Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

29 dezembro 2022

É do interesse nacional reduzir a polarização.

 
Por Maria Hermínia Tavares, professora titular aposentada de ciência política da USP e pesquisadora do Cebrap para a Folha de SP, em 28/12/22.

 O relatório final do Gabinete de Transição Governamental dá conta do estrago provocado pelo governo que enfim acaba neste sábado (31). Embora alentado, o documento não traz propriamente informações novas. Seu mérito é proporcionar uma visão panorâmica daquilo que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, coordenador da empreitada, definiu à perfeição: "Desmonte do Estado brasileiro."

Tão danosa quanto o legado de desgoverno é a herança de polarização política patrocinada pelo presidente de extrema-direita. Sua cara mais visível são os grupelhos que fecharam estradas, se instalaram às portas dos quarteis a pedir intervenção militar e tramaram atos terroristas com o que foi recentemente abortado em Brasília. O fanatismo que os move se nutre, de um lado, da complacência dos agentes da ordem e, de outro, do silêncio cúmplice de quem cultiva a ambiguidade com a recusa a reconhecer a derrota das urnas.

Os aprendizes de terroristas provavelmente serão dispersados quando o país voltar a ter governo, de hoje a três dias. Mais difícil será fechar a fenda que cindiu a sociedade por ação deliberada da extrema-direita. Pois, se diferenças de valores, preferências políticas e simpatias partidárias existem em qualquer agrupamento humano, sua metamorfose em hostilidade mútua e antagonismos irredutíveis é obra de quem aposta tudo na radicalização.

Recente pesquisa da Genial-Quaest —"O Brasil que queremos"— indica que 9 em 10 cidadãos pensam que o país saiu mais dividido das eleições de outubro passado. Parcela significativa deles se reconhece como anti-PT (40%) ou pró-PT (35%).

Os dois grupos habitam universos díspares a mais não poder: buscam informações em mídias diferentes ou em redes sociais, se inquietam com assuntos distintos. A rejeição das cotas raciais; da expressão pública de afeto entre pessoas do mesmo sexo; da expansão dos direitos das mulheres; e a demanda pela posse e porte de armas povoam a cabeça dos antipetistas.

Ainda assim, para além das suas diferenças gritantes, parece haver extensa e talvez surpreendente área de convergência entre os dois grupos adversários. Une-os o apoio à ação do governo para controlar a inflação, reduzir desigualdades, gerar empregos e atuar fortemente na educação; tratar o crime com mão dura e não avançar no direito ao aborto. É do interesse nacional reduzir a polarização —o que requer boa gestão econômica, robusta política social, mas também muita criatividade nas políticas de segurança pública e diversidade, que despolitizem essas agendas sem reduzir direitos

27 dezembro 2022

ACR | #EXCLUSIVA "Cuentas socialistas en el Vaticano", inclusive de Lula

Aos 47 minutos da gravação o diácono revela o valor que Lula tem no banco do Vaticano: 249.000.000,00 de Euros, o que equivalem a R$ 1.302.270.000,00 (1,3 bilhões de Reais)

23 dezembro 2022

A QUEM SERVIU O ORÇAMENTO SECRETO!

 
(Editorial - O Estado de SP, 22/12/22) 

Em março de 2019, nesta data o então presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB-RJ) diagnosticou a existência de um problema que acabaria por se tornar crônico ao longo do mandato de Jair Bolsonaro. Ao falar sobre as dificuldades do governo para aprovar a reforma da Previdência, Maia discorreu sobre a dinâmica entre o Executivo e o Legislativo e as atribuições que cabiam a cada um dos Poderes. “O presidente da Câmara, que sou eu, vai continuar dentro da Câmara, dialogando com os deputados, mas eu não tenho responsabilidade e nem o governo pode me delegar responsabilidade de construir uma base para o governo”, afirmou.

Nunca compreendida pelo governo, a mensagem sintetiza o que foram as relações entre os Poderes nos últimos anos. Muitas vezes, Maia foi acusado de boicotar os projetos defendidos pelo presidente. É verdade que o deputado nunca levou a plenário propostas caras ao bolsonarismo, como as ligadas a costumes, mas também é fato que foi sob sua presidência que os parlamentares deram aval a marcos como a reforma da Previdência, a Lei do Saneamento e a Lei do Gás.

O bolsonarismo, porém, não aceita a independência dos Poderes, e foi assim que decidiu apostar suas fichas na eleição de um aliado para o comando da Câmara. Em 2020, a Secretaria de Governo deu início ao orçamento secreto, privilegiando parlamentares dispostos a votar em Arthur Lira (PP-AL) com as emendas de relator. Inapto e sem disposição para a articulação política, o presidente cedeu o controle de uma parcela da peça orçamentária para se manter no cargo e terceirizou a Lira a função que Maia recusou: formar uma maioria na Casa para aprovar os projetos de interesse do governo.

Sob esse ponto de vista, há quem veja que o Supremo Tribunal Federal (STF), ao declarar a inconstitucionalidade do orçamento secreto, tenha reduzido os instrumentos que o Executivo tem à mão para negociar o apoio do Legislativo e gestado uma crise para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Se isso fosse verdade, isto é, se a governabilidade construída à base de emendas de relator fosse garantida, os deputados jamais teriam rejeitado, por exemplo, a PEC do voto impresso, a maior e mais amarga derrota imposta a Bolsonaro.

É claro que a intenção inicial não era essa, mas quem mais se beneficiou do esquema foi Lira. Não é coincidência que o orçamento secreto tenha nascido e morrido às vésperas da eleição do comando da Câmara. Com recursos bilionários à sua disposição, distribuídos por critérios que só ele conhecia, Lira não perdeu nenhuma votação na Casa, à exceção da PEC do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). As negociações entre Lula e o presidente da Câmara para aprovar a PEC da Transição provam que a base aliada, afinal, nunca pertenceu a Bolsonaro. Explicam, também, as razões pelas quais o moribundo governo acabou no dia em que ele perdeu a eleição, em 30 de outubro.

Não há dúvida de que as emendas de relator facilitaram a vida de Bolsonaro, mas o que elas realmente garantiram foi a onipotência da Mesa Diretora. A instituição legislativa, pela primeira vez na história, assumiu uma função típica do Executivo e passou a executar uma parte do Orçamento. As emendas, por fim, fortaleceram a posição do presidente da Câmara perante o próprio plenário de deputados, desequilibrando as relações entre os parlamentares a ponto de, até agora, não haver desafiantes para disputar a eleição com ele em fevereiro.

A ausência das emendas de relator cria, portanto, mais do que uma chance para a reconstrução das relações entre Executivo e Legislativo a partir de novas bases. Abre, também, uma oportunidade para restabelecer as condições de igualdade entre cada um dos 513 parlamentares. O orçamento secreto, afinal, sujeitou todos aos desígnios da Mesa Diretora e retirou a autonomia dos deputados para votar conforme a orientação de seu partido ou sua própria consciência. O fim do instrumento pode, por fim, representar o resgate da maior virtude do plenário: a garantia de que cada voto tem exatamente o mesmo valor.

26 outubro 2022

03 outubro 2022

A GLOBALIZAÇÃO REALMENTE MORREU?!

 Por Moisés Naím para O Estado de S. Paulo, em 03 de outubro de 2022

 A globalização acabou. O protecionismo de Trump, o Brexit, os problemas nas cadeias de fornecimento criadas pela covid-19 e a agressão criminosa de Vladimir Putin puseram fim à onda de integração global disparada pela queda do Muro de Berlim, em 1989. Estes tempos de mercados de ações em baixa e juros altos darão a última badalada no sino do enterro da globalização.

Esta opinião está em moda – e está quase totalmente errada. Principalmente do ponto de vista da economia, mas também do ponto de vista social e cultural. De fato, a surpresa dos dois último anos foi a resiliência que a globalização demonstrou. Em um período excepcionalmente turbulento, a integração econômica e social do mundo – a conexão entre os países – nos surpreendeu mais por sua resistência do que por sua fragilidade.

RECESSÃO.

De fato, os dados sugerem que a crise financeira mundial de 2008-2009 e a Grande Recessão que ela desencadeou impactaram negativamente a economia e a política mundial mais do que os demais eventos de importância global que ocorreram na década passada.

O volume de comércio internacional cresceu muito durante o período de hiperglobalização (1985-2008), passando de aproximadamente 18% para 31% do valor total da economia mundial. Com a crise de 2008, essa cifra caiu, se situando em cerca de 28%. E aí mais ou menos ficou desde então: mantendo-se estável apesar de todos os choques econômicos e convulsões políticas dos últimos anos.

O protecionismo de Donald Trump reduziu a integração dos EUA ao restante do mundo. Nos EUA, o comércio caiu de 28% do PIB, em 2015, para 23%, em 2020. As exportações do Reino Unido para a União Europeia caíram fortes 14% no ano seguinte ao Brexit. Mas essas oscilações, por maiores que sejam, foram compensadas por uma maior integração econômica na Ásia Oriental e na África, onde as conexões de interdependência entre os países continuam se aprofundando e se ampliando.

