Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

29 junho 2011

EXTORQUIDOS PELA INCOMPETÊNCIA E GANÂNCIA DO GOVERNO



Nos brasileiros estamos com a corda no pescoço,com a maior taxa de juros do mundo, o cinto cada vez mais abertado e com as mãos do governo tirando impostos do seu bolso, enquanto o dragão inflacionário arrocha seu salário.

Senão, vejamos: BC eleva para 5,8% a estimativa para inflação oficial de 2011

O Banco Central subiu para 5,8% a estimativa para a inflação oficial deste ano. A previsão anterior era a de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ficasse em 5,6%. Com isso, a projeção se distancia do centro da meta de inflação de 4,5%. Atualmente, a taxa básica de juros da economia brasileira está em 12,25% ao ano, o maior patamar desde 2009.

PT TEM PROBLEMAS ÈTICOS E ORGÂNICOS

Seis anos após o mensalão, Vladimir deixa o PT

Fundador do partido alega agora que volta de Delúbio Soares à sigla ‘faz com que todos se pareçam iguais’

Por Alessandra Duarte, em O Globo

Seis anos após o escândalo do mensalão, Vladimir Palmeira deixou o partido que ajudou a fundar há 30 anos. Em carta de desligamento entregue ao diretório municipal do PT no Rio publicada ontem em seu site, Vladimir, figura histórica da esquerda e lembrado como líder da Passeata dos Cem Mil no regime militar, diz que a razão para sua saída é a volta ao partido de Delúbio Soares, que era tesoureiro do PT no mensalão.

Ao GLOBO, Vladimir afirmou que o retorno de Delúbio mostra que sua expulsão foi "só um remendo", e que o PT tem atualmente "problemas éticos e orgânicos".

— Um partido não pode funcionar se as pessoas que estão nele podem fazer o que querem — disse, destacando que a volta de Delúbio afeta a credibilidade de quem defendeu o PT.

— Fui um dos que mais se expuseram defendendo o partido, pois isso afeta sua credibilidade. Se você fica dizendo uma coisa que depois não acontece... Passamos dois anos indo à TV dizer que o partido punia. Agora, é quase como dizer que não deveríamos tê-lo expulsado. O que houve então foi suspensão, não expulsão; venderam um peixe à opinião pública que não era verdadeiro. Dá a entender que a expulsão foi só um remendo e reflete problemas não só éticos, mas orgânicos do partido.

Na carta de desligamento, Vladimir diz que não está saindo por "divergências políticas fundamentais", mas porque "a volta ao partido de Delúbio Soares, justamente expulso no ano de 2005, me impede de continuar nele. Pela questão moral, pela questão política, pela questão orgânica".

Na carta, destaca: "é evidente que houve corrupção. Não se pode acreditar que um empresário qualquer começasse a distribuir dinheiro grátis para o partido. Exigiria retribuição, em que esfera fosse. O procurador federal alega que são recursos oriundos de empresas públicas, sendo matéria agora do STF. Mas alguma retribuição seria, ou a ordem do sistema capitalista estaria virada pelo avesso".

Ainda na carta, o ex-deputado federal — que diz ter preferido esperar a crise com o ex-ministro Antonio Palocci passar para comunicar a saída — afirma que "o ex-tesoureiro não só agiu ilegalmente com relação à sociedade, mas violou todas as normas de convivência partidária, ao agir à revelia da Executiva Nacional e do Diretório Nacional. A volta de Delúbio faz com que todos se pareçam iguais e que, absolvendo-o, o DN esteja, de fato, se absolvendo. Ou, mais propriamente, se condenando".

Afirmando que não há chance de voltar ao PT, Vladimir — que antes de comunicar a saída conversou com petistas, mas preferiu não revelar com quem — diz que não pensa em ir para outra sigla, "só em dar aula e escrever na internet":

— Sempre fui um ser partidário. Agora não penso em nada. Uma vez na vida não faz mal.

Leia mais em O Globo

28 junho 2011

Burocracia trava luta antidrogas

Por Alice Maciel para o Estado de Minas.


