Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

- Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos - Pós Graduado em GSSS - Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.
- Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
- Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."
30 dezembro 2022
29 dezembro 2022
É do interesse nacional reduzir a polarização.
Por Maria Hermínia Tavares, professora titular aposentada de
ciência política da USP e pesquisadora do Cebrap para a Folha de SP, em 28/12/22.
O
relatório final do Gabinete de Transição Governamental dá conta do
estrago provocado pelo governo que enfim acaba neste sábado (31). Embora
alentado, o documento não traz propriamente informações novas. Seu
mérito é proporcionar uma visão panorâmica daquilo que o vice-presidente
eleito, Geraldo Alckmin, coordenador da empreitada, definiu à
perfeição: "Desmonte do Estado brasileiro."
Tão danosa quanto o legado de desgoverno é a herança de
polarização política patrocinada pelo presidente de extrema-direita. Sua
cara mais visível são os grupelhos que fecharam estradas, se instalaram
às portas dos quarteis a pedir intervenção militar e tramaram atos
terroristas com o que foi recentemente abortado em Brasília. O fanatismo
que os move se nutre, de um lado, da complacência dos agentes da ordem
e, de outro, do silêncio cúmplice de quem cultiva a ambiguidade com a
recusa a reconhecer a derrota das urnas.
Os aprendizes de terroristas provavelmente serão dispersados
quando o país voltar a ter governo, de hoje a três dias. Mais difícil
será fechar a fenda que cindiu a sociedade por ação deliberada da
extrema-direita. Pois, se diferenças de valores, preferências políticas e
simpatias partidárias existem em qualquer agrupamento humano, sua
metamorfose em hostilidade mútua e antagonismos irredutíveis é obra de
quem aposta tudo na radicalização.
Recente pesquisa da Genial-Quaest —"O Brasil que queremos"—
indica que 9 em 10 cidadãos pensam que o país saiu mais dividido das
eleições de outubro passado. Parcela significativa deles se reconhece
como anti-PT (40%) ou pró-PT (35%).
Os dois grupos habitam universos díspares a mais não poder:
buscam informações em mídias diferentes ou em redes sociais, se
inquietam com assuntos distintos. A rejeição das cotas raciais; da
expressão pública de afeto entre pessoas do mesmo sexo; da expansão dos
direitos das mulheres; e a demanda pela posse e porte de armas povoam a
cabeça dos antipetistas.
Ainda assim, para além das suas diferenças gritantes, parece
haver extensa e talvez surpreendente área de convergência entre os dois
grupos adversários. Une-os o apoio à ação do governo para controlar a
inflação, reduzir desigualdades, gerar empregos e atuar fortemente na
educação; tratar o crime com mão dura e não avançar no direito ao
aborto. É do interesse nacional reduzir a polarização —o que requer boa
gestão econômica, robusta política social, mas também muita criatividade
nas políticas de segurança pública e diversidade, que despolitizem
essas agendas sem reduzir direitos
28 dezembro 2022
27 dezembro 2022
ACR | #EXCLUSIVA "Cuentas socialistas en el Vaticano", inclusive de Lula
Aos 47 minutos da gravação o diácono revela o valor que Lula tem no banco do Vaticano: 249.000.000,00 de Euros, o que equivalem a R$ 1.302.270.000,00 (1,3 bilhões de Reais)
23 dezembro 2022
A QUEM SERVIU O ORÇAMENTO SECRETO!
(Editorial - O Estado de SP, 22/12/22)
Em março de 2019, nesta data o então
presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB-RJ) diagnosticou a existência de
um problema que acabaria por se tornar crônico ao longo do mandato de
Jair Bolsonaro. Ao falar sobre as dificuldades do governo para aprovar a
reforma da Previdência, Maia discorreu sobre a dinâmica entre o
Executivo e o Legislativo e as atribuições que cabiam a cada um dos
Poderes. “O presidente da Câmara, que sou eu, vai continuar dentro da
Câmara, dialogando com os deputados, mas eu não tenho responsabilidade e
nem o governo pode me delegar responsabilidade de construir uma base
para o governo”, afirmou.
Nunca compreendida pelo governo, a mensagem sintetiza o que
foram as relações entre os Poderes nos últimos anos. Muitas vezes, Maia
foi acusado de boicotar os projetos defendidos pelo presidente. É
verdade que o deputado nunca levou a plenário propostas caras ao
bolsonarismo, como as ligadas a costumes, mas também é fato que foi sob
sua presidência que os parlamentares deram aval a marcos como a reforma
da Previdência, a Lei do Saneamento e a Lei do Gás.
O bolsonarismo, porém, não aceita a independência dos Poderes, e
foi assim que decidiu apostar suas fichas na eleição de um aliado para o
comando da Câmara. Em 2020, a Secretaria de Governo deu início ao
orçamento secreto, privilegiando parlamentares dispostos a votar em
Arthur Lira (PP-AL) com as emendas de relator. Inapto e sem disposição
para a articulação política, o presidente cedeu o controle de uma
parcela da peça orçamentária para se manter no cargo e terceirizou a
Lira a função que Maia recusou: formar uma maioria na Casa para aprovar
os projetos de interesse do governo.
Sob esse ponto de vista, há quem veja que o Supremo Tribunal
Federal (STF), ao declarar a inconstitucionalidade do orçamento secreto,
tenha reduzido os instrumentos que o Executivo tem à mão para negociar o
apoio do Legislativo e gestado uma crise para o presidente eleito Luiz
Inácio Lula da Silva. Se isso fosse verdade, isto é, se a
governabilidade construída à base de emendas de relator fosse garantida,
os deputados jamais teriam rejeitado, por exemplo, a PEC do voto
impresso, a maior e mais amarga derrota imposta a Bolsonaro.
É claro que a intenção inicial não era essa, mas quem mais se
beneficiou do esquema foi Lira. Não é coincidência que o orçamento
secreto tenha nascido e morrido às vésperas da eleição do comando da
Câmara. Com recursos bilionários à sua disposição, distribuídos por
critérios que só ele conhecia, Lira não perdeu nenhuma votação na Casa, à
exceção da PEC do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). As
negociações entre Lula e o presidente da Câmara para aprovar a PEC da
Transição provam que a base aliada, afinal, nunca pertenceu a Bolsonaro.
Explicam, também, as razões pelas quais o moribundo governo acabou no
dia em que ele perdeu a eleição, em 30 de outubro.
Não há dúvida de que as emendas de relator facilitaram a vida
de Bolsonaro, mas o que elas realmente garantiram foi a onipotência da
Mesa Diretora. A instituição legislativa, pela primeira vez na história,
assumiu uma função típica do Executivo e passou a executar uma parte do
Orçamento. As emendas, por fim, fortaleceram a posição do presidente da
Câmara perante o próprio plenário de deputados, desequilibrando as
relações entre os parlamentares a ponto de, até agora, não haver
desafiantes para disputar a eleição com ele em fevereiro.
A ausência das emendas de relator cria, portanto, mais do que
uma chance para a reconstrução das relações entre Executivo e
Legislativo a partir de novas bases. Abre, também, uma oportunidade para
restabelecer as condições de igualdade entre cada um dos 513
parlamentares. O orçamento secreto, afinal, sujeitou todos aos desígnios
da Mesa Diretora e retirou a autonomia dos deputados para votar
conforme a orientação de seu partido ou sua própria consciência. O fim
do instrumento pode, por fim, representar o resgate da maior virtude do
plenário: a garantia de que cada voto tem exatamente o mesmo valor.
30 novembro 2022
26 outubro 2022
SERGIO MORO E DELTAN DALLAGNOL - Flow #127
Esperamos que Moro e Dallagnol sejam exemplos de congressistas para termos um Brasil melhor.
