalmente o PSDB em meados dos anos 1990. Afastado da política desde o fim do governo Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro voltou recentemente a circular entre os caciques tucanos.
"O nome do Pimenta é um nome que é a cara do Aécio, é a cara do PSDB e tem uma proximidade muito grande com o DEM em nível nacional", disse Narcio, destacando a boa relação do ex-ministro com o presidente de honra do partido aliado, Jorge Bornhausen.
Para emplacar uma chapa puro-sangue, o PSDB precisa acomodar as resistências de líderes do DEM, que publicamente admitiam essa possibilidade apenas em favor de Aécio.
O ex-governador se reuniu nessa quarta, em Belo Horizonte, com o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE) para discutir a estratégia da campanha presidencial no Estado. A próxima visita de Serra a Minas Gerais está prevista para o dia 21, em Uberaba, onde participará de um encontro com representantes do agronegócio."
Papel decisivo
"O presidente do PSDB-MG, porém, acredita que o ex-governador mineiro terá um "papel decisivo" no processo de escolha. Caso a opção seja por um nome do Nordeste, a aposta é no próprio Guerra. "Se o critério for o de Minas, o nome do Pimenta pode prosperar. Se for do Nordeste, seria o nome do Sérgio Guerra."
Mesmo ressaltando sempre que a decisão cabe ao pré-candidato, Aécio já sugeriu para o posto o ex-presidente Itamar Franco (PPS) e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Itamar - que já se lançou como candidato ao Senado - refutou a hipótese. Fonte: Agência Estado.