Minas Gerais tem atualmente cerca de 800 bens, entre veículos e aeronaves, apreendidos de traficantes, que poderiam, numa lógica de antecipação de tutela para o estado, serem levados imediatamente a leilão gerando recurso de mais de R$ 7 milhões para prevenção e tratamento de usuário de drogas. Esse dinheiro, entretanto, está congelado devido à burocracia da legislação federal, conforme ressaltou o subsecretário de políticas antidrogas de Minas, Clóvis Benevides.

A descapitalização do tráfico foi uma das reivindicações levadas pelo subsecretário em encontro com a presidente Dilma Rousseff (PT) e está entre as propostas da Comissão de Políticas Públicas de Combate às Drogas da Câmara dos Deputados. “A presidente assumiu o compromisso de organizar um plano nacional contra as drogas que contemple a partilha de responsabilidade com os estados e os municípios na mudança das políticas. Seja ela no ponto de vista da legislação, da estruturação das redes de saúde e do ponto de vista da regulação dos serviços”, acrescentou.

Para complementar o Plano Nacional de Combate às Drogas, que deverá ser lançado até o fim do ano, a Comissão da Câmara dos Deputados vem realizando debates nos estados para conhecer as ações locais e usar as experiências. Ontem, o debate aconteceu na Assembleia Legislativa de Minas. O seminário discutiu cinco eixos: prevenção, tratamento e acolhimento, reinserção social, repressão ao tráfico e sugestões para legislação. “ Vamos entregar um relatório para a presidente em setembro com o diagnóstico dos seminários”, disse um dos coordenadores dos encontros, deputado federal, Leonardo Quintão (PMDB).

O deputado federal Reginaldo Lopes (PT), que preside a Comissão Especial de Combate ao Crack e Outras Drogas na Câmara dos Deputados, ressaltou que os usuários de drogas devem ser olhados como problema de saúde pública e não da Justiça. Segundo ele, a legislação também deve mudar no que diz respeito à internação dos usuários. “Ela deve ser involuntária. Vamos propor a criação de uma comissão de convencimento de internação”, disse.


22 junho 2011

CLINICAS ATRAVÉS DO SUS PARA DROGADOS

A luta contra as drogas exige cortar tanto a oferta como a demanda desses produtos. No Brasil, porém, a exemplo de outros países, as ações estão mais concentradas do lado da oferta, que deve, sim, ser combatida. Mas faltam ações decididas do lado da demanda, criando-se uma consciência maior, principalmente entre os jovens, sobre a natureza terrível da dependência química. Falando com clareza: é preciso estigmatizar não o consumidor do crack, mas o consumo do crack.

Para isso tudo, é preciso ter lucidez, convicção e vontade política a respeito do assunto – atributos que parecem escassos nos órgãos federais competentes. Trata-se da mesma escassez que compromete as ações de tratamento e recuperação dos dependentes químicos, outro capítulo essencial da batalha contra as drogas — que, no Brasil, é ainda incipiente. Além de complexas, tais ações têm sido também dificultadas, por incrível que pareça, por estranho preconceito ideológico. Lembro-me da inauguração de uma clínica de tratamento e recuperação, criada pelo governo de São Paulo, localizada num município cuja prefeitura é do PT: o próprio prefeito criticou a iniciativa. Diga-se de passagem, o ministério da Saúde não repassou recursos do SUS para essa e outras clínicas, nem tampouco para as comunidades terapêuticas de todo o Brasil.
Leia mais no Blog do José Serra.

19 junho 2011

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM E SEMPRE ALOPRADOS



VEJA: Mercadante e Quércia encabeçaram Aloprados

Petista Expedito Veloso quebra pacto de silêncio e revela quem foram os mentores e os arrecadadores do dinheiro que financiaria uma das maiores fraudes eleitorais da história brasileira

VEJA

Em 2006, às vésperas do primeiro turno das eleições, a Polícia Federal prendeu em um hotel de São Paulo petistas carregando uma mala com 1,7 milhão de reais. O dinheiro seria usado para a compra de documentos falsos que ligariam o tucano José Serra, candidato ao governo paulista, a um esquema de fraudes no Ministério da Saúde.

