Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

27 setembro 2007

LEGALIZAR AS DROGAS PARA ACABAR COM TRAFICO E COM A VIOLÊNCIA !

“E acho que já passou da hora mesmo de discutir esse assunto com honestidade. Capitão Nascimento põe sua vida em risco todos os dias para lutar uma guerra inútil contra o tráfico e responsabiliza os consumidores pela sua tragédia pessoal. Essa tem sido inclusive uma bandeira defendida por órgãos oficiais de combate às drogas. É lógico que há uma responsabilidade individual nisso, e eu conheço muita gente que deixou de fumar maconha para não alimentar o tráfico. Mas não creio que essa campanha seja mais eficaz do que a legalização do consumo. O uso de drogas existe desde que o mundo é mundo e não vai ser a repressão que vai acabar com o consumo. Mas a legalização pode acabar com o tráfico. Eu vejo o consumidor como o elo mais fraco da cadeia. Combatê-lo é contraproducente. O abuso e o vício devem ser tratados como problemas de saúde pública. O tráfico é que é questão de segurança pública. É o tráfico que arrasta os jovens de periferia para a morte e tenho certeza de que morre muito mais gente na guerra do tráfico do que de overdose. De que forma fazer, eu não sei, mas acho que já passou mesmo da hora de discutir o que me parece óbvio e acredito que o filme contribui com isso. Só mais um dado: sabe de quem partiu a idéia de legalizar as drogas na Holanda? Da polícia, parceiro.”
Wagner Moura é ator e protagonista do filme "Tropa de elite". Leia mais aqui.

25 setembro 2007

GOVERNO TEM GANÂNCIA TRIBUTÁRIA


RENAN SE TORNA RAINHA DO SENADO


O Senador Renan Calheiros, tem a presidência do Senado Federal, mas não manda, não exerce. Esta tal qual a Rainha da Inglaterra, tem o trono mas não Governa e ainda pior sem moral.

Brasília – A crise no Senado afastou o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), de uma de suas atividades mais triviais: a organização da agenda de votações em plenário. Sem diálogo entre ele e os principais líderes da oposição, os governistas excluíram o peemedebista e convidaram os adversários para um entendimento sobre a pauta, travada por cinco medidas provisórias e paralisada desde que o plenário absolveu Renan, no primeiro processo de cassação, duas semanas atrás. A reunião de hoje entre líderes de partidos aliados e da oposição foi articulada pelo líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR). A decisão foi tomada, porque o DEM e o PSDB não aceitam participar de nenhuma reunião de líderes com a presença de Renan.

Com a intenção de acelerar as votações e de olho na prorrogação da CPMF, o Palácio do Planalto criou uma força-tarefa, em busca de solução para o impasse. Jucá e a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), querem convencer os senadores a encontrar uma maneira de acelerar as votações em plenário, antes que a CPMF chegue à Casa, provavelmente em meados de outubro. O governo está preocupado com o clima de tensão no Senado. E sabe que, diferentemente da Câmara, a maioria da qual dispõe é bem pequena. Jucá terá a missão de convencer os líderes partidários, principalmente da oposição, a agilizar os trabalhos em plenário.

No entanto, a palavra final sobre o funcionamento do plenário é do presidente. “A última palavra é dele. É ele quem elabora a pauta. Mas terá que se curvar aos líderes”, comenta o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). A oposição promete não dar trégua a Renan, para pressioná-lo a se afastar do cargo. Com 30 dos 81 senadores, a oposição, impôs a seguinte condição para retomar as votações: analisam-se as medidas provisórias que trancam a pauta, depois se vota o projeto que termina com as sessões secretas para o julgamento de processos de cassação e, na seqüência, o plenário retoma o exame das indicações do governo. “Nossa posição é conhecida. Primeiro se aprova o fim da sessão secreta, depois nós tratamos do resto”, disse o líder do DEM, senador José Agripino (RN).


TENSÃO


Desde a semana passada, a pauta empacou, com a votação da indicação de Luiz Antônio Pagot para o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Além de Pagot sofrer resistências, senadores da oposição e alguns da base governista só aceitam acelerar as votações, se entrarem na pauta as propostas que acabam com sessão e voto secretos no Congresso. Renan e seus aliados são contra.