05 outubro 2022
03 outubro 2022
A GLOBALIZAÇÃO REALMENTE MORREU?!
Por Moisés Naím para O Estado de S. Paulo, em 03 de outubro de 2022
A globalização acabou.
O protecionismo de Trump, o Brexit, os problemas nas cadeias de
fornecimento criadas pela covid-19 e a agressão criminosa de Vladimir
Putin puseram fim à onda de integração global disparada pela queda do
Muro de Berlim, em 1989. Estes tempos de mercados de ações em baixa e
juros altos darão a última badalada no sino do enterro da globalização.
Esta opinião está em moda – e está quase totalmente errada.
Principalmente do ponto de vista da economia, mas também do ponto de
vista social e cultural. De fato, a surpresa dos dois último anos foi a
resiliência que a globalização demonstrou. Em um período
excepcionalmente turbulento, a integração econômica e social do mundo – a
conexão entre os países – nos surpreendeu mais por sua resistência do
que por sua fragilidade.
RECESSÃO.
De fato, os dados sugerem que a crise financeira mundial de
2008-2009 e a Grande Recessão que ela desencadeou impactaram
negativamente a economia e a política mundial mais do que os demais
eventos de importância global que ocorreram na década passada.
O volume de comércio internacional cresceu muito durante o
período de hiperglobalização (1985-2008), passando de aproximadamente
18% para 31% do valor total da economia mundial. Com a crise de 2008,
essa cifra caiu, se situando em cerca de 28%. E aí mais ou menos ficou
desde então: mantendo-se estável apesar de todos os choques econômicos e
convulsões políticas dos últimos anos.
O protecionismo de Donald Trump reduziu a integração dos EUA ao
restante do mundo. Nos EUA, o comércio caiu de 28% do PIB, em 2015,
para 23%, em 2020. As exportações do Reino Unido para a União Europeia
caíram fortes 14% no ano seguinte ao Brexit. Mas essas oscilações, por
maiores que sejam, foram compensadas por uma maior integração econômica
na Ásia Oriental e na África, onde as conexões de interdependência entre
os países continuam se aprofundando e se ampliando.
PROTECIONISMO.
Mesmo com seus custos, problemas e acidentes, a integração entre os países não morreu
A integração econômica parece ter uma inércia própria, que
resiste a tudo, incluindo a embates tão grandes quanto as guerras
comerciais iniciadas por Trump ou o voto dos britânicos a favor do
Brexit. Uri Dadush, um reconhecido especialista em economia
internacional, constatou que as barreiras protecionistas que foram
erigidas nesses últimos anos tiveram um efeito insignificante no
comércio global. Certamente as cadeias de fornecimento se viram
submetidas a tensões e interrupções que estimularam as empresas a mudar
algumas de suas fábricas para locais mais próximos aos mercados
consumidores. A Europa está experimentando agora, sem dúvida, as
dolorosas consequências econômicas de sua dependência energética em
relação à Rússia. Mas, segundo os dados disponíveis, o efeito global
líquido, considerando essas mudanças transcendentais, não foi uma
redução da integração econômica.
Recordemos também que a globalização vai muito além do
comércio. A globalização se baseia tanto na circulação global de ideias,
atitudes, filosofias e pessoas quanto no comércio de mercadorias. E,
nesse sentido mais amplo, a globalização parece acelerar, não ratear. O
Tiktok possui 1,4 bilhão de usuários espalhados por 150 países, por
exemplo.
Outra prova de globalização ativa e acelerada é a ciência.
Cientistas do mundo inteiro competem com colegas de outros países. É
normal. Fora do normal foi a velocidade com que eles conseguiram atuar
e, em certos casos, se coordenar para conseguir inventar as vacinas
contra a covid-19, produzi-las em grande escala e distribuí-las pelo
mundo, salvando desta maneira milhões de vidas. Se esse exitoso exemplo
de globalização foi possível virar realidade uma vez, poderá se repetir
em muitas outras oportunidades.
RISCOS GLOBAIS.
Naturalmente, a globalização não é invulnerável e nem todas as
suas consequências são positivas. Os níveis de desigualdade que
coexistem com a globalização são inaceitáveis, por exemplo. Se a guerra
na Ucrânia se prolongar muito mais ou – tragicamente – se tornar
nucelar, ela poderia cortar fornecimentos cruciais de energia, alimentos
e fertilizantes que constituem a coluna vertebral da globalização
econômica.
Ainda pior, um ataque militar chinês contra Taiwan poderia
acabar com grande parte da capacidade de fabricação de microchips,
incapacitando um mundo que depende cada vez mais das tecnologias
digitais. No futuro próximo, a criptografia quântica poderia deixar
obsoleta toda a criptografia que existe atualmente na rede. Isso
causaria uma severa crise de cibersegurança e limitaria a globalização
digital.
Essas ameaças existem. São reais e graves. Mas se conjugam em
tempo futuro. No presente, o mundo está integrado mais profundamente do
que uma década atrás. Apesar de seus custos, problemas e acidentes, a
integração entre os países não morreu. O objetivo adiante é como
proteger-nos de seus defeitos e aproveitar ao máximo as portas que ela
abre.
09 agosto 2022
SEGURANÇA DO CELULAR: AS DICAS VÃO DO NÍVEL BÁSICO ATÉ O AVANÇADO!
(O Estado de S. Paulo, 07)
Nível básico •
1) Use senhas alfanuméricas (incluindo símbolos e combinando
letras minúsculas e maiúsculas) diferentes para cada cadastro;
2) Use sequências numéricas aleatórias em instituições
financeiras, como senhas de cartões ou credenciais em aplicativos
bancários;
3) Ative a verificação em duas etapas por celular ou e-mail; 4)
Coloque senha no chip (SIM) da operadora, o que irá impedir que ladrões
insiram o cartão em outro aparelho e tenham acesso ao seu número; 5)
Não clique em links duvidosos ou dê informações pessoais, mesmo que o
pedido seja de um contato conhecido; 6) Ative todas as biometrias do seu
aparelho, como leitores de digitais e de rosto, que criam camadas a
mais de segurança.
Nível intermediário •
1) Tenha senhas aleatórias, complexas e impossíveis de decorar:
use apps específicos (1Password, Last Password) ou ferramentas de
navegadores (Google Chrome e Safari) que criam senhas e as colocam em um
“cofre” na nuvem;
2) Ative senhas de uso único como outra etapa de verificação.
São números aleatórios que funcionam como segundo código. São criadas
por apps próprios (Google Authenticator, Microsoft Authenticator, Authy,
1Password);
3) Entre em contato com a instituição financeira e diminua
limites diários de transferência (DOC, TED e Pix), saques e empréstimo
pré-aprovado; 4) Considere incluir um contato de confiança em sua
família iCloud (Apple), permitindo que familiares possam apagar o
dispositivo a distância em caso de roubo – Android (Google) não tem o
recurso.
• Nível avançado
1) Comprar uma chave de segurança física para recuperação de
senha e logins, como Titan (do Google), Yubico e OnlyKey — os preços, no
entanto, podem ultrapassar a faixa dos R$ 800. Esses objetos são
pequenos e podem ser guardados em chaveiros, por exemplo;
2) Gere e imprima códigos de backup alternativos, senhas
criadas automaticamente pelo próprio cadastro dos serviços. Devem ser
guardados em casa em local seguro; 3) Caso tenha adotado um app gerador
de senhas, apague as senhas salvas dos navegadores para evitar brechas;
4) Crie um “e-mail secreto” a que só você tem acesso: essa conta não
pode estar salva em nenhum dispositivo do cotidiano, deve ter senhas
fortes e autenticação em dois fatores ativada. Por esse e-mail, você
fará recuperação das contas mais importantes;
5) Deixe um dispositivo em casa (como um tablet ou celular
velho) para ser o local por onde você acessa seu e-mail “secreto”, apps
próprios de senhas ou até de instituições financeiras menos utilizadas.