O episódio ficou conhecido com escândalo do Dossiê dos Aloprados.

Nas investigações sobre o caso, a PF colheu 51 depoimentos, realizou 28 diligências, ordenou cinco prisões temporárias, quebrou o sigilo bancário e telefônico dos envolvidos, mas não chegou a lugar algum.

Reportagem de VEJA desta semana desvenda o mistério cinco anos depois. A revista teve acesso às gravações de conversas de um dos acusados do crime, o bancário Expedito Veloso, atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal.

Procurado pela reportagem, Expedito confirmou o teor das conversas, ao mesmo tempo em que se mostrou surpreso com o fato de terem sido gravadas. "Era um desabafo dirigido a colegas do partido", disse.

VEJA demonstra que o mentor e principal beneficiário da farsa foi o ex-senador e atual ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante. Não é a primeira vez que o nome do ministro surge na investigação.

A PF chegou a indiciá-lo por considerar que era o único beneficiado pelo esquema. Mas a acusação acabou anulada por falta de provas. "Agora surgem elementos mais do que concretos para esclarecer de uma vez por todas a verdade sobre o caso", diz a reportagem.

Em seu "desabafo", Expedito conta que o ministro e o PT apostavam que a estratégia de envolver Serra num escândalo lhes garantiria os votos necessários para que Mercadante conquistasse o governado de São Paulo. Ele explica ainda que a compra do dossiê foi financiada por dinheiro do caixa dois da campanha petista e ainda, de maneira inusitada, pelo então candidato do PMDB ao governo paulista, Orestes Quércia.

“Os dois (Mercadante e Quércia) fizeram essa parceria, inclusive financeira”, revela o bancário. “Parte vinha do PT de São Paulo. A mais significativa que eu sei era do Quércia.” Tratava-se de um pacto. “Em caso de vitória do PT, ele (Quércia) ficaria com um naco do governo.” Procurado por VEJA, o ministro Mercadante não quis comentar o episódio.

VEJA mostra ainda que a investida dos aloprados contra Serra não foi a primeira. Esquema semelhante já havia sido testado anteriormente - dessa vez com sucesso - em Mato Grosso. E nem os próprios petistas a bruxaria poupou: quando candidata ao governo matogrossense, a atual senadora Serys Slhessarenko, do PT, foi abatida por um dossiê fabricado e divulgado pelos aloprados.

18 junho 2011

SIGILO AUMENTA RISCO DE DESVIO E FRAUDES

Da Constituição Federal : ... "Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) " o grifo é nosso.







São Paulo – A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que houve "má interpretação" de um artigo em medida provisória aprovada na Câmara que prevê manter em sigilo orçamentos feitos para as obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Segundo a presidente, a medida é uma prática para conseguir o menor preço para as obras. "Eu lamento a má interpretação que deram sobre esse ponto. Eu sugiro que as pessoas, os jornalistas que fizeram a matéria, investiguem direitinho junto ao TCU, que leiam a legislação e vejam do que se trata. Em momento algum se esconde o valor do órgão de controle, tanto interno quanto externo", disse a presidente, que participou do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. "A técnica que se usa é não mostrar o orçamento, mas quem fiscaliza sabe direitinho qual o valor", afirmou.

A presidente se referia ao Regime Diferenciado de Contratações (RDC), específico para os eventos, que teve o texto básico aprovado na quarta-feira. Com a mudança, não será possível afirmar, por exemplo, se estourou ou não o orçamento da Copa-2014. A proposta ainda pode ser modificada, pois os destaques serão apreciados apenas no fim do mês.

A decisão foi incluída de última hora no novo texto da Medida Provisória 527, que cria o RDC. “As medidas foram discutidas amplamente pelo governo e pelo TCU", afirmou a presidente. Dilma ainda disse que o sistema de ocultar o orçamento é utilizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela União Europeia "para evitar que o licitante, que está fazendo a oferta, utilize a prática de elevação dos preços e de formação de cartel".