Pressionada pelo senador alagoano, Ideli ficou com a tarefa de acalmar o PT. Liderada por Aloizio Mercadante (PT-SP) e Eduardo Suplicy (PT-SP), a maioria petista defende a saída de Renan e o voto aberto. O clima é tenso na bancada. Senadores do partido estão preocupados com a especulação de que Renan teria preparado um dossiê contra os colegas. O vice-presidente do Senado, o petista Tião Viana (AC), não escondeu o descontentamento com a insistência dele em ficar no cargo. “O clima é o pior possível para aprovar qualquer matéria”, disse.

O peemedebista, por seu lado, não apareceu no Senado. Ficou em casa e telefonou a alguns senadores para negar a tentativa de intimidação. Além de se preocupar com o plenário, Renan tem outro obstáculo pela frente, esta semana. O Conselho de Ética se reúne amanhã para avaliar o relatório final do processo sobre o suposto favorecimento do senador à cervejaria Schincariol. O relator, João Pedro (PT-AM), pretende pedir a suspensão do processo até que a Câmara termine a investigação contra o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan, que trata do mesmo assunto.

REITORES RECORREM DE COTAS

Medida jurídica ainda está em discussão, mas instituições federais de ensino superior já decidiram questionar ação que exige reserva de vagas para alunos da rede pública

Por Izabela Ferreira Alves e Jair Amaral/EM

Alunos do Colégio Santo Antônio, Bianca Bianchini e Adão Antunes, ambos de 17 anos, divergem sobre as mudanças no vestibular.
As instituições federais de ensino superior (Ifes) mineiras vão entrar com uma ação na Justiça contra as cotas sociais – reserva de 50% do total de vagas para estudantes da rede pública. A decisão foi tomada ontem, em Viçosa, na Zona da Mata, por reitores e procuradores jurídicos das universidades.
A ação civil pública requerendo as cotas sociais foi ajuizada em 1999 pela Procuradoria da República em Minas. Três anos depois, a 12ª Vara Federal de Belo Horizonte acatou o pedido e obrigou os centros superiores de ensino a se adaptarem às novas regras. No entanto, as instituições mineiras recorreram da decisão ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que novamente confirmou a sentença de primeira instância, em 19 de abril deste ano. Ainda assim, a reserva de vagas não saiu do papel, porque as Ifes, novamente, interpuseram recursos, que agora foram julgados e negados.
Segundo TRF1, em Brasília, se não houver erro no texto ou abstenções de desembargadores federais, as negações aos recursos já impetrados por essas escolas vão ser publicadas em 5 de outubro. Somente depois de publicados esses acórdãos – julgamento feito por turmas colegiadas, como ocorreu no TRF1 – as universidades federais de Minas Gerais (UFMG), de Viçosa (UFV), de Lavras (Ufla), de Uberlândia (UFU), de Juiz de Fora (UFJF), de Ouro Preto (Ufop), de São João del-Rei (UFSJ), de Itajubá (Unifei), a Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina, a Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, a Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro e o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet MG) vão ter de reservar a metade das vagas. De acordo com a desembargadora federal Selene de Almeida, relatora do processo no TRF1, o prazo para as universidades entrarem com recurso no Superior Tribunal de Justiça ou no Supremo Tribunal Federal é de 15 dias contados da data de publicação dos acórdãos. Em princípio, não se consegue suspender a sentença, mas são admitidas outras iniciativas, como os mandados de segurança, pelos quais se obtém esse efeito. O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Ifes (Andifes) e reitor da UFU, Arquimedes Ciloni, afirma que as instituições ainda não definiram qual ação vão ajuizar.
Na UFMG, é descartada a possibilidade de a decisão alterar o próximo vestibular, cuja primeira etapa está marcada para 2 de dezembro. O pró-reitor de Graduação, Mauro Braga, lembra que, dos 60 cursos oferecidos, 17 já têm mais de 50% de seu quadro de docentes composto por ex-alunos de escolas públicas. “Nesses casos, vamos criar cotas para estudantes da rede privada?”, questiona. O presidente do Fórum das Ifes mineiras e reitor da UFV, Carlos Sedyiama, reitera que entre 48% e 52% das vagas em Viçosa já são ocupadas por estudantes oriundos de escolas municipais ou estaduais. Ele destaca outras formas de democratização do 3º grau público adotadas pela universidade. “Temos o vestibular descentralizado, o programa de avaliação parcelada e outras estratégias para promover a inclusão”, ressalta.
Já na Ufop, a admissão de alunos da rede pública não é linear. Nos últimos processos seletivos, ela variou entre 25% e 40,6%. Dos 26 cursos oferecidos, considerando-se as duplicidades de turno, apenas seis – licenciaturas, todas à noite – já atendem às cotas sociais. “A presença de estudantes de escolas públicas está diretamente ligada à relação candidato/vaga das graduações”, afirma o pró-reitor adjunto de Ensino, professor Adilson dos Santos. Para ele, o sistema de cotas não vai resolver as “mazelas da educação básica”. “Porém, quem tem fome tem pressa e o país não pode virar as costas para jovens que tiveram acesso a um ensino de péssima qualidade”, pondera.
E opiniões diferentes ainda dividem as salas de aula. Os colegas Adão Antunes e Bianca Bianchini, ambos de 17 anos, estudam no Colégio Santo Antônio, à noite. Ela tem bolsa, ele não. “Com a volta da classe média para os bancos da escola pública pode ser que a qualidade da educação melhore”, defende a jovem. “Muita gente vai para escola superior de qualidade e não vai dar conta de acompanhar. O Brasil precisa parar de dar ‘jeitinho’ nas coisas e debater o que realmente importa: uma educação básica pública digna”, opina o garoto.