08 agosto 2022
CRIANÇAS E ADOLESCENTES NUM PAÍS FAMINTO!
(Raquel Franzim e Ana Claudia Cifali respectivamente, diretora
de educação e culturas infantis do Instituto Alana e coordenadora
jurídica do Instituto Alana - O Estado de S. Paulo, 07) Ao longo dos
primeiros 18 anos de vida, a criança e o adolescente vivem
transformações físicas, cognitivas e emocionais que estruturam os anos
que seguem e a vida adulta. Esse período, que é breve, produz efeitos
duradouros. É por isso que o dado revelado de que o número de pessoas
passando fome dobrou do final de 2020 para o começo de 2022 em lares do
País com crianças de até 18 anos (25,7% das famílias) é o anúncio da
tragédia humanitária que vivemos no presente com potencial de arruinar
uma geração inteira no futuro. Durante as férias escolares, com a
interrupção da oferta de merenda escolar, este quadro se agrava ainda
mais.
Apenas 26% das crianças de 2 anos a 9 anos no Brasil fazem três
refeições por dia. Famílias negras e chefiadas por mulheres são as mais
impactadas, escancarando como a raça e o gênero são características
decisivas para uma vida de privações e para a desigualdade na garantia
de direitos em nosso país. A alimentação é o direito social mais básico
da vida humana. A interrupção do acesso regular e permanente à
alimentação de qualidade e em quantidade suficiente gera um efeito
cascata nos demais direitos, impactando o desenvolvimento e freando a
autonomia humana, essencial para um Estado Democrático de Direito.
Uma criança que passa fome não deveria preocupar apenas sua
família: é a demonstração de que toda a responsabilidade compartilhada
prevista no artigo 227 da Constituição federal falhou. Falhamos nós,
sociedade e suas instituições, e falham os governos, que deveriam
protegê-la acima de tudo, em primeiríssimo lugar, de toda ordem de
violência e crueldade que a fome provoca.
Entre os direitos sociais mais afetados ao passar fome
encontra-se o direito à educação. Tanto não há condições para aprender,
participar e se desenvolver integralmente que o País criou ainda em 1954
o consolidado Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Posteriormente, foi incorporado como direito na Constituição federal de
1988 nos artigos 205 e 208 como um programa suplementar, ou seja,
fundamental na garantia de qualidade na educação.
Responsável por garantir 15% das necessidades nutricionais
básicas da vida, o programa é uma política pública baseada em evidências
que comprovam que, do ponto de vista cognitivo, a desnutrição infantil
prejudica o desenvolvimento da atenção, a memória, a leitura e a
aprendizagem de linguagens como um todo.
A equação é simples: com menos energia e nutrientes, a
performance ao participar da vida escolar diminui e as dificuldades de
aprendizagem aparecem. Importante destacar que a fome provoca efeitos
sistêmicos no desenvolvimento da criança, desde o crescimento neuromotor
abaixo do esperado até, também, prejuízos em habilidades
socioemocionais como iniciativa e tomada de decisão. Além disso,
permanecer na escola nessas condições se mostra difícil, em alguns casos
gerando o abandono escolar para busca de trabalho na tentativa de
ampliar a renda familiar, como aponta relatório da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef) em 2020.
Por isso, uma boa alimentação escolar é fundamental, inclusive
no período de férias, com programas próprios e específicos para alcançar
as crianças e adolescentes que passam fome. Ainda que não responda a
todo o problema da fome e da pobreza, a alimentação escolar faz parte da
adoção de uma estratégia multidimensional, que inclui a elevação da
agenda como prioridade política, com programas consistentes de
redistribuição de recursos, assistência, renda e trabalho, sobretudo
para as famílias mais afetadas. Infelizmente, dados revelam que o País
não apenas deixou de apresentar essas soluções, como, em virtude das
escolhas políticas recentes do governo federal, empurrou mais pessoas
para a privação alimentar.
Com baixa competência técnica do Ministério da Educação (MEC)
para resolver os problemas estruturais do setor durante a pandemia de
covid-19, o governo federal tem priorizado questões irrelevantes para a
população, entre elas o ensino domiciliar, e passa a escrever, agora,
mais um capítulo desesperador. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE), órgão técnico vinculado ao MEC, palco recente de
disputas políticas, vem nos últimos anos reduzindo a previsão e a
execução orçamentárias do Pnae. Segundo dados do próprio governo federal
no Portal da Transparência, a tendência é de diminuição de recursos
destinados à alimentação escolar. Tudo isso em meio ao agravamento do
cenário da fome.
Em outubro, o País passará por eleições para os governos
federal, estaduais e para o Legislativo. Sem ter os direitos de todas as
crianças e os adolescentes (especialmente os que passam fome)
priorizados hoje, no centro do debate e das políticas públicas, o amanhã
pode ser tarde demais para eles e para todos nós como sociedade e país.
07 agosto 2022
O FRACASSO DO SOCIALISMO
06 agosto 2022
04 agosto 2022
O DESABAFO DE UMA ATLETA BRASILEIRA.
Por Izabel Cristina Denis Cabral

06 julho 2022
POR QUE A INFLAÇÃO DEVE SEGUIR ACIMA DO NÍVEL PRÉ-PANDEMIA!
(O Estado de S. Paulo, 03) As más notícias a respeito da inflação continuam chegando. Nos países ricos ela está acima de 9% ao ano e não ficava tão alta desde a década de 1980 – e nunca houve tantas “surpresas com a inflação”, com dados maiores do que o previsto pelos economistas. Isso, por sua vez, está afetando fortemente a economia e os mercados financeiros. Os bancos centrais estão aumentando as taxas de juros e encerrando programas de compra de títulos, devastando as ações. Em muitos países, a confiança do consumidor está menor do que nos primeiros dias da pandemia de covid-19. Indicadores de todos os setores, desde a habitação até a produção industrial, sugerem que o crescimento econômico está desacelerando de forma acentuada. O que acontecerá com os preços ao consumidor é uma das questões mais importantes para a economia global. Muitos analistas esperam que a inflação anual diminua em breve, em parte porque os preços das commodities devem cair na comparação ano a ano, após aumentos significativos em 2021. Em projeções econômicas mais recentes, o Federal Reserve, por exemplo, espera que a inflação anual nos EUA (medida pelo índice de despesas de consumo pessoal) caia de 5,2%, no final de 2022, para 2,6% até o final de 2023. É perdoável não levar essas previsões tão a sério. Afinal, a maioria dos economistas não foi capaz de ver a onda inflacionária chegando e, depois, previu erroneamente que ela desapareceria depressa. A futura trajetória da inflação está, em grande parte, cercada de incertezas. As preocupações com a inflação podem apontar para três outros indicadores que sugerem ser improvável o mundo rico retornar tão cedo ao padrão anterior à pandemia, de crescimento de preços baixo e estável: aumento salarial crescente e expectativas de inflação maior tanto de consumidores como de empresas. Se prolongados, juntos, poderiam contribuir para o que o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), o banco central dos bancos centrais, descreveu em relatório de 26 de junho como um “ponto crítico”. Além disso, advertiu o BIS, “uma psicologia inflacionária” poderia se espalhar e se tornar “arraigada”. INDEXAÇÃO. Há evidências crescentes de que os trabalhadores estão começando a negociar por salários mais altos. Isso poderia criar outra rodada de aumentos de preços conforme as empresas repassam as despesas extras. Uma pesquisa do Banco da Espanha sugere que metade dos acordos de negociação coletiva assinados para 