PROTECIONISMO.

Mesmo com seus custos, problemas e acidentes, a integração entre os países não morreu

A integração econômica parece ter uma inércia própria, que resiste a tudo, incluindo a embates tão grandes quanto as guerras comerciais iniciadas por Trump ou o voto dos britânicos a favor do Brexit. Uri Dadush, um reconhecido especialista em economia internacional, constatou que as barreiras protecionistas que foram erigidas nesses últimos anos tiveram um efeito insignificante no comércio global. Certamente as cadeias de fornecimento se viram submetidas a tensões e interrupções que estimularam as empresas a mudar algumas de suas fábricas para locais mais próximos aos mercados consumidores. A Europa está experimentando agora, sem dúvida, as dolorosas consequências econômicas de sua dependência energética em relação à Rússia. Mas, segundo os dados disponíveis, o efeito global líquido, considerando essas mudanças transcendentais, não foi uma redução da integração econômica.

Recordemos também que a globalização vai muito além do comércio. A globalização se baseia tanto na circulação global de ideias, atitudes, filosofias e pessoas quanto no comércio de mercadorias. E, nesse sentido mais amplo, a globalização parece acelerar, não ratear. O Tiktok possui 1,4 bilhão de usuários espalhados por 150 países, por exemplo.

Outra prova de globalização ativa e acelerada é a ciência. Cientistas do mundo inteiro competem com colegas de outros países. É normal. Fora do normal foi a velocidade com que eles conseguiram atuar e, em certos casos, se coordenar para conseguir inventar as vacinas contra a covid-19, produzi-las em grande escala e distribuí-las pelo mundo, salvando desta maneira milhões de vidas. Se esse exitoso exemplo de globalização foi possível virar realidade uma vez, poderá se repetir em muitas outras oportunidades.

RISCOS GLOBAIS.

Naturalmente, a globalização não é invulnerável e nem todas as suas consequências são positivas. Os níveis de desigualdade que coexistem com a globalização são inaceitáveis, por exemplo. Se a guerra na Ucrânia se prolongar muito mais ou – tragicamente – se tornar nucelar, ela poderia cortar fornecimentos cruciais de energia, alimentos e fertilizantes que constituem a coluna vertebral da globalização econômica.

Ainda pior, um ataque militar chinês contra Taiwan poderia acabar com grande parte da capacidade de fabricação de microchips, incapacitando um mundo que depende cada vez mais das tecnologias digitais. No futuro próximo, a criptografia quântica poderia deixar obsoleta toda a criptografia que existe atualmente na rede. Isso causaria uma severa crise de cibersegurança e limitaria a globalização digital.

Essas ameaças existem. São reais e graves. Mas se conjugam em tempo futuro. No presente, o mundo está integrado mais profundamente do que uma década atrás. Apesar de seus custos, problemas e acidentes, a integração entre os países não morreu. O objetivo adiante é como proteger-nos de seus defeitos e aproveitar ao máximo as portas que ela abre.

09 agosto 2022

SEGURANÇA DO CELULAR: AS DICAS VÃO DO NÍVEL BÁSICO ATÉ O AVANÇADO!



(O Estado de S. Paulo, 07)

Nível básico •

1) Use senhas alfanuméricas (incluindo símbolos e combinando letras minúsculas e maiúsculas) diferentes para cada cadastro;

2) Use sequências numéricas aleatórias em instituições financeiras, como senhas de cartões ou credenciais em aplicativos bancários;

3) Ative a verificação em duas etapas por celular ou e-mail; 4) Coloque senha no chip (SIM) da operadora, o que irá impedir que ladrões insiram o cartão em outro aparelho e tenham acesso ao seu número; 5) Não clique em links duvidosos ou dê informações pessoais, mesmo que o pedido seja de um contato conhecido; 6) Ative todas as biometrias do seu aparelho, como leitores de digitais e de rosto, que criam camadas a mais de segurança.

Nível intermediário •

1) Tenha senhas aleatórias, complexas e impossíveis de decorar: use apps específicos (1Password, Last Password) ou ferramentas de navegadores (Google Chrome e Safari) que criam senhas e as colocam em um “cofre” na nuvem;

2) Ative senhas de uso único como outra etapa de verificação. São números aleatórios que funcionam como segundo código. São criadas por apps próprios (Google Authenticator, Microsoft Authenticator, Authy, 1Password);

3) Entre em contato com a instituição financeira e diminua limites diários de transferência (DOC, TED e Pix), saques e empréstimo pré-aprovado; 4) Considere incluir um contato de confiança em sua família iCloud (Apple), permitindo que familiares possam apagar o dispositivo a distância em caso de roubo – Android (Google) não tem o recurso.

• Nível avançado

1) Comprar uma chave de segurança física para recuperação de senha e logins, como Titan (do Google), Yubico e OnlyKey — os preços, no entanto, podem ultrapassar a faixa dos R$ 800. Esses objetos são pequenos e podem ser guardados em chaveiros, por exemplo;

2) Gere e imprima códigos de backup alternativos, senhas criadas automaticamente pelo próprio cadastro dos serviços. Devem ser guardados em casa em local seguro; 3) Caso tenha adotado um app gerador de senhas, apague as senhas salvas dos navegadores para evitar brechas; 4) Crie um “e-mail secreto” a que só você tem acesso: essa conta não pode estar salva em nenhum dispositivo do cotidiano, deve ter senhas fortes e autenticação em dois fatores ativada. Por esse e-mail, você fará recuperação das contas mais importantes;

5) Deixe um dispositivo em casa (como um tablet ou celular velho) para ser o local por onde você acessa seu e-mail “secreto”, apps próprios de senhas ou até de instituições financeiras menos utilizadas.

08 agosto 2022

CRIANÇAS E ADOLESCENTES NUM PAÍS FAMINTO!

 

(Raquel Franzim e Ana Claudia Cifali respectivamente, diretora de educação e culturas infantis do Instituto Alana e coordenadora jurídica do Instituto Alana - O Estado de S. Paulo, 07) Ao longo dos primeiros 18 anos de vida, a criança e o adolescente vivem transformações físicas, cognitivas e emocionais que estruturam os anos que seguem e a vida adulta. Esse período, que é breve, produz efeitos duradouros. É por isso que o dado revelado de que o número de pessoas passando fome dobrou do final de 2020 para o começo de 2022 em lares do País com crianças de até 18 anos (25,7% das famílias) é o anúncio da tragédia humanitária que vivemos no presente com potencial de arruinar uma geração inteira no futuro. Durante as férias escolares, com a interrupção da oferta de merenda escolar, este quadro se agrava ainda mais.

Apenas 26% das crianças de 2 anos a 9 anos no Brasil fazem três refeições por dia. Famílias negras e chefiadas por mulheres são as mais impactadas, escancarando como a raça e o gênero são características decisivas para uma vida de privações e para a desigualdade na garantia de direitos em nosso país. A alimentação é o direito social mais básico da vida humana. A interrupção do acesso regular e permanente à alimentação de qualidade e em quantidade suficiente gera um efeito cascata nos demais direitos, impactando o desenvolvimento e freando a autonomia humana, essencial para um Estado Democrático de Direito.

Uma criança que passa fome não deveria preocupar apenas sua família: é a demonstração de que toda a responsabilidade compartilhada prevista no artigo 227 da Constituição federal falhou. Falhamos nós, sociedade e suas instituições, e falham os governos, que deveriam protegê-la acima de tudo, em primeiríssimo lugar, de toda ordem de violência e crueldade que a fome provoca.

Entre os direitos sociais mais afetados ao passar fome encontra-se o direito à educação. Tanto não há condições para aprender, participar e se desenvolver integralmente que o País criou ainda em 1954 o consolidado Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Posteriormente, foi incorporado como direito na Constituição federal de 1988 nos artigos 205 e 208 como um programa suplementar, ou seja, fundamental na garantia de qualidade na educação.

Responsável por garantir 15% das necessidades nutricionais básicas da vida, o programa é uma política pública baseada em evidências que comprovam que, do ponto de vista cognitivo, a desnutrição infantil prejudica o desenvolvimento da atenção, a memória, a leitura e a aprendizagem de linguagens como um todo.

A equação é simples: com menos energia e nutrientes, a performance ao participar da vida escolar diminui e as dificuldades de aprendizagem aparecem. Importante destacar que a fome provoca efeitos sistêmicos no desenvolvimento da criança, desde o crescimento neuromotor abaixo do esperado até, também, prejuízos em habilidades socioemocionais como iniciativa e tomada de decisão. Além disso, permanecer na escola nessas condições se mostra difícil, em alguns casos gerando o abandono escolar para busca de trabalho na tentativa de ampliar a renda familiar, como aponta relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 2020.