23 setembro 2007

PAZ NÃO COMBINA COM DROGA !!!

Em entrevista ao Jornal "O Globo", Antonio Carlos Biscaia, secretário nacional de Segurança Pública afirmara que algumas pessoas que participam das passeatas consomem drogas, o que favorece o aumento do narcotráfico e da violência. Em e-mail ao Glogo Online, enviado também ao secretário, Tico Santa Cruz, vocalista da Banda Detonautas rebateu que não se pode discriminar manifestantes por serem ou não usuários de drogas.
"Precisamos sair do coma coletivo e discutir melhor e de forma mais clara algumas políticas de segurança. Acusar os movimentos de hipocrisia sem dúvida já é uma hipocrisia", argumentou o artista. Tico Santa Cruz se colocou à disposição do secretário para fazer exames que atestem se consome drogas. Leia toda polêmica aqui.

22 setembro 2007

ABERTA EM CIMA E FECHADA EM BAIXO

A QUALIDADE DO ENSINO MÉDIO FICA A DESEJAR E O ENSINO SUPERIOR IRA RECEBER ALUNOS DESPREPARADOS
Boa notícia para os mais de 900 mil alunos das redes municipais e estadual que cursam o nível médio e vão fazer vestibular nos próximos anos. Doze instituições de ensino superior de Minas Gerais vão ter de reservar metade das vagas de todos os seus cursos a estudantes de escolas públicas. A decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, confirma sentença de 2001, expedida pela Justiça Federal no estado. As universidades federais de Minas Gerais (UFMG), de Viçosa (UFV), de Lavras (Ufla), de Uberlândia (UFU), de Juiz de Fora (UFJF), de Ouro Preto (Ufop), de São João del-Rei (UFSJ), de Itajubá (Unifei), a Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina, a Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, a Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro e o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet MG) devem fazer listas diferenciadas de aprovação nos vestibulares, separando os candidatos oriundos de estabelecimentos privados. Assinantes do EM leiam mais aqui.

18 setembro 2007

SEM SAÚDE, SEM EDUCAÇÃO E COM DESVIO DE RECURSOS...

A crise na saúde enfrentada nos Estados do Nordeste pode se alastrar por outras partes do País, avalia o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral. Apesar da liberação R$ 2 bilhões do governo federal, a ameaça de novas interrupções no serviço somente terminará quando sair uma solução para um impasse há anos enfrentado pelo Sistema Único de Saúde (SUS): a contratação de pessoal.
Como é descentralizada, cabe a municípios e Estados a contratação de médicos (a União só contrata quando se trata de instituições federais).
O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Elvécio Miranda, afirma que o problema se acentua em cidades mais distantes. “Quanto menor o número de habitantes, maior a dificuldade de recrutar profissionais.” Profissionais resistem a mudar para onde não terão contato com colegas, o que dificulta a atualização.
Miranda acredita haver também um problema de mercado. “Temos 26 mil equipes de Saúde da Família e 450 vagas para residência na área, mas só metade é preenchida”, diz. Em outros países, observa, o governo tem uma atuação maior na oferta de vagas para residência, o que ajuda a corrigir distorções. Quanto maior a dificuldade para recrutar, maior o salário. No Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do País, o salário do médico pode chegar a R$ 10 mil, diz Miranda. “Gostaria que eles mostrassem o contracheque”, rebate o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Edson Oliveira. Ele garante que a maior parte ganha salários baixos.

