Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

26 agosto 2007

DESVIO DE DINHEIRO PÚBLICO, DE NOVO !

Programa para educação é alvo de ONGs fantasmas
Brasil Alfabetizado é alvo fácil para instituições desonestas, que recebem verba da União e não formam turmas nem ensinam a ler e a escrever. Fiscalização do ministério é falha e permite irregularidades
Por Alana Rizzo - Estado de Minas

Maior programa de educação do governo federal, o Brasil Alfabetizado, criado em 2003 para erradicar o analfabetismo no país, se transformou em alvo fácil para organizações não-governamentais (ONGs). Fraudes e irregularidades fazem parte do currículo do programa, que somente no ano passado recebeu R$ 170 milhões da União, dos quais R$ 51 milhões foram parar nas mãos de ONGs.
Equipes de reportagem do Estado de Minas percorreram endereços de turmas de diversas ONGs cadastradas no Ministério da Educação (MEC) em seis cidades, de três estados e no Distrito Federal, quatro delas capitais. O resultado foi o mesmo: endereços falsos e inexistentes, turmas fantasmas e alfabetizadores que desconhecem o programa ou têm formação precária. Grande parte dos recursos do programa de alfabetização é comandada pela Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), ONG criada em 1999 pela Central Única dos Trabalhadores, presidida até 2005 pelo atual ministro da Previdência, Luiz Marinho. Este ano, ela recebeu R$ 8,2 milhões, mas muitas de suas turmas não funcionam, pelo menos em Recife, capital de Pernambuco. No local onde deveria haver uma das turmas da ADS, funciona um restaurante self-service. Antes havia no imóvel uma distribuidora de água mineral.
Em Minas Gerais, uma pequena cidade na Região Sul deveria ter reduzido significativamente os índices de analfabetismo com o programa, se ele estivesse sendo cumprido. De acordo com o MEC, Paraisópolis tem 536 alfabetizandos em 42 turmas. Os responsáveis pelo programa na cidade confirmam o funcionamento de apenas nove turmas, mantidas pela Alfabetização Através da Literatura (Alfalit), com sede na capital fluminense, e pela Associação dos Estudantes Secundaristas de Paraisopólis. Algumas turmas cadastradas na cidade têm endereço fictício e alunos fantasmas. Uma delas está numa praça pública e outra em um imóvel à venda.
Em Belo Horizonte, capital mineira, o endereço de uma creche foi usado pela ONG Alfabetização Solidária (Alfasol), fundada pela ex-primeira dama Ruth Cardoso, em 1997, como sendo de uma das turmas, mas no local não há curso. Os dirigentes da creche desconhecem a Alfasol e garantem que ela nunca atuou lá. No ano passado, houve aulas de alfabetização organizadas pela própria comunidade, sem recursos federais nem de ONGs. Em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, muitas das turmas do Centro de Defesa dos Direitos Humanos estão desativadas ou registradas em locais inexistentes. O endereço de uma das turmas é a sede de uma associação comunitária, com uma quadra esportiva e um salão de festas sem cadeira nem quadro-negro. Nos horários previstos para as aulas nenhum aluno foi encontrado. Também existem casos de pessoas da mesma família respondendo por mais de uma turma, todas localizadas no mesmo endereço, e de pessoas que nunca deram aulas, mas que aparecem na lista de alfabetizadores.
No Rio de Janeiro, em Belford Roxo, Baixada Fluminense, a situação se repete com turmas fantasmas, endereços inexistentes e alfabetizadores cadastrados em mais de uma ONG. As principais entidades que atuam na cidade são a Alfalit, comanda pelo pastor Marcos Túlio Lobato Ferreira, e a Confederação Brasileira de Mulheres. Criada em 1988 e ligada ao MR-8, ex-organização guerrilheira, a confederação é hoje uma organização de esquerda ligada às secretarias de Mulheres do PT, PDT, PSB e PCdoB, partidos da base do governo. Após serem procuradas, algumas entidades alteraram o cadastro e retiraram do site do MEC turmas com problemas. Os dirigentes têm senhas para entrar no site e manter atualizadas as informações.

2 comentários:

Ricardo Rayol disse...

Você tem que ver o que estão fazendo no Projovem aqui em floripa.

Anônimo disse...

Infelizmente a falta de idoneidade reina em Nosso país. O que me deixa mais revolto são os nomes ali envolvidos e o compromisso de um país melhor não honrados por certas ONG's e fazem ainda, com que muitas ONG's idoneas sejam afetadas pela generalização.