Por isso, uma boa alimentação escolar é fundamental, inclusive no período de férias, com programas próprios e específicos para alcançar as crianças e adolescentes que passam fome. Ainda que não responda a todo o problema da fome e da pobreza, a alimentação escolar faz parte da adoção de uma estratégia multidimensional, que inclui a elevação da agenda como prioridade política, com programas consistentes de redistribuição de recursos, assistência, renda e trabalho, sobretudo para as famílias mais afetadas. Infelizmente, dados revelam que o País não apenas deixou de apresentar essas soluções, como, em virtude das escolhas políticas recentes do governo federal, empurrou mais pessoas para a privação alimentar.

Com baixa competência técnica do Ministério da Educação (MEC) para resolver os problemas estruturais do setor durante a pandemia de covid-19, o governo federal tem priorizado questões irrelevantes para a população, entre elas o ensino domiciliar, e passa a escrever, agora, mais um capítulo desesperador. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão técnico vinculado ao MEC, palco recente de disputas políticas, vem nos últimos anos reduzindo a previsão e a execução orçamentárias do Pnae. Segundo dados do próprio governo federal no Portal da Transparência, a tendência é de diminuição de recursos destinados à alimentação escolar. Tudo isso em meio ao agravamento do cenário da fome.

Em outubro, o País passará por eleições para os governos federal, estaduais e para o Legislativo. Sem ter os direitos de todas as crianças e os adolescentes (especialmente os que passam fome) priorizados hoje, no centro do debate e das políticas públicas, o amanhã pode ser tarde demais para eles e para todos nós como sociedade e país.

07 agosto 2022

O FRACASSO DO SOCIALISMO

 

"Um professor de economia da universidade Texas Tech disse que raramente reprovava um aluno, mas tinha reprovado, uma vez, uma turma inteira.
Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário
e "justo".
O professor então disse, "Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta turma.
Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto seriam "justas".
Isto quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria.
Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores...
Logo que a média dos primeiros exames foi calculada, todos receberam 12 valores.
Quem estudou com dedicação ficou indignado, pois achou que merecia mais, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado!
Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos -
eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.
Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também eles se deviam aproveitar da média das notas.
Portanto, agindo contra os seus princípios, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos.
O resultado, a segunda média dos testes foi 10.
Ninguém gostou.
Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5.
As notas nunca mais voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, à procura de culpados e palavrões passaram a fazer parte da
atmosfera das aulas daquela turma.
A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma.
No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros.
Portanto, todos os alunos chumbaram...
Para sua total surpresa.
O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foi o seu resultado.
Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós."
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável."
O pensamento abaixo foi escrito em 1931.
"É impossível levar o pobre à prosperidade através de leis que punem os ricos pela sua prosperidade.
Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa tem de trabalhar recebendo menos.
O governo só pode dar a alguém aquilo que tira de outro alguém.
Quando metade da população descobre de que não precisa de trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade,
então chegamos ao começo do fim de uma nação.
"É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
Adrian Rogers, 1931

EU QUERO O MELHOR PARA O MEU BRASIL!

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04 agosto 2022

O DESABAFO DE UMA ATLETA BRASILEIRA.

 

Por Izabel Cristina Denis Cabral
 
Pode ser uma imagem de 1 pessoa e em pé"Meu nome é Isabel, joguei vôlei na seleção brasileira, representei o Brasil por muitos anos. Resolvi escrever essa carta aberta, não para falar de esporte, mas para falar da cultura, porque acredito que só pude ser a jogadora que fui e a pessoa que sou graças aos filmes que vi, aos livros que li, às músicas que ouvi, às histórias que minha avó me contava. Minha mãe era professora e escritora, amava os livros, adorava música, e foi ela quem me apresentou a Chico Buarque, Caetano, Cartola, Luiz Melodia, entre tantos grandes compositores brasileiros. Lembro, quando chegava do treino muito cansada, que me deitava no sofá e ela me falava dos poetas que amava: Bandeira, Joao Cabral, Cecília Meirelles, Drummond…. Hoje tenho certeza que aquela atmosfera foi muito importante na minha formação.
Quantas vezes, ouvindo e dançando as músicas de Gilberto Gil com Jacqueline, a grande campeã Olímpica, comemoramos vitórias e tentamos esquecer a dor de algumas derrotas. Lembro também do impacto que senti, aos 18 anos, quando assisti ao filme “Tudo Bem”, de Arnaldo Jabor, com a incrível Fernanda Montenegro e um elenco de craques. Aos 17, assisti “Trate-me Leão”, peça que inspirou toda uma geração. Quantas vezes, os livros me transportaram para outros universos e me permitiram aliviar as tensões das quadras.
Pois é, depois de um ano de governo Bolsonaro, preciso expressar meu horror com o que tem acontecido com a cultura. É muito duro ouvir os insultos que foram proferidos contra Fernanda Montenegro; ver Chico Buarque ganhar o prêmio Camões, maior prêmio da língua portuguesa, sem que o presidente cumprimente ou comemore o feito; testemunhar a morte de João Gilberto, um dos maiores compositores brasileiros sem que nenhuma homenagem tenha sido feita pelo governo. É estarrecedor saber que nosso cinema é premiado lá fora e atacado aqui dentro; ver o ataque brutal à casa de Rui Barbosa, com as exonerações dos pesquisadores que eram a alma e o coração daquela instituição. E como se não bastassem esses exemplos de barbaridade, assistimos ainda o constante flerte do governo com a censura.
Essa carta é só pra dizer que eu me sinto muito ofendida, senhor Bolsonaro. Não sou uma intelectual, sou uma cidadã brasileira que acredita que a cultura é essencial para qualquer pessoa.
Ela só existe ser for plural, em todas as formas de expressão. Por meio dela, formamos a nossa identidade.
Se esse governo não gosta do nosso cinema, da nossa música, dos nossos escritores, eu quero dizer que eu e uma enorme parte dos brasileiros gostamos.
Não aguento mais assistir a tantos absurdos calada. Vocês estão ofendendo uma grande parcela do povo brasileiro.
Aprendi no esporte que é fundamental respeitar as diferenças e saber que elas são enriquecedoras em todos os aspectos. Aprendi que é fundamental respeitar os adversários , e não tratá-los como inimigos.
Compreendi, vivendo no esporte, o quanto é importante ser democrático. Inspire-se no esporte, senhor presidente!
O senhor foi eleito democraticamente. Governe democraticamente, e não apenas para quem pensa como o senhor. Hoje eu pensei muito nos rumos da cultura, porque lembrei da minha querida avó, que me levava, quando menina, para passear nos jardins da casa de Rui Barbosa…”
Isabel Salgado
DESABAFO, ISABEL

06 julho 2022

POR QUE A INFLAÇÃO DEVE SEGUIR ACIMA DO NÍVEL PRÉ-PANDEMIA!

 



(O Estado de S. Paulo, 03) As más notícias a respeito da inflação continuam chegando. Nos países ricos ela está acima de 9% ao ano e não ficava tão alta desde a década de 1980 – e nunca houve tantas “surpresas com a inflação”, com dados maiores do que o previsto pelos economistas. Isso, por sua vez, está afetando fortemente a economia e os mercados financeiros. Os bancos centrais estão aumentando as taxas de juros e encerrando programas de compra de títulos, devastando as ações. Em muitos países, a confiança do consumidor está menor do que nos primeiros dias da pandemia de covid-19. Indicadores de todos os setores, desde a habitação até a produção industrial, sugerem que o crescimento econômico está desacelerando de forma acentuada.

O que acontecerá com os preços ao consumidor é uma das questões mais importantes para a economia global. Muitos analistas esperam que a inflação anual diminua em breve, em parte porque os preços das commodities devem cair na comparação ano a ano, após aumentos significativos em 2021. Em projeções econômicas mais recentes, o Federal Reserve, por exemplo, espera que a inflação anual nos EUA (medida pelo índice de despesas de consumo pessoal) caia de 5,2%, no final de 2022, para 2,6% até o final de 2023.

É perdoável não levar essas previsões tão a sério. Afinal, a maioria dos economistas não foi capaz de ver a onda inflacionária chegando e, depois, previu erroneamente que ela desapareceria depressa. A futura trajetória da inflação está, em grande parte, cercada de incertezas.

As preocupações com a inflação podem apontar para três outros indicadores que sugerem ser improvável o mundo rico retornar tão cedo ao padrão anterior à pandemia, de crescimento de preços baixo e estável: aumento salarial crescente e expectativas de inflação maior tanto de consumidores como de empresas. Se prolongados, juntos, poderiam contribuir para o que o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), o banco central dos bancos centrais, descreveu em relatório de 26 de junho como um “ponto crítico”. Além disso, advertiu o BIS, “uma psicologia inflacionária” poderia se espalhar e se tornar “arraigada”.

INDEXAÇÃO. Há evidências crescentes de que os trabalhadores estão começando a negociar por salários mais altos. Isso poderia criar outra rodada de aumentos de preços conforme as empresas repassam as despesas extras. Uma pesquisa do Banco da Espanha sugere que metade dos acordos de negociação coletiva assinados para 2023 contém “cláusulas de indexação”, o que significa que os salários estão automaticamente vinculados à inflação, uma alta em comparação aos 20% antes da pandemia.