BRASIL GASTA MENOS EM EDUCAÇÃO

Em lista de 34 países, Brasil é o que menos gasta em educação
País gasta anualmente US$ 1.303 por aluno; média da OCDE é de US$ 7.527

O Brasil é o que menos gasta com educação dos 34 países analisados por um estudo da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgado nesta terça-feira. O Brasil é o que apresenta o menor investimento por estudante (desde o primário até a universidade), gastando em média US$ 1.303 por ano (cerca de R$ 2.488). Os 30 países da OCDE gastam, em média, US$ 7.527 (R$ 14.376 ), e no país que mais gasta em educação, Luxemburgo, este valor chega a US$ 13.458 (R$ 25.705 ).
No Chile, o único outro país sul-americano incluído no estudo, o gasto total é de US$ 2.864 (R$ 5.470). O Brasil também é o país que apresenta o maior nível de diferença entre os gastos por estudante no ensino fundamental e secundário, em comparação com os estudantes universitários.
Enquanto o país gasta US$ 1.159 (R$ 2.213) em estudantes primários (à frente apenas da Turquia, que gasta US$ 1.120, o equivalente a R$ 2.139) e US$ 1.033 (R$ 1.973) em estudantes do ginásio e segundo grau ( o mais baixo), os gastos com estudantes universitários chegam a US$ 9.019 (R$ 17.226) por estudante, ao ano. Em média, os países da OCDE gastam apenas duas vezes mais na educação de estudantes universitários do que estudantes do primeiro e segundo grau. O gasto com os universitários no Brasil se compara ao de países como a Espanha e a Irlanda, e fica à frente da Itália, Nova Zelândia, México e Portugal, entre outros. O total do PIB investido em educação chega a 3,9% no país, segundo o relatório da OCDE, ficando à frente apenas da Rússia (3,6%) e da Grécia (3,4%).
De acordo com a OCDE, a porcentagem do PIB gasta em educação demonstra a prioridade que este país dá à educação em relação a outros gastos de seu orçamento. Nos Estados Unidos, os gastos com Educação correspondem a 7,4% do PIB, a maior proporção, e na Dinamarca e Luxemburgo, ele corresponde a 7,2%. Segundo o documento, todos os países analisados aumentaram o investimento em educação com o aumento dos gastos chegando a mais de 40% em comparação a 1995. Mas os resultados deste investimento ainda não atingiram seu potencial total e, segundo analistas ouvidos pelo estudo, ainda pode crescer 22%.
O relatório também conclui que quanto mais difundida a educação universitária em um país, mais próspera a economia e melhor o mercado de trabalho para os recém-formados. O documento mostra ainda que as perspectivas de emprego para os profissionais menos qualificados não parecem ser prejudicadas pelo aumento do número de universitários e podem até melhorar. Em todos os países avaliados, os profissionais com curso universitário ganham mais e encontram emprego mais facilmente do que os que não chegam à universidade.

15 setembro 2007

TUCANODUTO NÃO, MINEIRODUTO, SIM ATÉ O PT LEVOU

Caixa 2 em Minas Gerais envolveu 159 políticos

De Alan Rodrigues e Hugo Marques na ISTOÉ deste fim de semana:

"Nos próximos dias, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma peça jurídica capaz de provocar um terremoto político tão devastador quanto o do Escândalo do Mensalão. É a denúncia contra os políticos envolvidos no inquérito policial 2245-4/140-STF, que investiga o chamado "tucanoduto" - o caixa 2 da malsucedida campanha do senador Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998. Com mais de cinco mil páginas, o inquérito tem num relatório da Polícia Federal a completa radiografia de como foi montado o esquema e quem se beneficiou com ele.
Obtidos com exclusividade por ISTOÉ, os documentos que integram as 172 páginas dessa conclusão são mostrados pela primeira vez. Eles atingem diretamente o atual ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia (à época vice-governador e candidato a deputado federal), e envolvem o governador de Minas, Aécio Neves (que na ocasião tentava sua reeleição à Câmara). Aécio é nomeado numa lista assinada pelo coordenador financeiro da campanha, Cláudio Mourão, como beneficiário de um repasse de R$ 110 mil.
O relatório compromete ainda 159 políticos mineiros que participaram da disputa de 1998, entre eles a então senadora Júnia Marise e 82 deputados, entre federais e estaduais. No total, 17 partidos são citados, incluindo o PT, acusado de ter recebido R$ 880 mil, divididos entre 34 sacadores, sendo cinco deputados federais.
De acordo com a denúncia, o esquema capturou mais de R$ 100 milhões, com desvio de verbas de estatais e empréstimos bancários. Oficialmente, a campanha de Azeredo custou R$ 8 milhões. A intermediação entre o núcleo da campanha e os políticos favorecidos ficou a cargo da SMP&B, a agência do publicitário Marcos Valério, que, segundo a polícia, lavou parte do dinheiro com notas fiscais frias. Foi um modo de operar que serviu de laboratório de testes para o que, quatro anos depois, viria a ser o Mensalão Federal.
Reservado a promotores próximos do procurador-geral, aos poucos assessores que freqüentam o gabinete do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo, e a um grupo seleto de policiais, o documento é demolidor. "Constatou-se a existência de complexa organização criminosa que atuava a partir de uma divisão muito aprofundada de tarefas, disposta de estruturas herméticas e hierarquizadas, constituída de maneira metódica e duradoura, com o objetivo claro de obter ganhos os mais elevados possíveis, através da prática de ilícitos e do exercício de influência na política e economia local", diz o relatório da PF. Com diversos laudos periciais, extratos bancários e dezenas de depoimentos, o documento põe fim a uma batalha política entre oposição e governo que se arrasta há dois anos, desde que a CPI que apurou o Mensalão federal se recusou a investigar o caixa 2 da campanha de Eduardo Azeredo em Minas".

PIZZA$ COM CERVEJA$

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é só elogios a Lula e ao colega José Sarney (PMDB-AP). Pelo menos, isso. Gratidão não é virtude, é obrigação.
• O argumento do governo para aprovar a prorrogação da CPMF é irretocável. Basta dizer para os deputados e senadores que, sem o dinheiro, não dá para liberar as emendas aos currais eleitorais.
• Relator do segundo processo contra Renan Calheiros, o da Schincariol, o senador João Pedro (PT-AM) já admite livrar o presidente da Casa. Desta vez, não será só pizza. É pizza com cerveja.
• Por enquanto, o Supremo Tribunal Federal optou por não tirar dos trilhos o trem da alegria que contrata milhares de servidores sem concurso público. Mas é só por enquanto.
• Se até senadores da oposição já começam a apontar dificuldade para barrar a prorrogação da CPMF, é sinal de que o governo vai mesmo passar o rolo compressor. Sem dó nem piedade.
• O presidente Lula ficou irritado, na Noruega, quando perguntado sobre o caso Renan Calheiros. Logo depois, voltou a falar do que gosta: cana, digo, etanol.

RE$$ACA NACIONAL NÃO EVITA PIZZA$


Quanto a Renan, o tempo é seu melhor aliado

A semana acaba com uma grande ressaca nacional. E não é porque ontem foi sexta-feira. É uma ressaca cívica. Depois que o Supremo Tribunal Federal acatou a denúncia contra os 40 envolvidos no escândalo do mensalão, surgiu uma esperança de que, finalmente, a impunidade dos políticos começaria, pelo menos, a ser combatida. Nem deu tempo de comemorar direito. Poucos dias depois, a cara de 40 senadores não queimou, apesar do clamor popular. E é desculpa esfarrapada afirmar que o caso é de alcova, que não ficou provado que era a empreiteira Mendes Júnior que pagava a pensão da filha de Renan fora do casamento. Elementos de quebra de decoro não faltaram no relatório de Marisa Serrano (PSDB-GO) e Renato Casagrande (PSB-ES). O que faltou foi vergonha na cara.

A oposição garante que não vai desistir, que vai parar o Senado, enquanto Renan não se afastar da presidência. Bem, primeiro precisa se entender. Embora tenha feito reunião com seis partidos, não há consenso sobre a obstrução dos trabalhos, ainda mais com a história de que ela será seletiva, para deixar aberto o caminho para acabar com o voto secreto. Nem é preciso lembrar que os líderes tucanos e democratas que agora defendem o voto aberto foram determinantes para derrubar projeto nesse sentido não faz tanto tempo assim. O PSDB ainda não decidiu se vai para a obstrução. Até porque, no meio do caminho, tem a prorrogação da CPMF. O discurso é para derrubar o imposto, mas é grande a pressão interna. Os governadores Aécio Neves e José Serra, com a expectativa de chegar à Presidência da República, gostariam que ela fosse mantida.