Pelo texto aprovado, só órgãos de controle, como os tribunais de contas, receberão os dados. Ainda assim, apenas quando o governo considerar conveniente repassá-los – e sob a determinação expressa de não divulgá-los.

Ontem, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler, afirmou, por meio de nota, que o RDC pode aperfeiçoar o controle de recursos públicos e o andamento das licitações e contratações. Entretanto, Zymler faz uma ressalva para que o regime de contratação integrada seja discutido no Congresso Nacional. Segundo o projeto de lei de conversão da Medida Provisória 527, a administração pública deve dar preferência às contratações integradas para obras e serviços de engenharia, desde que haja justificativa técnica e econômica. No regime de contratação integrada, apenas uma empresa fica responsável por elaborar os projetos básicos e executivos e, também, por executá-los.

Ministro recua.


O ministro do Esporte, Orlando Silva, recuou ontem e disse que vai divulgar todas as despesas com a organização da Copa 2014 e dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio. A declaração foi dada depois de a imprensa ter revelado que, em ofício enviado ao TCU, o ministério havia informado que a prestação de contas de gastos estimados em R$ 10 bilhões nos eventos estaria vinculada à "conveniência do Executivo". O valor se refere aos novos contratos, sobretudo na área de segurança, saúde e telecomunicações.

Em entrevista dada após conversa com a presidente Dilma Rousseff, o ministro declarou que ela própria, em "ordem explícita", exigiu que todo o processo de contratação para os eventos tenha "máxima transparência". "O TCU nos solicitou (informações sobre) quando e que outros temas serão incorporados a essa matriz. Respondemos ao TCU que vamos fazer aditivos à medida que consolidarmos os vários temas", declarou.

Segundo o ministro, o governo pretende divulgar todas as informações sobre os projetos e seus custos. "Todo e qualquer recurso público utilizado terá máxima transparência. Temos interesse de ofertar ao TCU, ao Ministério Público, ao Congresso, à sociedade", disse o ministro.


Documentos



A presidente Dilma Rousseff disse ontem, em Ribeirão Preto (SP), que não é a favor que o sigilo ultrassecreto se imponha sobre documentos que indiquem violações aos direitos humanos. De acordo com a presidente, o governo decidiu permitir o status de ultrassecreto apenas para documentos que coloquem em risco a soberania nacional, a integridade territorial e as relações internacionais do país. “Estão fazendo uma confusão, porque vi recentemente que estavam incluindo no sigilo de documentos as violações aos direitos humanos”, afirmou Dilma. “Não há sigilo nenhum nos demais casos, porque para alguém não abrir os documentos, depois de 25 anos, tem que fazer uma justificativa a uma comissão.”

12 junho 2011

DILMA RECONHECE O QUE O PT NEGA

“Em seus oitenta anos há muitas características do Senhor Presidente Fernando Henrique a homenagear.
O acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica.
Mas quero aqui destacar também o democrata. O espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os dias de hoje.
Esse espírito, no homem público, traduziu-se na crença do diálogo como força motriz da política e foi essencial para a consolidação da democracia brasileira em seus oito anos de mandato.
Fernando Henrique foi primeiro presidente eleito desde Juscelino Kubitschek a dar posse a um sucessor oposicionista igualmente eleito.
Não escondo que nos últimos anos tivemos e mantemos opiniões diferentes, mas, justamente por isso, maior é minha admiração por sua abertura ao confronto franco e respeitoso de idéias.
Querido Presidente, meus parabéns e um afetuoso abraço!”

Não há que tenha tido a sua obra tão vilipendiada, tão agredida, tão covardemente desconstruída — ao menos é essa a tentativa — como FHC. E os agentes desse trabalho de reconstituição vigarista do passado são os petistas. Na luta cotidiana, nas disputas eleitorais, sempre foram muito além das “divergências” de que fala Dilma. O “arquiteto” do Real jamais teve a sua obra reconhecida. Ao contrário: criou-se a fantasia estúpida de que mesmo o plano que livrou o Brasil do buraco era parte de uma outra arquitetura: a do “neoliberalismo”, a da “privataria”, a das ações concertadas contra os interesses do povo.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo.