2023 contém “cláusulas de indexação”, o que significa que os salários estão automaticamente vinculados à inflação, uma alta em comparação aos 20% antes da pandemia. Na Alemanha, o sindicato IG Metall solicitou aumento salarial de 7% a 8% para quase 4 milhões de trabalhadores no setor de metais e de engenharia (provavelmente ele conseguirá cerca de metade disso). No Reino Unido, os trabalhadores ferroviários entraram em greve enquanto demandavam aumento de 7%, embora não esteja claro se vão alcançar o objetivo. Tudo isso torna o crescimento salarial um tema ainda mais atual. Um índice que monitora o grupo de países do G-10, compilado pelo Goldman Sachs, já está subindo quase verticalmente. E os pisos salariais também estão subindo. A Holanda está propondo aumento do salário mínimo. A Alemanha aprovou lei aumentando seu mínimo em 20%. A agência de relações industriais da Austrália aumentou o piso salarial em 5,2%; mais que o dobro do aumento de 2021. O crescimento salarial mais rápido reflete, em parte, as expectativas mais altas do público para futuros aumentos de preços – a segunda razão para se preocupar que a inflação possa se mostrar mais duradoura. Nos EUA, as expectativas de curto prazo estão aumentando depressa. Os canadenses dizem estar se preparando para uma inflação de 7% no próximo ano, o maior número entre qualquer país rico. Até mesmo no Japão, onde os preços raramente sofrem alterações, as crenças estão mudando. Um ano atrás, pesquisa do banco central japonês apontou que apenas 8% das pessoas acreditavam que os preços subiriam “significativamente” no próximo ano (os preços ao consumidor, de fato, aumentaram apenas 2,5% até abril). Agora, no entanto, 20% das pessoas supõem que isso vá acontecer. VAREJO. O terceiro fator diz respeito às expectativas de inflação das empresas. No setor de varejo, elas estão em uma máxima histórica em um terço dos países da União Europeia. Pesquisa do Banco da Inglaterra sugere que os preços de roupas para as coleções de outono e inverno serão de 7% a 10% maiores que há um ano. O Fed de Dallas encontrou evidências preliminares de que os consumidores estão menos dispostos a tolerar aumentos. Um entrevistado do setor de aluguel e leasing reclamou que “está ficando difícil repassar os aumentos de preços de 20% a 30% dos fabricantes”. Mas isso apenas aponta para um nível mais baixo de inflação alta. A grande esperança de uma inflação mais baixa está relacionada ao preço dos bens. Aumentos nos preços de carros, geladeiras e itens semelhantes, ligados em parte aos transtornos nas cadeias de suprimentos, motivaram o aumento inflacionário no ano passado. Agora há alguns indícios de mudança. O custo para enviar algo de Xangai para Los Angeles caiu 25% desde março. Nos últimos meses, diversos varejistas gastaram muito com estoques para manter suas prateleiras cheias. Vários agora estão reduzindo os preços para atualizar o estoque. Nos EUA, a produção de automóveis está finalmente melhorando. Em teoria, a queda dos preços dos bens poderia ajudar a apagar as chamas inflacionárias no mundo rico, aliviando o custo de vida, dando aos bancos centrais espaço para respirar e estabilizando os mercados. Mas, com indicadores de preços futuros apontando para a direção contrária, as chances de isso acontecer aumentaram. Não se surpreenda se a inflação continuar feroz durante um tempo ainda. |
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05 julho 2022
Neutralizar o poder político da Suprema Corte e do STF
É EXATAMENTE O QUE OS POLÍTICOS FAZEM COM O POVO!
04 julho 2022
O POVO É O PODER >O ESTADO SÓ EXISTE POR CAUSA DO POVO. O POVO É O ESTADO.
O tão falado e repetido por várias autoridades que talvez não saibam o seu real significado, o Estado Democrático de Direito é uma forma de Estado em que a soberania popular é fundamental. Além disso, é marcado pela separação dos poderes estatais, a fim de que: o legislativo, executivo e judiciário não se desarmonizem e comprometam a soberania popular. Nossa Constituição tão falada e tão pouco lida pela maioria dos brasileiros, infelizmente, a maioria ainda semi analfabetos por culpa de várias políticas de educação de Governos que vem desde seu descobrimento e se agravou muito nos últimos vinte anos, onde nossos jovens perderam o rumo e nem sabem o que é aprender as ciências exatas, físicas e humanas, são pregadas ideologias desvirtuadas da ordem social e o rompimento destes mesmos jovens com os valores familiares e religiosos, como se fizessem uma lavagem cerebral nos nossos filhos, é emburrecimento geral. Abaixo uma pequena amostra de nossa Constituição: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) V - o pluralismo político. Parágrafo único. o Estado Democrático de Direito é uma forma de Estado em que a soberania popular é fundamental. Além disso, é marcado pela separação dos poderes estatais, a fim de que: o legislativo, executivo e judiciário não se desarmonizem e comprometam a soberania popular. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. E por aí vai, quando você lê o artigo quinto da CF onde falam dos nossos direitos e garantias individuais e fundamentais, chega dá vontade de chorar, onde se concede várias dezenas de direitos que nunca são cumpridos por nenhuma autoridade. E infelizmente só somos cobrados diuturnamente por nossos deveres, em detrimento de tantos outros direitos prescritos nas leis. Quando nós pensamos (e é verdade) que somos nós, povo brasileiro é que pagamos todos os salários de todos os funcionários públicos, do Judiciários e todas as suas mordomias, do Legislativo e todas as suas mordomias e do gari ao Presidente da República no Executivo, assim podemos entender que todos eles (todos os funcionários públicos) são funcionários do povo e não como pensam. Eles acham que nós é que somos os empregados deles. O governo (poder) do povo é para servir o povo através de seus representantes eleitos pelo voto do povo (popular). Infelizmente um voto elege um dos nossos representantes, mas, para tirá-lo do cargo precisamos de um milhão de assinaturas e ainda uma ação na Câmara ou no Senado. UM ABSURDO. UMA COISA, EMBORA LEGAL É IMORAL E ANTIÉTICO, E AI SIM, ESTE É UM ATO ANTI DEMOCRÁTICO (UM ATO CONTRA A VONTADE E SOBERANIA DO POVO). Neste paradoxo de imoralidade, somos patrões de nossos de todos os nossos servidores públicos, mas não mandamos NADA. Não nos respeitam como patrões. E depois de darmos àquela procuração para um monte de pessoas que não conhecemos nem a sua honra e nem honestidade. Assim, eles usam a nossa procuração em proveito próprio, fazendo falcatruas e praticando corrupção e não podemos cassar (anular) esta procuração para que eles nos represente com gestão, autoridade e honestidade. O único titular do poder na República do Brasil é do povo. Reajamos povo brasileiro, dentro das leis e da ordem, vamos exigir que nossos futuros procuradores neste ano de eleição apresentem antes aos seus partidos: de filiação: seus títulos (currículo escolar, compatível ao cargo que irá representar) suas certidões negativas de todas as esferas jurídicas, daí ele será escolhido entres os melhores a concorrer a uma vaga de ser nosso novo representante no parlamento, desde vereador até Presidente da República, só assim poderemos selecionar os melhores a serem nossos representantes.
Por Luiz Antônio Lima - 01.07.2022 Porto Velho – RO – Whatsapp: 69 9 819076543
02 julho 2022
Um futuro de ferozes tempestades, inundações, secas, incêndios e temperaturas inabitáveis em vastas áreas do planeta.
ENERGIA RENOVÁVEL É O PLANO DE PAZ PARA O SÉCULO XXI!
(António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas – O
Globo, 28) Nero foi acusado de tocar lira enquanto Roma ardia em chamas.