Quanto a Renan, o tempo é seu melhor aliado. O próximo processo, da cervejaria, já está com o destino traçado. Não deve passar nem do Conselho de Ética. Vai mesmo para o arquivo. O das rádios não declaradas é mais complicado, mas a idéia de juntar num pacote só cheira a orégano. Em lugar de várias fatias, vai a pizza inteira.


Só um descanso


Oposição e governistas, finalmente, se uniram no Senado. Calma, é em relação à expectativa sobre o comportamento do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). A pressão para que ele tire uns dias de licença vem dos dois lados. Mesmo os parlamentares oposicionistas falam do assunto sem muitos ataques a Renan. Dizem que ele precisa “descansar e esperar a poeira baixar”. Só que o descanso, nas contas da oposição, tem de ser, no mínimo, por 30 dias. Será difícil convencer o cabra macho.


Mineração e política


Meio mundo político vai baixar em Belo Horizonte, dia 24, para a abertura do congresso e da exposição do Instituto Brasileiro de Mineração. Já estão confirmadas as presenças da governadora do Pará, Ana Júlia (PT), dos ministros Nelson Hubner, de Minas e Energia, e Hélio Costa, de Comunicações, além do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e de vários outros parlamentares. Já o presidente do Senado, Renan Calheiros, por razões óbvias, não vem. Será representado pelo senador Marconi Perillo (PSDB-GO), presidente da Comissão de Infra-estrutura.SobrouOs deputados que aproveitaram a sexta-feira para correr trecho, como eles dizem quando visitam as bases eleitorais, sentiram na pele a reação da sociedade diante da absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). É que o eleitor mistura as duas casas. Como diz um deputado: “Quando é coisa boa, fica só no Senado. Quando é ruim, sobra também para a Câmara”.


Balançado


Quem assistiu à sessão que absolveu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), saiu com a impressão de que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) ficou balançado, quando foi acusado de ter a produção de programa de TV paga pela Casa. Na verdade, é a história da última campanha, que já tinha sido revelada pelo marqueteiro de Lula em 2002, Duda Mendonça, quando assumiu ter recebido recursos do PT no exterior. A campanha de Simon (foto) entrou no pacote.


Dói no bolso


A pressão do Palácio do Planalto sobre os partidos aliados para aprovar a prorrogação da CPMF é tão grande que algumas legendas já estão procurando as desculpas para seus parlamentares levarem às bases. É o caso do PDT. A cúpula da legenda avisou que, para que os deputados pudessem votar a favor do imposto à vontade, iria fechar questão. Assim, eles teriam como se justificar. Só que pode sair pela culatra. Tem parlamentares preferindo faltar à sessão para não entrar na lista de quem votou a favor da CPMF. E olha que dói no bolso. O corte no salário é de quase R$ 1 mil.


Tudo trancado


O governo terá de pôr a tropa de choque em ação para limpar a pauta da Câmara dos Deputados na semana que vem, se quiser aprovar o projeto que prorroga a CPMF até o fim do mês, como estabelecido no calendário do Palácio do Planalto. Serão quatro medidas provisórias trancando a pauta. Uma delas, um tema explosivo. A que regulamenta a questão do desarmamento. Foi ela que derrubou a sessão de quarta-feira. E olha que já era 1h45.

13 setembro 2007

STF INICIA AÇÃO CONTRA PETISTAS

BRASÍLIA (Reuters) - O Supremo Tribunal Federal deu início nesta quarta-feira à primeira ação penal decorrente da denúncia do mensalão, escândalo surgido há dois anos. Entre os 11 réus envolvidos no esquema estão o deputado José Genoino (PT-SP), o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
SÃO PAULO (Reuters) - Aproximadamente 12 mil policiais federais de todo o Brasil aderiram a uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira, de acordo com o sindicato que representa a categoria. O movimento afetou emissões de passaportes, entre outros serviços, e causou filas em alguns dos principais aeroportos do país.

12 setembro 2007

VITÓRIA DOS CORRUPTOS ! RENAN 46 X 35 OPOSIÇÕES

Quem cala consente e seis senadores senão corruptos, mas coniventes, se calaram e os corruptos venceram mais uma vez. Confirmado. Os corruptos estão comandando o Senado. Renan Calheiros foi absolvido por 40 votos favoráveis, mais 6 abstenções e venceu as oposições que ficaram com 35 votos pela cassação. E a culpa é de quem ? É da midia, ora essa !