Na Alemanha, o sindicato IG Metall solicitou aumento salarial de 7% a 8% para quase 4 milhões de trabalhadores no setor de metais e de engenharia (provavelmente ele conseguirá cerca de metade disso). No Reino Unido, os trabalhadores ferroviários entraram em greve enquanto demandavam aumento de 7%, embora não esteja claro se vão alcançar o objetivo.

Tudo isso torna o crescimento salarial um tema ainda mais atual. Um índice que monitora o grupo de países do G-10, compilado pelo Goldman Sachs, já está subindo quase verticalmente. E os pisos salariais também estão subindo. A Holanda está propondo aumento do salário mínimo. A Alemanha aprovou lei aumentando seu mínimo em 20%. A agência de relações industriais da Austrália aumentou o piso salarial em 5,2%; mais que o dobro do aumento de 2021.

O crescimento salarial mais rápido reflete, em parte, as expectativas mais altas do público para futuros aumentos de preços – a segunda razão para se preocupar que a inflação possa se mostrar mais duradoura. Nos EUA, as expectativas de curto prazo estão aumentando depressa. Os canadenses dizem estar se preparando para uma inflação de 7% no próximo ano, o maior número entre qualquer país rico. Até mesmo no Japão, onde os preços raramente sofrem alterações, as crenças estão mudando. Um ano atrás, pesquisa do banco central japonês apontou que apenas 8% das pessoas acreditavam que os preços subiriam “significativamente” no próximo ano (os preços ao consumidor, de fato, aumentaram apenas 2,5% até abril). Agora, no entanto, 20% das pessoas supõem que isso vá acontecer.

VAREJO. O terceiro fator diz respeito às expectativas de inflação das empresas. No setor de varejo, elas estão em uma máxima histórica em um terço dos países da União Europeia. Pesquisa do Banco da Inglaterra sugere que os preços de roupas para as coleções de outono e inverno serão de 7% a 10% maiores que há um ano. O Fed de Dallas encontrou evidências preliminares de que os consumidores estão menos dispostos a tolerar aumentos. Um entrevistado do setor de aluguel e leasing reclamou que “está ficando difícil repassar os aumentos de preços de 20% a 30% dos fabricantes”. Mas isso apenas aponta para um nível mais baixo de inflação alta.

A grande esperança de uma inflação mais baixa está relacionada ao preço dos bens. Aumentos nos preços de carros, geladeiras e itens semelhantes, ligados em parte aos transtornos nas cadeias de suprimentos, motivaram o aumento inflacionário no ano passado. Agora há alguns indícios de mudança. O custo para enviar algo de Xangai para Los Angeles caiu 25% desde março. Nos últimos meses, diversos varejistas gastaram muito com estoques para manter suas prateleiras cheias. Vários agora estão reduzindo os preços para atualizar o estoque. Nos EUA, a produção de automóveis está finalmente melhorando.

Em teoria, a queda dos preços dos bens poderia ajudar a apagar as chamas inflacionárias no mundo rico, aliviando o custo de vida, dando aos bancos centrais espaço para respirar e estabilizando os mercados. Mas, com indicadores de preços futuros apontando para a direção contrária, as chances de isso acontecer aumentaram. Não se surpreenda se a inflação continuar feroz durante um tempo ainda.






05 julho 2022

Neutralizar o poder político da Suprema Corte e do STF

 

Neutralizar o poder político da Suprema Corte e do STF
 
Nas democracias, os Poderes constituídos não podem transmitir um sentimento de insegurança para a sociedade e as pessoas.
Modesto Carvalhosa, O Estado de São Paulo
03 de julho de 2022 | 03h00
A decisão da Suprema Corte norte-americana de 24 de junho, retirando, por 6 votos a 3, a proteção constitucional à prática legal do aborto, que perdurava há quase meio século naquele país, chocou o mundo e levou à indignação os próprios chefes dos dois outros Poderes daquela República. Ao invés de cuidar precipuamente da constitucionalidade das leis federais e da harmonização das legislações dos Estados que compõem a União, a Suprema Corte governa o país paralelamente. Temos, assim, um governo eleito e um governo judicial. O primeiro é exercido pelo presidente Joe Biden; o segundo é inspirado pelo ideário do ex-presidente Donald Trump.
Nesse ambíguo comando da nação, a Suprema Corte, no momento em que larga às feras ultraconservadoras milhões de mulheres, promete pautar, logo em seguida, outras medidas medievais. Para causar inveja ao Talibã, o honorable juiz Clarence Thomas declara que, no futuro próximo, serão proibidos os métodos contraceptivos e o planejamento familiar, protegidos pela Corte desde 1965. Da mesma forma, a Suprema Corte promete novamente criminalizar as relações homossexuais – criminalização esta abolida em 2003 –, bem como declarar inconstitucional a lei de 2015 que permitiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E, para mostrar do que é capaz, uma semana antes da retirada das garantias constitucionais ao aborto, a Suprema Corte confirmou o direito irrestrito ao uso de armas por qualquer pessoa, não obstante os massacres que se sucedem naquele país.
Com todas essas decisões tomadas e agendadas, a Suprema Corte deixa de ser um símbolo secular da democracia, inaugurada naquele país em 1776, para se tornar um prédio cercado por imensas grades que procuram bloquear as manifestações de justa indignação do povo norte-americano. Dois terços da sociedade já se manifestaram contra este poder paralelo em que se transformou a Suprema Corte ao retirar da proteção federal o direito ao aborto.
Nas democracias, os Poderes constituídos não podem transmitir um sentimento de insegurança para a sociedade e para as pessoas. Quando tal ocorre, a democracia está em perigo real, pois um dos seus fundamentos é a garantia do exercício dos direitos naturais individuais e coletivos. Não pode a Suprema Corte ser um fator de instabilidade social e política, o que é exatamente o contrário de sua função institucional. É o que ocorre nos Estados Unidos, onde o direito à privacidade e à intimidade pessoal está sendo destruído pela cúpula do Poder Judiciário.
Qual é a causa desse sinistro retrocesso? É, obviamente, o sistema de nomeação dos juízes da Suprema Corte pelo presidente da República, com a ratificação do Senado. Esse regime teve sua razão histórica há 250 anos, pelo fato de os Estados federados, em face das enormes disparidades entre eles, necessitarem de um tribunal federal que pudesse arbitrar suas diferenças e desavenças de forma absolutamente independente.
Esse sistema se degenerou com o passar dos séculos, pela hegemonia nacional dos dois partidos – Republicano e Democrata –, o que levou os sucessivos presidentes, cada vez mais, a nomearem pessoas que professassem as ideologias do partido no poder. Desse modo, a Suprema Corte foi se tornando um tribunal cuja maioria reflete cada vez mais as radicais posições ideológicas dos presidentes que os indicam. Hoje, há na Suprema Corte seis juízes fundamentalistas de raiz e três magistrados defensores dos direitos humanos e das minorias. Não se trata de um tribunal, mas de uma instituição que impõe suas decisões, de nítida feição política, subtraindo os poderes dos outros dois Poderes eleitos. Esse fenômeno é explícito.
O mesmo sistema prevalece entre nós. O presidente da República, com a aprovação do Senado, nomeia os ministros do nosso Supremo Tribunal Federal (STF). A propósito, o atual presidente declarou que tem apenas 20% do STF, mas que, se reeleito, nomeará mais três ministros, o que, segundo se infere, poderá impor uma pauta fundamentalista de costumes, a liberação incontrolada do porte de armas e outras medidas do gênero.
Atualmente, o STF tem oito ministros nomeados pelos governos lulopetistas, devendo, se eleito o seu líder, manter a maioria arrasadora de ministros que certamente vai executar a política de controle social da imprensa, eliminação do teto de gastos e graves medidas de cunho bolivariano – tudo como expressamente prometido pelo candidato populista de extrema-esquerda.
Entre nós, a única maneira de salvar a Democracia desta crescente politização do Supremo será adotar o sistema de nomeação dos seus membros pelo regime de antiguidade dos ministros dos tribunais superiores. Ademais, o exercício da judicatura no STF deveria ser de oito anos. E a competência da Corte deveria se restringir à declaração da constitucionalidade das leis e dos atos normativos e administrativos. Com isso, seriam eliminadas as nomeações claramente político-ideológicas que se acentuaram após a vigência da Constituição de 1988.
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ADVOGADO, É AUTOR DE ‘UMA NOVA CONSTITUIÇÃO PARA O BRASIL’ (LMV, 2021)

É EXATAMENTE O QUE OS POLÍTICOS FAZEM COM O POVO!