Hoje, alguns líderes estão fazendo pior. Eles estão jogando combustível
no fogo. Literalmente. Enquanto as consequências da invasão da Rússia
na Ucrânia se propagam pelo mundo, a resposta de algumas nações à
crescente crise de energia tem sido dobrar o uso de combustíveis fósseis
– despejando bilhões de dólares em carvão, gasolina e gás, o que
aprofunda nossa emergência climática.
Enquanto isso, os indicadores climáticos continuam a quebrar
recordes, projetando um futuro de ferozes tempestades, inundações,
secas, incêndios e temperaturas inabitáveis em vastas áreas do planeta.
Nosso mundo enfrenta o caos climático. Novos investimentos na exploração
de combustíveis fósseis e na produção de infraestrutura são ilusórios.
Combustíveis fósseis não são a resposta e nunca deveriam ser. Podemos
ver os danos que estamos fazendo ao planeta e às nossas sociedades. Está
no noticiário diariamente e ninguém está imune.
Os combustíveis fósseis são a causa da crise climática. Energia
renovável é a resposta para limitar os distúrbios climáticos e
impulsionar a segurança energética. Se tivéssemos investido mais cedo e
massivamente em energia renovável, não nos encontraríamos novamente a
mercê dos instáveis mercados de combustíveis fósseis. Os renováveis são o
plano de paz para o século 21. Mas a batalha por uma transição
energética rápida e justa não está sendo travada em campo. Investidores
ainda apoiam combustíveis fósseis e governos ainda distribuem bilhões
para subsidiar carvão, petróleo e gás – cerca de 11 milhões de dólares a
cada minuto.
Existe uma palavra que define alívio a curto prazo em vez de
bem estar a longo prazo. Vício. Ainda estamos viciados em combustíveis
fósseis. Pela saúde das nossas sociedades e do planeta, precisamos
parar. Agora. O único caminho verdadeiro para a segurança energética,
preços de energia estáveis, prosperidade e um planeta habitável está em
abandonar combustíveis fósseis poluentes e acelerar a transição para
energia renovável.
Para isto, pedi que os governos do G20 desfaçam infraestrutura
em carvão, eliminando-a por completo em 2030, para os países da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e em
2040 para os demais. Tenho apelado para que os atores financeiros
abandonem o financiamento do combustível fóssil e invistam em energia
renovável. E proponho um plano com cinco pontos para impulsionar a
energia renovável no mundo.
Primeiro, devemos instituir a tecnologia de energia renovável
como um bem público global, incluindo a remoção das barreiras de
propriedade intelectual para transferência de tecnologia. Segundo,
devemos melhorar o acesso global às cadeias de suprimento para
componentes e materiais brutos de tecnologia de energia renovável.
Em 2020, o mundo instalou 5 gigawatts de suprimento de bateria.
Precisamos de uma capacidade de 600 gigawatts em 2030. Claramente,
precisamos de uma coalisão global para alcançar isto. Gargalos no
transporte e restrições nas cadeias de suprimento, assim como custos
mais altos para lítio e outros metais estão afetando o emprego destas
tecnologias e materiais justamente quando mais precisamos deles.
Terceiro, precisamos cortar a fita vermelha que atrapalha
projetos solares e eólicos. Precisamos de aprovações mais rápidas e mais
esforços para modernizar a matriz de eletricidade. Na União Europeia,
demora-se oito anos para aprovar uma fazenda eólica; dez anos nos
Estados Unidos. Na República da Coreia, projetos eólicos terrestres
precisam de 22 licenças de oito ministérios diferentes.
Quarto, o mundo precisa trocar os subsídios energéticos de
combustíveis fósseis para proteger as pessoas mais vulneráveis e
investir em uma transição justa para um futuro sustentável.
E quinto, precisamos triplicar os investimentos em renováveis.
Isto inclui bancos de desenvolvimento multilaterais e desenvolvimento de
instituições financeiras, assim como bancos comerciais. Precisamos
incrementar drasticamente o incentivo aos investimentos em renováveis.
Precisamos de mais urgência de todos os líderes globais. Já
estamos perigosamente perto de alcançar o limite de 1,5 graus Celsius
que a ciência aponta como o nível máximo de aquecimento para evitar os
piores impactos climáticos. Para manter este 1,5, precisamos reduzir as
emissões em 45% em 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até a
metade do século. Mas os comprometimentos nacionais atuais nos levarão a
um aumento de quase 14% nesta década. Isto significa catástrofe.
A resposta está nos renováveis – para ação climática, para
segurança energética e para prover eletricidade limpa para centenas de
milhões de pessoas que atualmente não a tem. Os renováveis são um ganho
triplo.
Não há desculpa para rejeitar uma revolução renovável. Enquanto
os preços de gasolina e gás atingem níveis históricos, os renováveis
estão ficando cada vez mais baratos, o tempo todo. O custo da energia
solar e de baterias despencou 85% na última década. O custo da energia
eólica caiu 55%. E investimento em renováveis cria três vezes mais
empregos do que em combustíveis fósseis.
Claro que os renováveis não são a única resposta para a crise
climática. Soluções baseadas na natureza, como reverter o desmatamento e
a degradação de terra, são essenciais. Assim como os esforços para
promover eficiência energética. Mas uma transição rápida para energias
renováveis precisa ser nossa ambição.
Na medida em que superamos a dependência de combustíveis
fósseis, os benefícios serão amplos e não apenas para o clima. Os preços
da energia serão mais baixos e previsíveis, com efeitos positivos nos
alimentos e na segurança econômica. Quando os preços de energia
aumentam, também sobem os custos de alimentos e de todos os bens de que
precisamos. Então vamos concordar que uma rápida revolução renovável é
necessária para deixarmos de tocar a lira enquanto nosso futuro arde em
chamas.
30 junho 2022
LÁ FORA COMO AQUI, A ESQUERDA PROMETE O QUE NÃO PODE CUMPRIR?!
BRASIL E COLÔMBIA PRECISAM SOBREVIVER AO POPULISMO!
(Moisés Naím - O Estado de S. Paulo, 27) A Colômbia acaba de
eleger seu próximo presidente, Gustavo Petro, que, apesar de sua longa
carreira política, se apresenta como um forasteiro que vai desalojar do
poder as elites que sempre governaram o país. O mesmo foi prometido por
Andrés Manuel López Obrador, no México, Gabriel Boric, no Chile, Pedro
Castillo, no Peru, Alberto Fernández, na Argentina, e por vários outros
presidentes latinoamericanos.
No dia 2 de outubro, haverá eleições no Brasil e é quase certo
que o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula da Silva
disputarão o cargo. Além de enfrentar agressivamente seus oponentes,
todos esses líderes prometem amplas mudanças institucionais e reformas
econômicas. Todos também se comprometeram a reduzir fortemente a pobreza
e a desigualdade. Eles serão bem sucedidos?
Não. Por várias décadas, nenhum da longa lista de predecessores
que tentaram fazer mudanças permanentes e indispensáveis teve sucesso. A
exceção a essa tendência foi Hugo Chávez e seu sucessor, Nicolás
Maduro, que transformaram drasticamente a Venezuela. Eles a destruíram.
POPULISMO.
O novo presidente colombiano é o mais recente membro desse
clube de líderes políticos que chegam ao poder com promessas populistas
que não poderão cumprir ou impor de qualquer maneira, independentemente
dos custos e de outros efeitos nefastos. Além disso, terão de governar
sociedades com níveis de polarização política e social que muitas vezes
impossibilitam acordos e compromissos entre grupos ou segmentos da
sociedade que rivalizam e não se toleram.
Como em muitas outras partes do mundo, importantes tomadas de
decisão governamentais na América Latina são bloqueadas pela
polarização, que se alimenta de identidades de grupo: religião, raça,
gênero, região, idade, interesses econômicos, ideologias e muito mais.
Essa polarização, que sempre existiu, agora foi potencializada
pela pós-verdade: o aumento da desinformação, das fake news, da
manipulação e da disseminação de mensagens que provocam desconfiança.