11 setembro 2007

RENAN 49 X 32 OPOSIÇÕES

Segundo indicativo de Ricardo Noblat em seu Blog, o Senador Renan Calheiros terá 49 votos a favor e 32 contra. A se confirmar este placar, estará consolidado o mando dos corruptos. Vamos aguardar e conferir.

10 setembro 2007

RENAN PRESSIONA EM BUSCA DA ABSOLVIÇÃO

Renan intensifica articulações políticas em busca da absolvição, mas oposição pressiona parlamentares
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), terá seu futuro político decidido em uma votação apertada, segundo avaliações de aliados e adversários. Embora evitem falar publicamente sobre números e listas de votação, os dois lados acreditam que a diferença a favor ou contra a cassação de mandato será de poucos votos. O fim de semana foi de muitos telefonemas e articulações políticas. De Alagoas, onde passou os últimos dias, Renan reforçou sua estratégia de ação. De um lado, busca o apoio do Palácio do Planalto para garantir o maior número de votos possíveis na bancada governista. De outro, tenta garantir o apoio de dissidentes do DEM e do PSDB, partidos que apóiam sua cassação. No outro lado, os líderes dos partidos oposicionistas redobraram a pressão sobre os parlamentares que tenderiam a votar pela absolvição.
Segundo o regimento do Senado, a sessão de julgamento de Renan será secreta. A reunião está marcada para quarta-feira pela manhã. Nem mesmo assessores de parlamentares poderão assistir à reunião. Os discursos não serão registrados. Um grupo de senadores, capitaneado pelos petistas Eduardo Suplicy (PT-SP) e Delcídio Amaral (PT-MS), quer tentar mudar as regras e fazer com que a parte de debates da sessão seja aberta. É muito difícil que isso aconteça. Seria necessário um acordo de todos os líderes para que uma mudança no regimento fosse aprovada tão rapidamente, e essa alteração não interessa aos aliados de Renan. O voto será secreto, ao contrário do que aconteceu no Conselho de Ética. Essa é a esperança de Renan.
Ele foi derrotado todas as vezes que seu caso foi submetido a votações abertas, seja no Conselho, na Mesa Diretora ou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Avalia que isso se deve à pressão da imprensa por sua condenação. Espera que isso não se repita na votação secreta.
MAIORIA ABSOLUTA
São 81 senadores. Para que Renan seja cassado, é preciso que 41 deles votem pela condenação. Qualquer outra posição, incluindo ausências ou abtenções, conta a favor do presidente do Senado. Mas Renan sabe que precisa obter uma vitória significativa se quiser superar a crise política. Mesmo se for absolvido na quarta-feira, ele ainda terá de enfrentar outras três representações por quebra de decoro parlamentar que tramitam no Conselho de Ética. Se for absolvido no primeiro julgamento por uma margem confortável de votos, dará uma demonstração de força capaz de paralisar os outros processos. Se a margem for pequena, incentivará a oposição a redobrar os ataques. Uma vitória apertada aumentará também a pressão de aliados para que ele se afaste da presidência do Senado até o fim das investigações.
Reservadamente, os aliados de Renan avaliam ter atualmente uma vantagem entre cinco e 10 votos. A oposição acredita que a diferença não ultrapasse os três votos. A margem de erro das contas é grande, porque muitos senadores escondem sua posição dos colegas e líderes. Há dúvidas sobre como votarão parlamentares de quase todos os partidos. As principais indefinições estão no PT e no DEM. Entre os petistas, quatro senadores ameaçam votar pela cassação, embora Renan seja um aliado do governo. No DEM, a avaliação é de que cinco dos 17 parlamentares possam votar pela absolvição, contra a orientação da liderança partidária.

03 setembro 2007

PRESO CUSTA 1,7 MIL, SOLTO 140 REAIS.