 

Ladrões entraram num banco e um gritou para todos ouvirem:
- “Ninguém reaja, porque o dinheiro é do Banco, mas suas vidas pertencem a vocês!”
Todos no banco ficaram em silêncio e lentamente se deitaram no chão.
Isso se chama, MUDANÇA DE MENTALIDADE
Uma mulher ao longe gritou:
- "Meu Amor, não seja mal comigo”.
O ladrão respondeu:
- "comporte-se, isso é um assalto, não um romance!"
Isso se chama PROFISSIONALISMO
O ladrão mais jovem disse ao ladrão mais velho:
- "Ei cara, vamos contar quanto temos!"
O ladrão mais velho, respondeu:
- "Não seja estúpido, é muito dinheiro para contar agora, vamos esperar o noticiário informar quanto o banco perdeu."
Isso se chama, EXPERIÊNCIA
Depois que os ladrões foram embora, o supervisor do banco disse ao gerente que deveriam chamar a polícia com urgência. O gerente respondeu:
- "Calma, vamos incluir no assalto os desfalques que fizemos”. O supervisor concordou.
Isso se chama, GESTÃO ESTRATÉGICA
No dia seguinte, foi noticiado que foram roubados R$ 80 milhões do banco, mas os ladrões só contaram R$ 10 milhões! Os bandidos pensaram:
- "Arriscamos nossas vidas por R$ 10 milhões, enquanto o gerente do banco roubou 70 milhões num piscar de olhos!”
Isso se chama CONHECIMENTO
O gerente do banco ficou satisfeito, pois todos os seus desfalques foram encobertos pelo assalto. O banco também, pois foi ressarcido pela seguradora.
Isso se chama, APROVEITAR AS OPORTUNIDADES!
É EXATAMENTE O QUE OS POLÍTICOS FAZEM COM O POVO!

04 julho 2022

O POVO É O PODER >O ESTADO SÓ EXISTE POR CAUSA DO POVO. O POVO É O ESTADO.

  

                                         O tão falado e repetido por várias autoridades que talvez não saibam o seu real significado, o Estado Democrático de Direito é uma forma de Estado em que a soberania popular é fundamental. Além disso, é marcado pela separação dos poderes estatais, a fim de que: o legislativo, executivo e judiciário não se desarmonizem e comprometam a soberania popular. Nossa Constituição tão falada e tão pouco lida pela maioria dos brasileiros, infelizmente, a maioria ainda semi analfabetos por culpa de várias políticas de educação de Governos que vem desde seu descobrimento e se agravou muito nos últimos vinte anos, onde nossos jovens perderam o rumo e nem sabem o que é aprender as ciências exatas, físicas e humanas, são pregadas ideologias desvirtuadas da ordem social e o rompimento destes mesmos jovens com os valores familiares e religiosos, como se fizessem uma lavagem cerebral nos nossos filhos, é emburrecimento geral. Abaixo uma pequena amostra de nossa Constituição: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) V - o pluralismo político. Parágrafo único. o Estado Democrático de Direito é uma forma de Estado em que a soberania popular é fundamental. Além disso, é marcado pela separação dos poderes estatais, a fim de que: o legislativo, executivo e judiciário não se desarmonizem e comprometam a soberania popular. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. E por aí vai, quando você lê o artigo quinto da CF onde falam dos nossos direitos e garantias individuais e fundamentais, chega dá vontade de chorar, onde se concede várias dezenas de direitos que nunca são cumpridos por nenhuma autoridade. E infelizmente só somos cobrados diuturnamente por nossos deveres, em detrimento de tantos outros direitos prescritos nas leis. Quando nós pensamos (e é verdade) que somos nós, povo brasileiro é que pagamos todos os salários de todos os funcionários públicos, do Judiciários e todas as suas mordomias, do Legislativo e todas as suas mordomias e do gari ao Presidente da República no Executivo, assim podemos entender que todos eles (todos os funcionários públicos) são funcionários do povo e não como pensam. Eles acham que nós é que somos os empregados deles. O governo (poder) do povo é para servir o povo através de seus representantes eleitos pelo voto do povo (popular). Infelizmente um voto elege um dos nossos representantes, mas, para tirá-lo do cargo precisamos de um milhão de assinaturas e ainda uma ação na Câmara ou no Senado. UM ABSURDO. UMA COISA, EMBORA LEGAL É IMORAL E ANTIÉTICO, E AI SIM, ESTE É UM ATO ANTI DEMOCRÁTICO (UM ATO CONTRA A VONTADE E SOBERANIA DO POVO). Neste paradoxo de imoralidade, somos patrões de nossos de todos os nossos servidores públicos, mas não mandamos NADA. Não nos respeitam como patrões. E depois de darmos àquela procuração para um monte de pessoas que não conhecemos nem a sua honra e nem honestidade. Assim, eles usam a nossa procuração em proveito próprio, fazendo falcatruas e praticando corrupção e não podemos cassar (anular) esta procuração para que eles nos represente com gestão, autoridade e honestidade. O único titular do poder na República do Brasil é do povo. Reajamos povo brasileiro, dentro das leis e da ordem, vamos exigir que nossos futuros procuradores neste ano de eleição apresentem antes aos seus partidos: de filiação: seus títulos (currículo escolar, compatível ao cargo que irá representar) suas certidões negativas de todas as esferas jurídicas, daí ele será escolhido entres os melhores a concorrer a uma vaga de ser nosso novo representante no parlamento, desde vereador até Presidente da República, só assim poderemos selecionar os melhores a serem nossos representantes. 

Por Luiz Antônio Lima - 01.07.2022 Porto Velho – RO – Whatsapp: 69 9 819076543

02 julho 2022

Um futuro de ferozes tempestades, inundações, secas, incêndios e temperaturas inabitáveis em vastas áreas do planeta.

 ENERGIA RENOVÁVEL É O PLANO DE PAZ PARA O SÉCULO XXI!

(António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas – O Globo, 28) Nero foi acusado de tocar lira enquanto Roma ardia em chamas. Hoje, alguns líderes estão fazendo pior. Eles estão jogando combustível no fogo. Literalmente. Enquanto as consequências da invasão da Rússia na Ucrânia se propagam pelo mundo, a resposta de algumas nações à crescente crise de energia tem sido dobrar o uso de combustíveis fósseis – despejando bilhões de dólares em carvão, gasolina e gás, o que aprofunda nossa emergência climática.

Enquanto isso, os indicadores climáticos continuam a quebrar recordes, projetando um futuro de ferozes tempestades, inundações, secas, incêndios e temperaturas inabitáveis em vastas áreas do planeta. Nosso mundo enfrenta o caos climático. Novos investimentos na exploração de combustíveis fósseis e na produção de infraestrutura são ilusórios. Combustíveis fósseis não são a resposta e nunca deveriam ser. Podemos ver os danos que estamos fazendo ao planeta e às nossas sociedades. Está no noticiário diariamente e ninguém está imune.

Os combustíveis fósseis são a causa da crise climática. Energia renovável é a resposta para limitar os distúrbios climáticos e impulsionar a segurança energética. Se tivéssemos investido mais cedo e massivamente em energia renovável, não nos encontraríamos novamente a mercê dos instáveis mercados de combustíveis fósseis. Os renováveis são o plano de paz para o século 21. Mas a batalha por uma transição energética rápida e justa não está sendo travada em campo. Investidores ainda apoiam combustíveis fósseis e governos ainda distribuem bilhões para subsidiar carvão, petróleo e gás – cerca de 11 milhões de dólares a cada minuto.

Existe uma palavra que define alívio a curto prazo em vez de bem estar a longo prazo. Vício. Ainda estamos viciados em combustíveis fósseis. Pela saúde das nossas sociedades e do planeta, precisamos parar. Agora. O único caminho verdadeiro para a segurança energética, preços de energia estáveis, prosperidade e um planeta habitável está em abandonar combustíveis fósseis poluentes e acelerar a transição para energia renovável.

Para isto, pedi que os governos do G20 desfaçam infraestrutura em carvão, eliminando-a por completo em 2030, para os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e em 2040 para os demais. Tenho apelado para que os atores financeiros abandonem o financiamento do combustível fóssil e invistam em energia renovável. E proponho um plano com cinco pontos para impulsionar a energia renovável no mundo.

Primeiro, devemos instituir a tecnologia de energia renovável como um bem público global, incluindo a remoção das barreiras de propriedade intelectual para transferência de tecnologia. Segundo, devemos melhorar o acesso global às cadeias de suprimento para componentes e materiais brutos de tecnologia de energia renovável.

Em 2020, o mundo instalou 5 gigawatts de suprimento de bateria. Precisamos de uma capacidade de 600 gigawatts em 2030. Claramente, precisamos de uma coalisão global para alcançar isto. Gargalos no transporte e restrições nas cadeias de suprimento, assim como custos mais altos para lítio e outros metais estão afetando o emprego destas tecnologias e materiais justamente quando mais precisamos deles.

Terceiro, precisamos cortar a fita vermelha que atrapalha projetos solares e eólicos. Precisamos de aprovações mais rápidas e mais esforços para modernizar a matriz de eletricidade. Na União Europeia, demora-se oito anos para aprovar uma fazenda eólica; dez anos nos Estados Unidos. Na República da Coreia, projetos eólicos terrestres precisam de 22 licenças de oito ministérios diferentes.