NOVA REALIDADE.
Estes são os três “Ps” que definem as realidades políticas
nestes tempos atuais: populismo (dividir e governar, prometer e vencer),
polarização (o uso e abuso da discórdia) e pós-verdade (em quem
acreditar?).
Governar com sucesso neste contexto torna-se ainda mais difícil
quando se leva em conta a situação econômica da América Latina. A saúde
das economias da região depende criticamente dos preços internacionais
das matérias-primas, que constituem seus principais itens de exportação.
Quando a demanda e os preços desses produtos no mercado mundial
aumentam, os governos latino-americanos obtêm recursos que alimentam os
gastos públicos e, assim, aliviam os atritos políticos e sociais. Se os
preços internacionais caem, o conflito político e social se
intensifica. É um padrão recorrente.
CONTRAÇÃO.
Tudo parece indicar que a economia global experimentará uma
forte contração e a América Latina não conseguirá evitar o impacto dos
choques externos. A inflação, fenômeno até então desconhecido para a
grande maioria dos jovens da região, reaparecerá após décadas em que a
alta dos preços não fazia parte do cotidiano. A inflação será uma fonte
perniciosa de fome, empobrecimento, desigualdade, estagnação econômica e
conflito social.
Os efeitos políticos da inflação são agora agravados por uma
terrível condição preexistente: a desilusão com a democracia. Milhões de
latino-americanos fortemente afetados pela pandemia, pelo desemprego,
pela má qualidade dos serviços públicos, pela insegurança alimentar,
pela corrupção e pelo crime perderam a esperança de que as eleições e a
democracia lhes deem as oportunidades que os políticos há muito lhes
oferecem.
Este é o contexto em que o presidente Petro deve governar a
Colômbia. Ele tem três alternativas. A primeira é dar viabilidade
política a sua ambiciosa agenda de mudanças por meio de transações
oportunistas com alguns líderes, partidos da oposição e grupos sociais
que se opõem a ele, o que inevitavelmente exigirá que o presidente faça
concessões. Aumentar essa margem de apoio será essencial e exigirá
decisões bem menos virtuosas.
ACORDO NACIONAL.
A segunda alternativa é Petro propor à Colômbia um amplo e
inclusivo acordo nacional. Uma aliança que permita a tomada de decisões
importantes e seja sincera e possa lhe dar o apoio de que ele necessita.
Novamente, isso envolve fazer concessões que podem ser difíceis de
engolir para o presidente e para aqueles que o apoiaram.
A terceira opção que lhe resta é se comportar como os
“presidentes 3Ps” fizeram em outras partes do mundo: enfraquecendo
sorrateiramente as instituições, as normas e os freios e contrapesos que
definem a democracia. Espero que a democracia colombiana sobreviva aos
3Ps.
27 junho 2022
25 junho 2022
20 junho 2022
EMPREGO E FOME NO BRASIL !
Por Luís Eduardo Assis, economista, ex-diretor de Política
Monetária do Banco Central e professor de Economia da PUC-SP e FGV-SP - O
Estado de S. Paulo, 20
A taxa de desemprego cravou 10,5% no trimestre
terminado em abril último. Isso significa uma queda de 4,3 pontos
porcentuais em relação ao mesmo período do ano passado, a redução mais
forte da série histórica. Não só nos recuperamos do choque provocado
pela pandemia, como voltamos para o patamar do começo de 2016.
Em 2019, quando a taxa girava em torno de 12%, o presidente
Bolsonaro deu-se ares de especialista, criticou a metodologia adotada e
disse que o índice do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) parecia ser feito para “enganar a população”. Não se sabe de
manifestação do presidente agora que a taxa caiu.
A notícia é boa, mas não se ouvem as fanfarras. O comedimento
tem razão. A queda do desemprego convive com uma forte deterioração das
condições de vida da população mais pobre. Pesquisa coordenada pela Rede
Penssan (II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar) registra
que, em 2022, 33 milhões de pessoas sofrem de insuficiência alimentar
grave – ou seja, passam fome.
Em relação à pesquisa anterior, de 2020, o número de
brasileiros nessa situação aumentou nada menos que 73%. Nas famílias com
renda per capita inferior a 25% do salário mínimo, a fome foi
registrada em 43% dos casos (era 22,8% em 2020). O índice cai para 3%
nas famílias com renda per capita acima de um salário.
É estarrecedor, não só pelo nível abjeto em que nos
encontramos, como pela velocidade da deterioração. Há quem use a taxa de
desemprego para desacreditar a pesquisa sobre insegurança alimentar. Se
o desemprego cai, por que a fome aumenta?
A fome aumenta porque esse governo se empenhou em desmontar
programas e políticas sociais focados na segurança alimentar, justamente
quando os preços dos produtos agrícolas explodiram. E também porque a
queda do desemprego foi acompanhada pelo declínio da renda, fruto do
aumento do trabalho precário.
A média dos rendimentos reais nos últimos 12 meses até abril de
2022 ficou em R$ 2.708,50, o valor mais baixo desde outubro de 2013. A
massa de rendimentos reais voltou aos níveis de 2017. Ou seja, a queda
do rendimento médio foi tão grande que o aumento do emprego não evitou a
redução da massa de ganhos.
A fome tem rosto, tem nome e tem endereço. Tem também origem.
Essa catástrofe que nos envergonha deriva da pérfida combinação entre
erros da política econômica e desprezo pelos mais pobres. As
consequências políticas são visíveis nas pesquisas de opinião.
18 junho 2022
CARTÉIS DE DROGA E ARMAS DOMINAM REGIÃO ONDE DUPLA SUMIU!
(O Estado de SP, 14) As comunidades na região onde
desapareceram Bruno Pereira e Dom Phillips sofrem forte influência dos
cartéis de Miami, Medellín e Sinaloa, informa o enviado Vinícius Valfré.
Cartéis de drogas de Miami, Medellín e Sinaloa mantêm um Estado
paralelo no Alto Solimões, na Amazônia. É um Brasil onde até o poder
público precisa seguir regras impostas pelo crime. O Estadão teve acesso
a informações sigilosas que fazem parte de investigações sobre o
contexto do desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do
jornalista inglês Dom Phillips e que revelam a existência de uma cadeia
criminosa em plena atividade pelos rios, florestas e cidades da
tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru.
As comunidades ribeirinhas nas margens do Rio Itaquaí, que
deságua no Javari, afluente do Solimões, sofrem forte influência do
tráfico, como as de São Rafael, de São Gabriel e de Ladário. Foi da
comunidade de São Rafael que Pereira e Phillips partiram no último dia 5
em direção a Atalaia até não serem mais vistos.
Trata-se de megaesquema de transporte de armas e drogas,
pistolagem e lavagem de dinheiro que tem impacto na economia de nove
municípios com o mercado de entorpecentes e de pesca e caça ilegais em
uma região de 213 mil km² de floresta, maior que o território do Estado
do Paraná.
Do outro lado do rio Javari, em território peruano, as
plantações de coca podem ser encontradas em meia hora de viagem. Nas
cidades dessa área de fronteira, a emissão de notas fiscais é raridade.
Sem controle do Fisco, o dinheiro dos cartéis se mistura ao de negócios
constituídos para dar aparência de legalidade aos esquemas que aliciam
comerciantes, atravessadores, pescadores, caçadores e políticos locais.
A reportagem reconstituiu a rede do crime a partir de
documentos e conversas com agentes ligados às investigações, autoridades
da segurança pública do Amazonas, advogados que atuam na fronteira,
ribeirinhos, indígenas e pessoas com acessos a traficantes de drogas.
Dos três cartéis internacionais, o de Medellín predomina no Alto
Solimões, região que compreende os municípios de Tabatinga, Benjamin
Constant e Atalaia do Norte.