Presidiário custa 11 vezes mais que estudante

Governo de Minas gasta R$ 1,7 mil mensais, em média, com um condenado sob sua responsabilidade e pouco mais de R$ 149 com um aluno da rede básica de ensino
Por Paulo Henrique Lobato - Estado de Minas

Um presidiário custa ao governo de Minas Gerais 11 vezes mais do que um aluno da rede estadual de ensino. Em média, o gasto mensal com cada detento é de R$ 1,7 mil. Já a quantia para manter um estudante na rede básica – infantil, fundamental ou médio – é de R$ 149,05 por mês. Os valores foram informados pelas secretarias de Estado de Educação e de Defesa Social (Seds), mas essa última alertou que a cifra inclui apenas os 18 mil homens e mulheres que estão atrás das grades, em presídios e penitenciárias, excluindo da conta os 16 mil infratores que se encontram em delegacias e outros estabelecimentos de segurança, como hospitais psiquiátricos e albergues. Para esse universo, a média não foi calculada. Especialistas não consideram exorbitante o valor dispensado aos condenados, mas a disparidade entre as duas cifras reforça o tamanho do prejuízo que a comunidade e o poder público têm com a violência.
O custo anual com os presidiários chega a R$ 367,2 milhões, quantia suficiente para se construir outra Linha Verde (R$ 350 milhões), a via-expressa que liga Belo Horizonte ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, considerada a maior obra viária dos últimos anos no estado. A Seds não detalhou esse gasto, mas informou que, para cada um dos 3.362 presos que estudam, dentro ou fora das penitenciárias, são gastos cerca de R$ 180 por mês. O valor já está incluído na média de R$ 1,7 mil e é maior do que os R$ 149,05 aplicados no aluno da rede básica.

“A diferença se deve ao fato de o condenado estar sob a guarda do estado, que dá a ele assistência jurídica, psicológica, médica, odontológica, capacitação profissional e educação”, explica Genilson Zeferino, subsecretário de Administração Prisional. E ele acrescenta: “Também há o custo da manutenção da unidade e dos equipamentos. O dinheiro investido na educação dos presos cobre, ainda, gasto com salas de aula, pagamento do corpo docente, material escolar, informática e mobiliário etc. Para a Seds, o valor financeiro perde em importância quando se considera que é obrigação do estado investir num cidadão que, muitas vezes, foi vítima de um quadro perverso em que o poder público, em todos os níveis, também tem sua cota de responsabilidade”.
Um dos detentos que custa R$ 1,7 mil por mês ao estado é Gildásio Braga Rodrigues, de 32 anos, que está na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, onde cumpre pena de 16 anos pela morte da companheira. “Foi crime passional e estou aqui há dois anos e meio”, diz o homem, que pretende sair de lá direto para um banco da faculdade de direito. Para isso, estuda na própria instituição. “Trabalho seis horas diárias e fico na sala de aula por mais duas. Vou terminar o Supletivo na Nelson Hungria e tentar o vestibular. O ensino é essencial para a ressocialização”, avaliou. Além dele, outros 477 presos da unidade estão estudando.
O gasto com os presidiários deixa o estado preso aos milhões aplicados no sistema prisional, pois é impossível pensar em pôr os detentos na rua sem o cumprimento da pena ou a progressão do regime (fechado para o semi-aberto e aberto). Por outro lado, o custo per capita dos presidiários mineiros está dentro da margem da maioria dos outros estados. Levantamento do Departamento de Penitenciária Nacional (Depen), vinculado ao Ministério da Justiça (MJ), concluiu que, no país, a média de R$ 1 mil a R$ 2 mil.

Educação

Já a média de R$ 149,05 no ensino é resultado do orçamento executado pela Secretaria de Educação nos seis primeiros meses de 2007, que foi de R$ 2,3 bilhões, dividido pelos matrículados da rede básica: 2,6 milhões. O dinheiro foi usado numa vasta cartela de investimentos e pagamentos, principalmente no contracheque dos professores e demais servidores da área (R$ 1,3 bilhão). O superintendente administrativo da pasta, Leonardo Petros, diz que a média subirá um pouco neste semestre, devido a outros compromissos, como o pagamento do 13º salário aos servidores.
Ainda assim, continuará muito abaixo da per capita dos presos: “No fim do ano, quando o orçamento executado deve atingir R$ 5 bilhões, a média será de R$ 158,89”. O gasto na educação ajuda no aprendizado e na formação do garoto William Souza dos Anjos, de 9 anos, aluno da Escola Estadual Mário Casa Santa, no Bairro Nova Granada, na Região Oeste de BH. Estudioso, ele considera a instituição sua segunda família. “Tenho aula à tarde e, às segundas, quartas e sextas-feiras vou à escola também no período da manhã. Adoro o que aprendo e sou fã da merenda, que é muito gostosa. Hoje, foi canjiquinha. No almoço, aqui mesmo, comi arroz, feijão, batata palha e estrogonofe”, conta o menino, com água na boca.