Quarto, o mundo precisa trocar os subsídios energéticos de combustíveis fósseis para proteger as pessoas mais vulneráveis e investir em uma transição justa para um futuro sustentável.

E quinto, precisamos triplicar os investimentos em renováveis. Isto inclui bancos de desenvolvimento multilaterais e desenvolvimento de instituições financeiras, assim como bancos comerciais. Precisamos incrementar drasticamente o incentivo aos investimentos em renováveis.

Precisamos de mais urgência de todos os líderes globais. Já estamos perigosamente perto de alcançar o limite de 1,5 graus Celsius que a ciência aponta como o nível máximo de aquecimento para evitar os piores impactos climáticos. Para manter este 1,5, precisamos reduzir as emissões em 45% em 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até a metade do século. Mas os comprometimentos nacionais atuais nos levarão a um aumento de quase 14% nesta década. Isto significa catástrofe.

A resposta está nos renováveis – para ação climática, para segurança energética e para prover eletricidade limpa para centenas de milhões de pessoas que atualmente não a tem. Os renováveis são um ganho triplo.

Não há desculpa para rejeitar uma revolução renovável. Enquanto os preços de gasolina e gás atingem níveis históricos, os renováveis estão ficando cada vez mais baratos, o tempo todo. O custo da energia solar e de baterias despencou 85% na última década. O custo da energia eólica caiu 55%. E investimento em renováveis cria três vezes mais empregos do que em combustíveis fósseis.

Claro que os renováveis não são a única resposta para a crise climática. Soluções baseadas na natureza, como reverter o desmatamento e a degradação de terra, são essenciais. Assim como os esforços para promover eficiência energética. Mas uma transição rápida para energias renováveis precisa ser nossa ambição.

Na medida em que superamos a dependência de combustíveis fósseis, os benefícios serão amplos e não apenas para o clima. Os preços da energia serão mais baixos e previsíveis, com efeitos positivos nos alimentos e na segurança econômica. Quando os preços de energia aumentam, também sobem os custos de alimentos e de todos os bens de que precisamos. Então vamos concordar que uma rápida revolução renovável é necessária para deixarmos de tocar a lira enquanto nosso futuro arde em chamas.

30 junho 2022

LÁ FORA COMO AQUI, A ESQUERDA PROMETE O QUE NÃO PODE CUMPRIR?!

 BRASIL E COLÔMBIA PRECISAM SOBREVIVER AO POPULISMO!

(Moisés Naím - O Estado de S. Paulo, 27) A Colômbia acaba de eleger seu próximo presidente, Gustavo Petro, que, apesar de sua longa carreira política, se apresenta como um forasteiro que vai desalojar do poder as elites que sempre governaram o país. O mesmo foi prometido por Andrés Manuel López Obrador, no México, Gabriel Boric, no Chile, Pedro Castillo, no Peru, Alberto Fernández, na Argentina, e por vários outros presidentes latinoamericanos.

No dia 2 de outubro, haverá eleições no Brasil e é quase certo que o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula da Silva disputarão o cargo. Além de enfrentar agressivamente seus oponentes, todos esses líderes prometem amplas mudanças institucionais e reformas econômicas. Todos também se comprometeram a reduzir fortemente a pobreza e a desigualdade. Eles serão bem sucedidos?

Não. Por várias décadas, nenhum da longa lista de predecessores que tentaram fazer mudanças permanentes e indispensáveis teve sucesso. A exceção a essa tendência foi Hugo Chávez e seu sucessor, Nicolás Maduro, que transformaram drasticamente a Venezuela. Eles a destruíram.

POPULISMO.

O novo presidente colombiano é o mais recente membro desse clube de líderes políticos que chegam ao poder com promessas populistas que não poderão cumprir ou impor de qualquer maneira, independentemente dos custos e de outros efeitos nefastos. Além disso, terão de governar sociedades com níveis de polarização política e social que muitas vezes impossibilitam acordos e compromissos entre grupos ou segmentos da sociedade que rivalizam e não se toleram.

Como em muitas outras partes do mundo, importantes tomadas de decisão governamentais na América Latina são bloqueadas pela polarização, que se alimenta de identidades de grupo: religião, raça, gênero, região, idade, interesses econômicos, ideologias e muito mais.

Essa polarização, que sempre existiu, agora foi potencializada pela pós-verdade: o aumento da desinformação, das fake news, da manipulação e da disseminação de mensagens que provocam desconfiança.

NOVA REALIDADE.

Estes são os três “Ps” que definem as realidades políticas nestes tempos atuais: populismo (dividir e governar, prometer e vencer), polarização (o uso e abuso da discórdia) e pós-verdade (em quem acreditar?).

Governar com sucesso neste contexto torna-se ainda mais difícil quando se leva em conta a situação econômica da América Latina. A saúde das economias da região depende criticamente dos preços internacionais das matérias-primas, que constituem seus principais itens de exportação.

Quando a demanda e os preços desses produtos no mercado mundial aumentam, os governos latino-americanos obtêm recursos que alimentam os gastos públicos e, assim, aliviam os atritos políticos e sociais. Se os preços internacionais caem, o conflito político e social se intensifica. É um padrão recorrente.

CONTRAÇÃO.

Tudo parece indicar que a economia global experimentará uma forte contração e a América Latina não conseguirá evitar o impacto dos choques externos. A inflação, fenômeno até então desconhecido para a grande maioria dos jovens da região, reaparecerá após décadas em que a alta dos preços não fazia parte do cotidiano. A inflação será uma fonte perniciosa de fome, empobrecimento, desigualdade, estagnação econômica e conflito social.

Os efeitos políticos da inflação são agora agravados por uma terrível condição preexistente: a desilusão com a democracia. Milhões de latino-americanos fortemente afetados pela pandemia, pelo desemprego, pela má qualidade dos serviços públicos, pela insegurança alimentar, pela corrupção e pelo crime perderam a esperança de que as eleições e a democracia lhes deem as oportunidades que os políticos há muito lhes oferecem.

Este é o contexto em que o presidente Petro deve governar a Colômbia. Ele tem três alternativas. A primeira é dar viabilidade política a sua ambiciosa agenda de mudanças por meio de transações oportunistas com alguns líderes, partidos da oposição e grupos sociais que se opõem a ele, o que inevitavelmente exigirá que o presidente faça concessões. Aumentar essa margem de apoio será essencial e exigirá decisões bem menos virtuosas.

ACORDO NACIONAL.

A segunda alternativa é Petro propor à Colômbia um amplo e inclusivo acordo nacional. Uma aliança que permita a tomada de decisões importantes e seja sincera e possa lhe dar o apoio de que ele necessita. Novamente, isso envolve fazer concessões que podem ser difíceis de engolir para o presidente e para aqueles que o apoiaram.

A terceira opção que lhe resta é se comportar como os “presidentes 3Ps” fizeram em outras partes do mundo: enfraquecendo sorrateiramente as instituições, as normas e os freios e contrapesos que definem a democracia. Espero que a democracia colombiana sobreviva aos 3Ps.

20 junho 2022

EMPREGO E FOME NO BRASIL !



Por Luís Eduardo Assis, economista, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central e professor de Economia da PUC-SP e FGV-SP - O Estado de S. Paulo, 20

                                           A taxa de desemprego cravou 10,5% no trimestre terminado em abril último. Isso significa uma queda de 4,3 pontos porcentuais em relação ao mesmo período do ano passado, a redução mais forte da série histórica. Não só nos recuperamos do choque provocado pela pandemia, como voltamos para o patamar do começo de 2016.

Em 2019, quando a taxa girava em torno de 12%, o presidente Bolsonaro deu-se ares de especialista, criticou a metodologia adotada e disse que o índice do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) parecia ser feito para “enganar a população”. Não se sabe de manifestação do presidente agora que a taxa caiu.

A notícia é boa, mas não se ouvem as fanfarras. O comedimento tem razão. A queda do desemprego convive com uma forte deterioração das condições de vida da população mais pobre. Pesquisa coordenada pela Rede Penssan (II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar) registra que, em 2022, 33 milhões de pessoas sofrem de insuficiência alimentar grave – ou seja, passam fome.

Em relação à pesquisa anterior, de 2020, o número de brasileiros nessa situação aumentou nada menos que 73%. Nas famílias com renda per capita inferior a 25% do salário mínimo, a fome foi registrada em 43% dos casos (era 22,8% em 2020). O índice cai para 3% nas famílias com renda per capita acima de um salário.

É estarrecedor, não só pelo nível abjeto em que nos encontramos, como pela velocidade da deterioração. Há quem use a taxa de desemprego para desacreditar a pesquisa sobre insegurança alimentar. Se o desemprego cai, por que a fome aumenta?

A fome aumenta porque esse governo se empenhou em desmontar programas e políticas sociais focados na segurança alimentar, justamente quando os preços dos produtos agrícolas explodiram. E também porque a queda do desemprego foi acompanhada pelo declínio da renda, fruto do aumento do trabalho precário.

