Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

10 setembro 2007

RENAN PRESSIONA EM BUSCA DA ABSOLVIÇÃO

Renan intensifica articulações políticas em busca da absolvição, mas oposição pressiona parlamentares
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), terá seu futuro político decidido em uma votação apertada, segundo avaliações de aliados e adversários. Embora evitem falar publicamente sobre números e listas de votação, os dois lados acreditam que a diferença a favor ou contra a cassação de mandato será de poucos votos. O fim de semana foi de muitos telefonemas e articulações políticas. De Alagoas, onde passou os últimos dias, Renan reforçou sua estratégia de ação. De um lado, busca o apoio do Palácio do Planalto para garantir o maior número de votos possíveis na bancada governista. De outro, tenta garantir o apoio de dissidentes do DEM e do PSDB, partidos que apóiam sua cassação. No outro lado, os líderes dos partidos oposicionistas redobraram a pressão sobre os parlamentares que tenderiam a votar pela absolvição.
Segundo o regimento do Senado, a sessão de julgamento de Renan será secreta. A reunião está marcada para quarta-feira pela manhã. Nem mesmo assessores de parlamentares poderão assistir à reunião. Os discursos não serão registrados. Um grupo de senadores, capitaneado pelos petistas Eduardo Suplicy (PT-SP) e Delcídio Amaral (PT-MS), quer tentar mudar as regras e fazer com que a parte de debates da sessão seja aberta. É muito difícil que isso aconteça. Seria necessário um acordo de todos os líderes para que uma mudança no regimento fosse aprovada tão rapidamente, e essa alteração não interessa aos aliados de Renan. O voto será secreto, ao contrário do que aconteceu no Conselho de Ética. Essa é a esperança de Renan.
Ele foi derrotado todas as vezes que seu caso foi submetido a votações abertas, seja no Conselho, na Mesa Diretora ou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Avalia que isso se deve à pressão da imprensa por sua condenação. Espera que isso não se repita na votação secreta.
MAIORIA ABSOLUTA
São 81 senadores. Para que Renan seja cassado, é preciso que 41 deles votem pela condenação. Qualquer outra posição, incluindo ausências ou abtenções, conta a favor do presidente do Senado. Mas Renan sabe que precisa obter uma vitória significativa se quiser superar a crise política. Mesmo se for absolvido na quarta-feira, ele ainda terá de enfrentar outras três representações por quebra de decoro parlamentar que tramitam no Conselho de Ética. Se for absolvido no primeiro julgamento por uma margem confortável de votos, dará uma demonstração de força capaz de paralisar os outros processos. Se a margem for pequena, incentivará a oposição a redobrar os ataques. Uma vitória apertada aumentará também a pressão de aliados para que ele se afaste da presidência do Senado até o fim das investigações.
Reservadamente, os aliados de Renan avaliam ter atualmente uma vantagem entre cinco e 10 votos. A oposição acredita que a diferença não ultrapasse os três votos. A margem de erro das contas é grande, porque muitos senadores escondem sua posição dos colegas e líderes. Há dúvidas sobre como votarão parlamentares de quase todos os partidos. As principais indefinições estão no PT e no DEM. Entre os petistas, quatro senadores ameaçam votar pela cassação, embora Renan seja um aliado do governo. No DEM, a avaliação é de que cinco dos 17 parlamentares possam votar pela absolvição, contra a orientação da liderança partidária.

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