07 junho 2010

Em busca dos votos mineiros

Força do ex-governador Aécio Neves será fundamental para a campanha de José Serra no estado. Hoje, tucanos têm encontro com prefeitos do Norte de Minas, em Montes Claros
Por Luiz Ribeiro, para o Jornal Estado de Minas
O pré-candidato à Presidência da República José Serra (PSDB), acompanhado do ex-governador Aécio Neves e do governador Antonio Anastasia, retorna a Minas hoje. Visitará Montes Claros, onde terá encontro com lideranças regionais. A expectativa é que a presença de Aécio – que fará sua primeira aparição pública ao lado do ex-governador paulista desde que retornou de viagem ao exterior – sirva de impulso para o engajamento dos prefeitos tanto na campanha de Serra quanto no trabalho para a reeleição de Anastasia. Apesar da ameaça real da “Dilmasia” (apoio casado à reeleição do governador e à pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff), o presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams),Valmir Morais (PTB), ressaltou que Aécio poderá mudar a situação: “Basta o Aécio pedir que o Norte de Minas possa abraçar também a candidatura do PSDB à Presidência da República”.
Valmir Morais informou que cerca de 50 a 60 prefeitos deverão participar do encontro com o pré-candidato tucano, marcado para as 15h, no Automóvel Clube de Montes Claros. Segundo Morais, a maioria dos prefeitos norte-mineiros já declarou adesão à campanha para a reeleição de Anastasia e apoio à candidatura de Aécio ao Senado.
A tendência atual é de que os prefeitos norte-mineiros apoiem Anastasia para governador e Dilma Rousseff para presidente da República. A afirmação é do prefeito de Salinas, José Prates (PTB), um dos cabeças da "Dilmasia". Seria algo semelhante ao "Lulécio", liderado pelo próprio José Prates em 2006, quando uma frente de prefeitos apoiou as reeleições de Aécio Neves para o governo de Minas e de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República. A diferença desta vez é que os prefeitos também deverão votar em Aécio para o Senado.
José Prates disse que sabe que um número expressivo de prefeitos, "incluindo filiados ao PSDB e ao PT", vão apoiar Dilma para a Presidência e Antonio Anastasia para o governo estadual. "Não posso falar os nomes porque não sou porta-voz deles", argumentou. Segundo o prefeito de Salinas, o movimento do voto casado em Dilma e Anastasia vai se ampliar depois do prazo final para convenções, 4 de julho, quando as candidaturas forem oficializadas. "Acho que a "Dilmasia" vai ser mais forte do que o "Lulécio". Em 2006, o voto conjunto em Lula e Aécio aconteceu mais por acompanhamento a um sentimento do povo. A "Dilmasia" também é um fruto de um sentimento, porém, mais racional e mais consciente", assegurou.
O prefeito de Itinga (Vale do Jequitinhonha), Charles Ferraz (PT) é um outro chefe do Executivo municipal que deverá abraçar a "Dilmasia". Ele defendeu publicamente o voto casado em Dilma e no governador tucano durante evento na Cidade Administrativa, no mês passado. Por isso, já foi notificado pela Secretaria de Assuntos Institucionais do diretório do PT mineiro a dar explicações. Ferraz não foi localizado pela reportagem. Mas recebeu a solidariedade do seu colega de Salinas, que, em 2006, acabou sendo expulso do PT por liderar o Lulécio. "Acho um absurdo qualquer tipo de censura ao prefeito de Itinga. O voto é livre. É uma liberdade de expressão. Nada pode proibir isso."
REIVINDICAÇÕES
José Serra fará hoje a sua quinta viagem ao estado desde que se descompatibilizou do governo de São Paulo para concorrer à Presidência – nos últimos meses, esteve duas vezes em Belo Horizonte e visitou Uberlândia e Uberaba. Será também a primeira viagem do pré-candidato tucano a Montes Claros, polo do Norte de Minas e importante centro universitário. Em 2002, quando também disputou a Presidência da República, Serra fez poucas visitas a Minas Gerais e não chegou a ir ao Norte do estado, apesar de a região ter cerca de 2 milhões de votos.
Hoje, Serra vai receber um documento com as principais reivindicações da região ao governo federal. "O plano de desenvolvimento do Norte de Minas" foi elaborado em encontro de lideranças políticas e empresariais, organizado pela Amams. De acordo com Valmir Morais, entre as principais demandas da região estão: a implantação de um porto seco, a criação de uma universidade federal e investimentos na melhoria da estrutura de atendimento à saúde, além de infraestrutura para a exploração de gás natural e de minério de ferro, riquezas descobertas há pouco no Norte do estado.
Os prefeitos querem ainda que o candidato a presidente assuma o compromisso de que, se eleito, vai criar um repasse mínimo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), cujas receitas, reclamam, vêm caindo, asfixiando as pequenas prefeituras. O mesmo documento será entregue a Dilma Rousseff e outros candidatos à Presidência da República.
Queda-de-braço por candidato
PT e PMDB não chegam a acordo sobre candidatura única da base do presidente Lula em Minas e prometem continuar conversas, mas petistas pretendem apresentar hoje nome do ex-prefeito
Por Maria Clara Prates e Alice Maciel, para o Jornal Estado de Minas.
Terminou sem acordo o encontro do PT e PMDB, realizado ontem à tarde, no qual se pretendia definir entre o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel o cabeça da chapa para disputar o governo de Minas. O presidente do PT estadual, deputado federal Reginaldo Lopes, e o presidente do PMDB, deputado federal Antônio Andrade, deixaram a reunião abraçados depois de mais de três horas de conversas tensas, sem o nome e com apenas a certeza de que o tão sonhado palanque único para a pré-candidata à presidência Dilma Rousseff (PT), será realidade, sem precisar da intervenção das executivas nacionais dos dois partidos.
Reginaldo Lopes e Antônio Andrade garantiram que vão voltar a discutir com as cúpulas dos partidos para a definição do candidato, já que o prazo final para a formação da chapa termina apenas dia 30. “Temos dois nomes fortes, dois excelentes candidatos capazes de derrotar o candidato tucano Antonio Anastasia, por isso, precisamos conversar”, diz o petista. Como se tivesse ensaiado, Andrade bateu na mesma tecla e fez questão apenas de frisar que tanto a pesquisa eleitoral encomendada por seu partido como a do PT, apontam que Hélio Costa tem a preferência dos eleitores hoje. Ele lamentou, no entanto, a falta de definição e admitiu continuar conversando com os petistas.
O PT, entretanto, pegou de surpresa os peemedebistas que consideravam a partida ganha com Hélio Costa, para a disputa do governo mineiro. Em reunião pela manhã, petistas e representantes do PR, PcdoB e PRB, aproveitaram a ausência do PMDB, para anunciar nova chapa, esta encabeçada por Fernando Pimentel, tendo como vice Clésio Andrade, presidente do PR de Minas, e Hélio Costa como candidato único para o Senado.
Segundo Lopes, o palanque único é uma armadilha para o PT mineiro. “A militância do partido não vai aceitar em hipótese alguma. Nós compreendemos a aliança nacional, queremos a aliança com o PMDB. No entanto, nós não estamos aqui escolhendo pela base do Lula um candidato pela coligação partidária. Nós estamos escolhendo o melhor candidato para conseguir apoio para Dilma no estado”, enfatizou. De acordo com Reginaldo Lopes, Hélio Costa está preparado para ocupar qualquer cargo na república, e será importante na sustentação da presidenciável petista no Senado.
O parlamentar disse ainda não temer a possibilidade de uma intervenção da direção nacional no PT em Minas. “Estamos fazendo debate político. Nenhuma candidatura nasce sob intervenção. Cada dia com sua agonia. Hoje estamos dando um passo para ter uma ótima campanha no estado”, completou. Antes da reunião à tarde, Antônio Andrade ironizou dizendo que não compareceu à reunião porque não foi convidado e que as pesquisas deixavam claro que Hélio Costa era o melhor candidato. “Deram o Senado ao Hélio Costa? Boa Proposta”, disse Andrade. Ontem, após reunião, o Reginaldo Lopes reafirmou que o nome de Pimentel ao governo será lançado oficialmente pela Executiva Estadual, às 18h de hoje
Conversa
Se o acordo ainda não foi anunciado, as costuras em Brasília já começaram para que isso ocorra antes das convenções nacionais do PMDB e PT, marcadas para sábado e domingo. Antes mesmo do fim da reunião, Reginaldo Lopes já tinha sido convocado pelo presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, para uma conversa em Brasília, hoje, quando ele se encontra também com o presidente do PMDB, Michel Temer. Para justificar a insistência em manter o nome de Pimentel para encabeçar a chapa, Lopes alega que a militância petista está animada com o crescimento da candidatura do ex-prefeito, que estaria praticamente em empate técnico com Costa, de acordo com as pesquisas. “Ele tem ainda menor rejeição o que é mais uma vantagem”, diz.