A média dos rendimentos reais nos últimos 12 meses até abril de 2022 ficou em R$ 2.708,50, o valor mais baixo desde outubro de 2013. A massa de rendimentos reais voltou aos níveis de 2017. Ou seja, a queda do rendimento médio foi tão grande que o aumento do emprego não evitou a redução da massa de ganhos.

A fome tem rosto, tem nome e tem endereço. Tem também origem. Essa catástrofe que nos envergonha deriva da pérfida combinação entre erros da política econômica e desprezo pelos mais pobres. As consequências políticas são visíveis nas pesquisas de opinião.

18 junho 2022

CARTÉIS DE DROGA E ARMAS DOMINAM REGIÃO ONDE DUPLA SUMIU!

 

(O Estado de SP, 14) As comunidades na região onde desapareceram Bruno Pereira e Dom Phillips sofrem forte influência dos cartéis de Miami, Medellín e Sinaloa, informa o enviado Vinícius Valfré.

Cartéis de drogas de Miami, Medellín e Sinaloa mantêm um Estado paralelo no Alto Solimões, na Amazônia. É um Brasil onde até o poder público precisa seguir regras impostas pelo crime. O Estadão teve acesso a informações sigilosas que fazem parte de investigações sobre o contexto do desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips e que revelam a existência de uma cadeia criminosa em plena atividade pelos rios, florestas e cidades da tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru.

As comunidades ribeirinhas nas margens do Rio Itaquaí, que deságua no Javari, afluente do Solimões, sofrem forte influência do tráfico, como as de São Rafael, de São Gabriel e de Ladário. Foi da comunidade de São Rafael que Pereira e Phillips partiram no último dia 5 em direção a Atalaia até não serem mais vistos.

Trata-se de megaesquema de transporte de armas e drogas, pistolagem e lavagem de dinheiro que tem impacto na economia de nove municípios com o mercado de entorpecentes e de pesca e caça ilegais em uma região de 213 mil km² de floresta, maior que o território do Estado do Paraná.

Do outro lado do rio Javari, em território peruano, as plantações de coca podem ser encontradas em meia hora de viagem. Nas cidades dessa área de fronteira, a emissão de notas fiscais é raridade. Sem controle do Fisco, o dinheiro dos cartéis se mistura ao de negócios constituídos para dar aparência de legalidade aos esquemas que aliciam comerciantes, atravessadores, pescadores, caçadores e políticos locais.

A reportagem reconstituiu a rede do crime a partir de documentos e conversas com agentes ligados às investigações, autoridades da segurança pública do Amazonas, advogados que atuam na fronteira, ribeirinhos, indígenas e pessoas com acessos a traficantes de drogas. Dos três cartéis internacionais, o de Medellín predomina no Alto Solimões, região que compreende os municípios de Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte.

ORDEM. A polícia trabalha com a suspeita de que um atravessador com dupla nacionalidade tenha dado uma ordem para que o pescador Amarildo Costa, o Pelado, preso temporariamente, matasse Pereira por causa de prejuízos ao negócio ilegal da pesca que o indigenista vinha causando com fiscalizações. Como mostrou o Estadão, Pereira treinou uma equipe de vigilância indígena capaz de documentar a ação de infratores em territórios preservados, e a medida prejudicava o fluxo criminoso.

O atravessador, conhecido como Colômbia, tem propriedades em Benjamin Constant, segundo as investigações. No entanto, atua nas sombras. Apesar de estar no radar de policiais há anos, investigadores de campo relataram à reportagem que só viram a primeira fotografia dele há três dias.

Um policial federal ouvido sob anonimato disse que traficantes que dominam as calhas dos rios Ituí, Itaquaí e Javari são só a base de uma rede maior. Eles atuam como “capatazes” para intermediários que, em cidades como Tabatinga, assumem negócios legais, como restaurantes, cafés e hotéis, para lavar dinheiro. Esses intermediários prestam contas a líderes dos cartéis internacionais.

Ribeirinhos e pescadores como Pelado e outros sob investigação têm papel fundamental para os traficantes. Eles agem como líderes nas comunidades e conseguem dar vazão a produtos extraídos da floresta. Com isso, traficantes conseguem reforçar a aparência de legalidade de seus negócios e passam a ter a condescendência de ribeirinhos para operar rotas de drogas para outros Estados e para a Europa.

Apesar de toda a movimentação militar em Atalaia, amigos de Pelado continuam entrando e saindo de terras indígenas com embarcações que levam freezers para pescados. Um deles, conhecido como Caboclo, foi flagrado pela reportagem próximo a um dos “furos” (atalhos) do Itaquaí. Ele é monitorado pela polícia e já prestou depoimentos. Até agora, é tratado como testemunha.

Na fronteira, o mercado de pesca ilegal, sobretudo a do ameaçado pirarucu, de tracajás e tartarugas, não foi suspenso mesmo com os olhos do mundo voltados para a Amazônia. Numa apreensão no dia 23 de março, Pereira causou um prejuízo avaliado em mais de R$ 120 mil a exploradores, segundo relatos de fontes que atuam nas investigações.

As informações levantadas pelos indígenas e demais integrantes da equipe de Pereira possibilitaram a apreensão no porto de Atalaia de mais de uma tonelada de pirarucu e de carne de anta. O barco de valor estimado em R$ 70 mil também foi confiscado. Uma tartaruga adulta é vendida por cerca de R$ 1 mil no mercado paralelo.

DINÂMICA. Responsável pela criação da Divisão de Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF, nos anos 2000, o delegado Jorge Pontes afirmou que o interesse de narcotraficantes em explorar criminosos ambientais se dá pela diferença nas punições aos dois crimes. A extração ilegal de recursos naturais tem pena considerada branda, na comparação com a de tráfico internacional de drogas. “Os traficantes perceberam que essas atividades são extremamente lucrativas e a reprimenda para esses crimes ambientais é muito baixa”, disse Pontes. “E os crimes ambientais têm suporte de políticos, porque essas atividades financiam campanhas.”

O delegado liderou diversas apreensões na Amazônia. “Percebia que os barcos levavam de tudo, de tartarugas e armas a grupos de garimpeiros. É uma área sem lei. Tem havido um recrudescimento por falta de fiscalização”, afirmou.

Em Atalaia do Norte, dois procuradores da prefeitura, escalados pelo chefe do Executivo local, chegaram a assumir a defesa do pescador que teve a prisão temporária decretada. Eles foram escolhidos pelo prefeito Denis Paiva (PSC), que justificou a “coincidência” dizendo que faltam advogados no município.

Paiva foi vereador em 2008 e está no primeiro mandato como prefeito. Declarou R$ 91 mil na campanha de 2020. Do total, o valor de R$ 1 mil foi em doação privada. O restante veio do partido. “É um município onde todo mundo se reporta ao prefeito. Eu não conheço as pessoas como criminoso, conheço como pescador”, disse Paiva.

16 junho 2022

A milícia digital do PT - Lula pode perder o fundão e ter a chapa cassada. Com a palavra o Ministro Alexandre de Moraes, para as providências que se fazem necessárias.

Moro: “Nenhum tribunal inocentou Lula, nem ousa dizer que não houve corrupção nos governos do PT

Nesta oportunidade Sergio Moro fala sobre sua candidatura e projetos.

EDUCAÇÃO INTEGRAL REDUZ EM 50% OS HOMICÍDIOS, DIZ ESTUDO!

 

(O Estado de S. Paulo, 13) Investir em escolas em tempo integral reduz as taxas de homicídio de jovens homens em até 50%, segundo estudo recente de pesquisadores do Insper e da Universidade de São Paulo (USP), com apoio do Instituto Natura. A pesquisa analisou 16 anos de uma política referência, no Estado de Pernambuco, que aumentou o tempo de aula para 10 horas e apostou em um currículo centrado no projeto de vida e no protagonismo do estudante. No Brasil, diferentemente de países desenvolvidos, as crianças em geral ficam só quatro horas na escola.

Outros estudos já haviam mostrado a melhora na aprendizagem dos alunos em escolas de tempo integral, maiores salários para os formados, mais empregabilidade das meninas e redução das desigualdades. Para os especialistas, a queda na taxa de homicídios se dá não só porque o tempo maior na escola afasta o jovem de situações arriscadas – como o envolvimento no tráfico de drogas e outros crimes.

A qualidade da educação, com professores dedicados também em tempo integral e currículo diferenciado, influencia muito. “Não são apenas mais horas, é uma escola centrada no jovem, que faz ele entender a vida de uma maneira diferente”, diz o diretor-presidente do Instituto Natura, David Saad.

O pernambucano Vitor Arruda, de 29 anos, vinha de uma família de agricultores analfabetos quando se deparou com a possibilidade de cursar uma das primeiras escolas em tempo integral do Estado, em Gravatá, a 70km de Recife. Tinha 15 anos e achava que deveria vender frutas para ajudar a mãe, mas acabou escolhendo os estudos. “Eu não tinha a menor ideia do que era uma graduação, se precisava de vestibular, não tinha esse repertório.” Acabou passando em primeiro lugar em uma universidade federal e cursou quatro graduações.

