Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

20 julho 2007

GOVERNANDO SOBRE CADAVERES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem deve mais se lembrar das vaias recebidas no Maracanã, durante abertura dos Jogos Pan-Americanos. A cruel realidade do acidente com o vôo 3054, da TAM, que deixou mais de 200 mortos, tornou obrigatória a vinculação do índice de sua popularidade com a eficiência de seu governo. Até mesmo aliados do governo, como o vice-presidente da CPI do Apagão no Senado, Renato Casagrande (PSB-ES), foram enfáticos nas críticas contra a lentidão do governo em dar respostas à crise no setor. “Independentemente do que causou o acidente, o governo precisa rever o sistema de gestão aérea do país.
O presidente Lula tem de achar soluções”, reclamou ele. A oposição está empenhada em não deixar a segunda tragédia com aviões, em apenas 10 meses, ficar no esquecimento.
Mesmo se ficar comprovado que a falta de ranhuras na pista do aeroporto de Congonhas não é a principal causa do desastre, como atestaram alguns especialistas ontem, ou que o governo vem escondendo falcatruas patrocinadas pelo petista que Lula colocou na Infraero, está clara a demora do governo em reagir.
Numa tragédia com tantos emblemas, como o fato de o avião da TAM ter se chocado com um terminal de cargas da própria companhia, chamou a atenção a forma de atuação de dois governantes. Pouco depois das 23h, algumas emissoras de TV interromperam o noticiário para colocar no ar a entrevista que o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, dava em Brasília, em que foram divulgadas poucas informações a respeito do acidente, além de repetir que Lula estava consternado.
Momentos antes, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), dava entrevistas informando a impossibilidade de haver sobreviventes, anunciava que a polícia paulista e o Ministério Público já começavam a investigar as causas e, o mais importante, as câmeras mostravam que ele estava lá, a poucos metros do prédio em chamas. Que outros cadáveres não sejam necessários para Lula tomar uma atitude.

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