ORDEM. A polícia trabalha com a suspeita de que um atravessador
com dupla nacionalidade tenha dado uma ordem para que o pescador
Amarildo Costa, o Pelado, preso temporariamente, matasse Pereira por
causa de prejuízos ao negócio ilegal da pesca que o indigenista vinha
causando com fiscalizações. Como mostrou o Estadão, Pereira treinou uma
equipe de vigilância indígena capaz de documentar a ação de infratores
em territórios preservados, e a medida prejudicava o fluxo criminoso.
O atravessador, conhecido como Colômbia, tem propriedades em
Benjamin Constant, segundo as investigações. No entanto, atua nas
sombras. Apesar de estar no radar de policiais há anos, investigadores
de campo relataram à reportagem que só viram a primeira fotografia dele
há três dias.
Um policial federal ouvido sob anonimato disse que traficantes
que dominam as calhas dos rios Ituí, Itaquaí e Javari são só a base de
uma rede maior. Eles atuam como “capatazes” para intermediários que, em
cidades como Tabatinga, assumem negócios legais, como restaurantes,
cafés e hotéis, para lavar dinheiro. Esses intermediários prestam contas
a líderes dos cartéis internacionais.
Ribeirinhos e pescadores como Pelado e outros sob investigação
têm papel fundamental para os traficantes. Eles agem como líderes nas
comunidades e conseguem dar vazão a produtos extraídos da floresta. Com
isso, traficantes conseguem reforçar a aparência de legalidade de seus
negócios e passam a ter a condescendência de ribeirinhos para operar
rotas de drogas para outros Estados e para a Europa.
Apesar de toda a movimentação militar em Atalaia, amigos de
Pelado continuam entrando e saindo de terras indígenas com embarcações
que levam freezers para pescados. Um deles, conhecido como Caboclo, foi
flagrado pela reportagem próximo a um dos “furos” (atalhos) do Itaquaí.
Ele é monitorado pela polícia e já prestou depoimentos. Até agora, é
tratado como testemunha.
Na fronteira, o mercado de pesca ilegal, sobretudo a do
ameaçado pirarucu, de tracajás e tartarugas, não foi suspenso mesmo com
os olhos do mundo voltados para a Amazônia. Numa apreensão no dia 23 de
março, Pereira causou um prejuízo avaliado em mais de R$ 120 mil a
exploradores, segundo relatos de fontes que atuam nas investigações.
As informações levantadas pelos indígenas e demais integrantes
da equipe de Pereira possibilitaram a apreensão no porto de Atalaia de
mais de uma tonelada de pirarucu e de carne de anta. O barco de valor
estimado em R$ 70 mil também foi confiscado. Uma tartaruga adulta é
vendida por cerca de R$ 1 mil no mercado paralelo.
DINÂMICA. Responsável pela criação da Divisão de Repressão aos
Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF, nos anos
2000, o delegado Jorge Pontes afirmou que o interesse de
narcotraficantes em explorar criminosos ambientais se dá pela diferença
nas punições aos dois crimes. A extração ilegal de recursos naturais tem
pena considerada branda, na comparação com a de tráfico internacional
de drogas. “Os traficantes perceberam que essas atividades são
extremamente lucrativas e a reprimenda para esses crimes ambientais é
muito baixa”, disse Pontes. “E os crimes ambientais têm suporte de
políticos, porque essas atividades financiam campanhas.”
O delegado liderou diversas apreensões na Amazônia. “Percebia
que os barcos levavam de tudo, de tartarugas e armas a grupos de
garimpeiros. É uma área sem lei. Tem havido um recrudescimento por falta
de fiscalização”, afirmou.
Em Atalaia do Norte, dois procuradores da prefeitura, escalados
pelo chefe do Executivo local, chegaram a assumir a defesa do pescador
que teve a prisão temporária decretada. Eles foram escolhidos pelo
prefeito Denis Paiva (PSC), que justificou a “coincidência” dizendo que
faltam advogados no município.
Paiva foi vereador em 2008 e está no primeiro mandato como
prefeito. Declarou R$ 91 mil na campanha de 2020. Do total, o valor de
R$ 1 mil foi em doação privada. O restante veio do partido. “É um
município onde todo mundo se reporta ao prefeito. Eu não conheço as
pessoas como criminoso, conheço como pescador”, disse Paiva.
16 junho 2022
Moro: “Nenhum tribunal inocentou Lula, nem ousa dizer que não houve corrupção nos governos do PT
EDUCAÇÃO INTEGRAL REDUZ EM 50% OS HOMICÍDIOS, DIZ ESTUDO!
(O Estado de S. Paulo, 13) Investir em escolas em tempo
integral reduz as taxas de homicídio de jovens homens em até 50%,
segundo estudo recente de pesquisadores do Insper e da Universidade de
São Paulo (USP), com apoio do Instituto Natura. A pesquisa analisou 16
anos de uma política referência, no Estado de Pernambuco, que aumentou o
tempo de aula para 10 horas e apostou em um currículo centrado no
projeto de vida e no protagonismo do estudante. No Brasil,
diferentemente de países desenvolvidos, as crianças em geral ficam só
quatro horas na escola.
Outros estudos já haviam mostrado a melhora na aprendizagem dos
alunos em escolas de tempo integral, maiores salários para os formados,
mais empregabilidade das meninas e redução das desigualdades. Para os
especialistas, a queda na taxa de homicídios se dá não só porque o tempo
maior na escola afasta o jovem de situações arriscadas – como o
envolvimento no tráfico de drogas e outros crimes.
A qualidade da educação, com professores dedicados também em
tempo integral e currículo diferenciado, influencia muito. “Não são
apenas mais horas, é uma escola centrada no jovem, que faz ele entender a
vida de uma maneira diferente”, diz o diretor-presidente do Instituto
Natura, David Saad.
O pernambucano Vitor Arruda, de 29 anos, vinha de uma família
de agricultores analfabetos quando se deparou com a possibilidade de
cursar uma das primeiras escolas em tempo integral do Estado, em
Gravatá, a 70km de Recife. Tinha 15 anos e achava que deveria vender
frutas para ajudar a mãe, mas acabou escolhendo os estudos. “Eu não
tinha a menor ideia do que era uma graduação, se precisava de
vestibular, não tinha esse repertório.” Acabou passando em primeiro
lugar em uma universidade federal e cursou quatro graduações.
Na escola, ele diz que foi instigado a refletir “sobre seus
sonhos e sua existência”. Além das disciplinas obrigatórias, envolveu-se
nos chamados clubes de protagonismo, peças de teatro e na gestão. Os
alunos ajudavam a resolver problemas como carteiras quebradas e
alagamento de salas. “Muitos colegas que tive na infância se envolveram
com criminalidade, foram mortos. Não é romantizar, sei das dificuldades
do sistema de ensino, mas a mudança foi imensa para mim.”
Pernambuco tem hoje 70% das vagas de ensino médio em tempo
integral, o índice mais alto do País e considerado como máximo, já que
se prevê deixar unidades com um turno só, como opção. O Estado começou a
investir em 2004 e hoje todos os municípios têm uma escola integral.
Para o secretário de Educação de Pernambuco, Marcelo Barros, um dos
desafios é formar o professor para saber ensinar de uma maneira nova.
“Os jovens, principalmente os mais vulneráveis, precisam de
aprendizagens significativas para demandas do mundo contemporâneo.”
Nesse período, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb) do Estado, o indicador nacional de qualidade, cresceu. Em 2019,
as unidades que mudaram para período integral aumentaram em 21% sua
nota. Estados como Ceará e Paraíba passaram a fazer o mesmo e tiveram
resultados semelhantes.