Na escola, ele diz que foi instigado a refletir “sobre seus sonhos e sua existência”. Além das disciplinas obrigatórias, envolveu-se nos chamados clubes de protagonismo, peças de teatro e na gestão. Os alunos ajudavam a resolver problemas como carteiras quebradas e alagamento de salas. “Muitos colegas que tive na infância se envolveram com criminalidade, foram mortos. Não é romantizar, sei das dificuldades do sistema de ensino, mas a mudança foi imensa para mim.”

Pernambuco tem hoje 70% das vagas de ensino médio em tempo integral, o índice mais alto do País e considerado como máximo, já que se prevê deixar unidades com um turno só, como opção. O Estado começou a investir em 2004 e hoje todos os municípios têm uma escola integral. Para o secretário de Educação de Pernambuco, Marcelo Barros, um dos desafios é formar o professor para saber ensinar de uma maneira nova. “Os jovens, principalmente os mais vulneráveis, precisam de aprendizagens significativas para demandas do mundo contemporâneo.”

Nesse período, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Estado, o indicador nacional de qualidade, cresceu. Em 2019, as unidades que mudaram para período integral aumentaram em 21% sua nota. Estados como Ceará e Paraíba passaram a fazer o mesmo e tiveram resultados semelhantes.

O pesquisador do Insper e um dos responsáveis pelo estudo Leonardo Rosa, que tem doutorado pela Universidade de Stanford sobre o assunto, explica que a análise usou dados de 2002 a 2018 em duas abordagens. Uma delas incluiu os municípios de Pernambuco que tinham escola em tempo integral versus os que não tinham. O segundo grupo era de cidades da fronteira com esse modelo comparadas às suas vizinhas de outro Estado, que não têm. No primeiro, a diminuição das taxas de homicídios de homens de 15 a 19 anos foi de 37,6%. No segundo, de 50,8%. As meninas não foram analisadas. Rosa isolou efeitos de outros programas sociais para mostrar somente a influência da escola.

“A cena da violência é muito masculina. O traficante oferece para o menino uma trajetória de sonho sedutora, ele se vê respeitado por mulheres, batendo de frente com o sistema”, diz o pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP Bruno Paes Manso. “Nosso desafio é ganhar a retórica. Seduzir pela escola, pela cultura, pelo esporte.”

Atualmente, 24% das escolas de ensino médio do País são em tempo integral. A política começou a ser incentivada em 2016, quando o Ministério da Educação abriu editais para os Estados se inscreverem. O governo federal dava ajuda financeira. Mas nos últimos dois anos o governo de Jair Bolsonaro não fez mais editais.

Os currículos são pensados para se conectar com a realidade do estudante e desenvolver competências acadêmicas e socioemocionais. Há projetos de orientação de estudos, tutorias, clubes de protagonismo, práticas de laboratório. Maria Clara Araújo, de 17 anos, que fica 10 horas em uma escola estadual do Recife, diz que amigos a questionam sobre o tempo de aula. “Não é só ficar sentada na sala, é dinâmico, com laboratórios, disciplinas eletivas, núcleo de gênero. Não troco minha rotina por nada.”

Segundo Saad, apesar de mais gastos, com estrutura, merenda e funcionários com carga horária maior, a eficiência compensa. “Se Estados como Pernambuco, Ceará e Sergipe, que não são os mais ricos, conseguem fazer é porque é viável. O que falta é vontade política.”

14 junho 2022

Sergio Moro: "O MEU OBJETIVO É ME RECONECTAR COM O POVO PARANAENSE" .

 

Não vamos permitir que bandidos sejam eleitos! A luta contra os corruptos e corruptores vai continuar até o Brasil mudar para melhor para nossos filhos e netos. Vem com a gente! Vamos eleger Moro e Deltan + 200  congressistas honestos e éticos!

Urgência de uma Reorganização Social para segurar a reconstrução de bases de Desenvolvimento Familiar

 RENDA É A MENOR EM 10 ANOS!

(Marcelo Reis Garcia) Entre os 5% mais pobres a queda foi de 48% desde 2012. Entre o 1% mais rico, de 6,9%.

A desigualdade no Brasil explodiu e nenhum governo (federal, estadual ou municipal) está sabendo enfrentar essa questão.

O 1% mais rico do Brasil ganha o equivalente a 38,4% do rendimento de 50% dos mais pobres.

Todas as famílias perderam desde 2012, mas entre os 5% mais pobres o rendimento despencou 48%, passando de RS 75 per capita em 2012 para RS 39 per capita.

Já o 1% mais rico saiu de RS 17 mil per capita para RS 15,9 mil per capita.

Em 2022 o Cenário é bem difícil.

O Nordeste segue com menor rendimento médio familiar, RS 843,00 enquanto a média nacional é de RS 1.353,00

Importante destacar que é a renda da família e não renda per capita.

A Desigualdade aumentou em todas as regiões, sobretudo nas norte e nordeste.

Analistas indicam escalada da desigualdade.

Constatações da PNAD a partir de minha avaliação.

1- Pressão sobre os Serviços Públicos;

2- Urgência de uma Reorganização Social para segurar a reconstrução de bases de Desenvolvimento Familiar;

3- Incapacidade total dos governos atuarem sobre desigualdade;

4- Entre 2023 e 2025 será necessário fortalecer Transferência de Renda. O esforço deveria ser por um cartão único e não pela dispersão atual;

5- Garantir condições mínimas para as equipes sociais nos municípios. Sem essas condições o trabalho não gera nenhum resultado.

12 junho 2022

COMANDO VERMELHO GOVERNA PARTE DO PAIS > RIO, SP E MANAUS.

 

VALE DO JAVARI, ONDE INDIGENISTA E REPÓRTER DESAPARECERAM, É ALVO DE COBIÇA DO COMANDO VERMELHO!

(O Estado de SP, 08) A região do Vale do Javari, onde desapareceram após ameaças o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, sofre reflexos de um misto de atividades clandestinas que vai além da extração de madeira e do garimpo. Desde os anos 2000, a região passou a ser alvo de disputa entre facções de narcotraficantes brasileiros, por ser estratégica para escoamento de armas e drogas - produzidas no Peru e na Colômbia e que abastecem o mercado brasileiro e o europeu, atravessando os rios e portos brasileiros. As facções mais presentes são o Comando Vermelho (CV), originário do Rio de Janeiro, e a Família do Norte, bando criado na periferia e nas cadeias de Manaus, mas que teve como trunfo o controle da chamada Rota do Solimões por alguns anos.

Essa facção local ficou conhecida em 2017, quando comandou execuções brutais no sistema prisional do Amazonas, num sinal do que seria o rompimento do acordo nacional entre as duas maiores organizações criminosas do País, o Primeiro Comando da Capital (PCC), de origem paulista, que também tentava o controle do Solimões, e o CV. À época, a FDN era parceira do CV e executou integrantes do PCC. Atualmente, FDN e CV disputam territórios.

A FDN foi alvo de uma operação da Polícia Federal, batizada “La Muralha”, que dissecou a organização. Investigações registradas pelo Ministério Público documentaram conexões da FDN com outro agente transnacional da região, os guerrilheiros colombianos das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), do qual restam frentes dissidentes, depois da deposição de armas com acordo de paz. Segundo o MPF, eles foram fundamentais para o acesso da FDN a armamentos.

Além dessas três facções, também surgiu em Tabatinga (AM) o bando local “Os Crias”, formado a partir de 2019, por alianças entre criminosos que estavam antes ligados às maiores facções. Policiais já encontraram documentos com referências a “Os Crias” na Unidade Prisional de Tabatinga, em abril .

A presença de “Os Crias” na tríplice fronteira foi catalogada pela publicação Cartografias das Violências na Região Amazônica, publicada em fevereiro pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O documento também indica que, do lado colombiano, a organização de narcotraficantes Caqueteños tem o maior controle no Amazonas.

A área em que Pereira e Phillips sumiram fica próxima à tríplice fronteira, sendo as principais cidades Santa Rosa, no Peru, Letícia, na Colômbia, e Tabatinga, no Amazonas. Os mesmos rios e igarapés onde as buscas são feitas servem aos traficantes como forma de escape. Os rios Amazonas e Javari são parte da rota. Autoridades já colheram indícios de que as organizações trabalham na extrativismo, com madeira e garimpo.

Militares dizem que as comunidades ribeirinhas e povos indígenas sofrem com a ausência do Estado e de oportunidades de renda, o que facilitou com que se alastrasse, nessa região permeável, uma mistura de atividades ilegais a girar a economia local.

As investigações em curso ainda não descartam nenhuma hipótese do paradeiro de Pereira e Phillips. A Polícia Federal concentra as apurações e recebeu apoio de militares das Forças Armadas. Um oficial relatou que as principais hipóteses são três: que ambos estejam em local isolado, provavelmente com indígenas; que tenham sofrido algum acidente; ou que tenham sido emboscados e mortos por marginais.