Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

27 novembro 2007

SE É PARA GASTAR, NÃO IMPORTA COMO...

"Informe JB - Novo Waldomiro atua nas sombras

Por Weiller Diniz

Os métodos de Waldomiro Diniz, nome que é sinônimo de corrupção petista, ao lado de Marcos Valério, voltam a rondar os mais ilustres gabinetes palacianos. Desta vez, a reencarnação de Waldomiro Diniz atende pelo nome de Marcos de Castro Lima, que vem a ser o subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República. E quem atira a pedra agora não é a oposição. Quem acusou Marcos Lima de "corrupção", de "compra de votos" é um senador da base do governo, Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC).
Mesquita conta que, na quarta-feira passada, depois de uma série de ligações frustradas, o sorrateiro Marcos Lima bateu em seu gabinete, na Ala Filinto Muller, sala 12. "Eu estava em audiência, e esse sujeito foi muito ousado. Ia entrando no meu gabinete, e foi preciso a Cláudia (chefe-de-gabinete) puxá-lo pelo colarinho". Indagado sobre o que pretendia o assessor palaciano no assédio, Mesquita nem hesita: "Ele queria conversar sobre liberação de emendas, esse processo corrupto que o governo adota. Ele é o novo Waldomiro Diniz. O governo não tem interlocução permanente e numa hora dessas - votação da CPMF - quer comprar o voto. O meu não está à venda, não está no balcão. Meu voto não é moeda de troca".
Mesquita faz impiedosa e corajosa acusação de uma prática que é corriqueira entre governo e Congresso, mas é sempre escamoteada ou tolerada. Normalmente são oposicionistas que insinuam venda de votos, denunciam barganhas em off (na qual a fonte fica no anonimato), apontam fisiologismo e todos os métodos reprováveis. Desta vez existe acusador, uma grave acusação e um acusado. Resta saber o que fará o governo. É da atividade parlamentar elaborar o Orçamento e apresentar emendas. Transformar o dinheiro público em uma espécie de tesouro privado para negociá-lo em troca de votos é que levou o Congresso ao fundo do poço onde está hoje.
Novo chefeMarcos de Casto Lima, que tentou comprar o voto pró-CPMF do senador Geraldo Mesquita, até a semana passada tinha como patrão o denunciado por peculato Walfrido Mares Guia (PTB-MG). Seu novo chefe, José Múcio Monteiro (PTB-PE), antes de cair em campo nos corredores do Senado, vai precisar dar uma resposta à grave denúncia feita pelo senador Geraldo Mesquita. Se demitir, fica a dúvida se o bom cabrito não berra. Se mantém o assessor, significa que aprova os métodos de comprar votos por emendas. Seja qual for o desfecho, o voto do senador Mesquita já pode ser excluído da contabilidade do Planalto.
O valor do votoA bolsa de apostas sobre o valor do voto já tem um piso. As emendas do senador Geraldo Mesquita - cuja liberação Marcos Lima tentou comprar - totalizam R$ 6 milhões, o que corresponde ao teto de emendas individuais. Mesquita - como os demais senadores - fez emendas para obras e investimentos em seu Estado. Treze foram empenhadas, o que não significa liberação, e as outras nem isso foram. "As emendas não são para mim. São para o povo do Acre. Eles fazem isso para desmoralizar o Congresso. A mim não vão colocar contra a parede", protesta Mesquita. "

Um comentário:

Alcinéa Cavalcante disse...

É a máfia das emendas, meu amigo.