O pesquisador do Insper e um dos responsáveis pelo estudo
Leonardo Rosa, que tem doutorado pela Universidade de Stanford sobre o
assunto, explica que a análise usou dados de 2002 a 2018 em duas
abordagens. Uma delas incluiu os municípios de Pernambuco que tinham
escola em tempo integral versus os que não tinham. O segundo grupo era
de cidades da fronteira com esse modelo comparadas às suas vizinhas de
outro Estado, que não têm. No primeiro, a diminuição das taxas de
homicídios de homens de 15 a 19 anos foi de 37,6%. No segundo, de 50,8%.
As meninas não foram analisadas. Rosa isolou efeitos de outros
programas sociais para mostrar somente a influência da escola.
“A cena da violência é muito masculina. O traficante oferece
para o menino uma trajetória de sonho sedutora, ele se vê respeitado por
mulheres, batendo de frente com o sistema”, diz o pesquisador do Núcleo
de Estudos da Violência da USP Bruno Paes Manso. “Nosso desafio é
ganhar a retórica. Seduzir pela escola, pela cultura, pelo esporte.”
Atualmente, 24% das escolas de ensino médio do País são em
tempo integral. A política começou a ser incentivada em 2016, quando o
Ministério da Educação abriu editais para os Estados se inscreverem. O
governo federal dava ajuda financeira. Mas nos últimos dois anos o
governo de Jair Bolsonaro não fez mais editais.
Os currículos são pensados para se conectar com a realidade do
estudante e desenvolver competências acadêmicas e socioemocionais. Há
projetos de orientação de estudos, tutorias, clubes de protagonismo,
práticas de laboratório. Maria Clara Araújo, de 17 anos, que fica 10
horas em uma escola estadual do Recife, diz que amigos a questionam
sobre o tempo de aula. “Não é só ficar sentada na sala, é dinâmico, com
laboratórios, disciplinas eletivas, núcleo de gênero. Não troco minha
rotina por nada.”
Segundo Saad, apesar de mais gastos, com estrutura, merenda e
funcionários com carga horária maior, a eficiência compensa. “Se Estados
como Pernambuco, Ceará e Sergipe, que não são os mais ricos, conseguem
fazer é porque é viável. O que falta é vontade política.”
14 junho 2022
Sergio Moro: "O MEU OBJETIVO É ME RECONECTAR COM O POVO PARANAENSE" .
Não vamos permitir que bandidos sejam eleitos! A luta contra os corruptos e corruptores vai continuar até o Brasil mudar para melhor para nossos filhos e netos. Vem com a gente! Vamos eleger Moro e Deltan + 200 congressistas honestos e éticos!
Urgência de uma Reorganização Social para segurar a reconstrução de bases de Desenvolvimento Familiar
RENDA É A MENOR EM 10 ANOS!
(Marcelo Reis Garcia) Entre os 5% mais pobres a queda foi de 48% desde 2012. Entre o 1% mais rico, de 6,9%.
A desigualdade no Brasil explodiu e nenhum governo (federal,
estadual ou municipal) está sabendo enfrentar essa questão.
O 1% mais rico do Brasil ganha o equivalente a 38,4% do rendimento de 50% dos mais pobres.
Todas as famílias perderam desde 2012, mas entre os 5% mais
pobres o rendimento despencou 48%, passando de RS 75 per capita em 2012
para RS 39 per capita.
Já o 1% mais rico saiu de RS 17 mil per capita para RS 15,9 mil per capita.
Em 2022 o Cenário é bem difícil.
O Nordeste segue com menor rendimento médio familiar, RS 843,00 enquanto a média nacional é de RS 1.353,00
Importante destacar que é a renda da família e não renda per capita.
A Desigualdade aumentou em todas as regiões, sobretudo nas norte e nordeste.
Analistas indicam escalada da desigualdade.
Constatações da PNAD a partir de minha avaliação.
1- Pressão sobre os Serviços Públicos;
2- Urgência de uma Reorganização Social para segurar a reconstrução de bases de Desenvolvimento Familiar;
3- Incapacidade total dos governos atuarem sobre desigualdade;
4- Entre 2023 e 2025 será necessário fortalecer Transferência
de Renda. O esforço deveria ser por um cartão único e não pela dispersão
atual;
5- Garantir condições mínimas para as equipes sociais nos
municípios. Sem essas condições o trabalho não gera nenhum resultado.
12 junho 2022
COMANDO VERMELHO GOVERNA PARTE DO PAIS > RIO, SP E MANAUS.
VALE DO JAVARI, ONDE INDIGENISTA E REPÓRTER DESAPARECERAM, É ALVO DE COBIÇA DO COMANDO VERMELHO! (O Estado de SP, 08) A região do Vale do Javari, onde desapareceram após ameaças o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, sofre reflexos de um misto de atividades clandestinas que vai além da extração de madeira e do garimpo. Desde os anos 2000, a região passou a ser alvo de disputa entre facções de narcotraficantes brasileiros, por ser estratégica para escoamento de armas e drogas - produzidas no Peru e na Colômbia e que abastecem o mercado brasileiro e o europeu, atravessando os rios e portos brasileiros. As facções mais presentes são o Comando Vermelho (CV), originário do Rio de Janeiro, e a Família do Norte, bando criado na periferia e nas cadeias de Manaus, mas que teve como trunfo o controle da chamada Rota do Solimões por alguns anos. Essa facção local ficou conhecida em 2017, quando comandou execuções brutais no sistema prisional do Amazonas, num sinal do que seria o rompimento do acordo nacional entre as duas maiores organizações criminosas do País, o Primeiro Comando da Capital (PCC), de origem paulista, que também tentava o controle do Solimões, e o CV. À época, a FDN era parceira do CV e executou integrantes do PCC. Atualmente, FDN e CV disputam territórios. A FDN foi alvo de uma operação da Polícia Federal, batizada “La Muralha”, que dissecou a organização. Investigações registradas pelo Ministério Público documentaram conexões da FDN com outro agente transnacional da região, os guerrilheiros colombianos das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), do qual restam frentes dissidentes, depois da deposição de armas com acordo de paz. Segundo o MPF, eles foram fundamentais para o acesso da FDN a armamentos. Além dessas três facções, também surgiu em Tabatinga (AM) o bando local “Os Crias”, formado a partir de 2019, por alianças entre criminosos que estavam antes ligados às maiores facções. Policiais já encontraram documentos com referências a “Os Crias” na Unidade Prisional de Tabatinga, em abril . A presença de “Os Crias” na tríplice fronteira foi catalogada pela publicação Cartografias das Violências na Região Amazônica, publicada em fevereiro pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O documento também indica que, do lado colombiano, a organização de narcotraficantes Caqueteños tem o maior controle no Amazonas. A área em que Pereira e Phillips sumiram fica próxima à tríplice fronteira, sendo as principais cidades Santa Rosa, no Peru, Letícia, na Colômbia, e Tabatinga, no Amazonas. Os mesmos rios e igarapés onde as buscas são feitas servem aos traficantes como forma de escape. Os rios Amazonas e Javari são parte da rota. Autoridades já colheram indícios de que as organizações trabalham na extrativismo, com madeira e garimpo. Militares dizem que as comunidades ribeirinhas e povos indígenas sofrem com a ausência do Estado e de oportunidades de renda, o que facilitou com que se alastrasse, nessa região permeável, uma mistura de atividades ilegais a girar a economia local. As investigações em curso ainda não descartam nenhuma hipótese do paradeiro de Pereira e Phillips. A Polícia Federal concentra as apurações e recebeu apoio de militares das Forças Armadas. Um oficial relatou que as principais hipóteses são três: que ambos estejam em local isolado, provavelmente com indígenas; que tenham sofrido algum acidente; ou que tenham sido emboscados e mortos por marginais. | |
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