10 junho 2011

AÇÃO QUE NÃO PODE SER UNIVERSALIZADA

PT, de Palocci a Delúbio

Por Fernando de Barros e Silva, na Folha de S. Paulo

Ex-prefeito de Guarulhos, o secretário-geral do PT, Elói Pietá, publicou um artigo sintomático no site do partido. Chama-se "O PT e a crise do ministro Palocci" e só veio à luz depois da sua queda. A pretexto de fazer um balanço do episódio, dá uma versão bastante fantasiosa do que é o PT, embora, por isso mesmo, deva agradar boa parte da sua militância.

Segundo homem na hierarquia petista, Pietá se diz espantado com a "origem dos ganhos privados", a "magnitude dos resultados" e "o alto padrão de vida que ele (Palocci) se concedeu". E arremata: "Defender a vida modesta para políticos vindos da vida modesta das maiorias é para o PT uma das condições indispensáveis para comandar o processo de distribuição de renda e inclusão das multidões excluídas".

Ou seja, ao fazer a apologia do ideal de vida franciscano, Pietá parece condenar Palocci menos pelas suspeitas que cercam os seus negócios que por traição de classe, por cultivar, nas palavras dele, "o ideal de empresários". Palocci ficou rico -este é, afinal, seu maior pecado.

É óbvio que esse partido de hábitos espartanos, diferente dos outros ou refratário ao capital, só existe na cabeça do autor. O petismo está integrado à realpolitik há muito tempo. Já concedeu tudo no campo ético. Os empresários, de quem Pietá prega que tenham "a devida distância", fazem fila para financiar candidatos petistas. Aliás, depois que o PT descobriu o capitalismo, os tucanos parecem gerentes de fábrica.

Talvez fosse o caso de perguntar o que o autor pensa da vida modesta de Lula como palestrante. Sim, Lula é um caso único, mas é também o grande exemplo -ou não?

A atitude de Palocci seria mais condenável que a farra dos mensaleiros? Pietá não toca no assunto, mas é o que a leitura de seu texto pode sugerir. Muitos petistas ainda pensam que a "boa causa" justifica ou enobrece a lambança. Ou seja: faltam a Palocci a consciência de classe, o compromisso claro e a altivez de um Delúbio Soares.

09 junho 2011

QUEM SÃO OS CLIENTES DE PALOCCI ?

Foco na campanha presidencial de Dilma

Por Eduardo Graeff, 08/06/11

A oposição não deve perder o foco sobre os negócios de Antonio Palocci. E o foco é, claramente, a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

Tudo o que o governo, Lula, o PT e o próprio Palocci gostariam é que a discussão fique na carreira de Palocci como consultor. Tudo o que eles querem evitar é o cruzamento da lista de clientes da consultoria de Palocci com a dos doadores da campanha de Dilma. É essa a casa de marimbondo em que o procurador-geral Roberto Gurgel não quis botar a mão, mas que o Ministério Público do Distrito Federal pode abrir.

Na entrevista ao Jornal Nacional, Palocci desconversou mas confirmou um fato básico e entregou outro. Confirmou que sua consultoria faturou R$ 20 milhões em 2010, como revelado pela Folha. Entregou que no ano anterior o faturamento foi 20% a 30% disso. Ou seja, de um ano para o outro ele multiplicou sua receita entre três e cinco vezes.

Que é que explica esse pulo? O que fez aumentar tanto, tão de repente, o interesse pelos conselhos de Palocci? Não, com certeza, sua condição de ex-ministro da Fazenda. A explicação óbvia é sua entrada na coordenação da campanha de Dilma. Função para a qual ele foi escalado por Lula no fim de 2009 e começou a desempenhar no começo de 2010, como a Folha noticiou na época e eu anotei aqui.

Quem tem alguma noção das coisas sabe que coordenar uma campanha presidencial é um trabalho de 24 horas x 7 dias por semana. Não há hipótese de conciliar isso com a quantidade de horas que um consultor regiamente pago teria de trabalhar para faturar, não digo os R$ 20 milhões de 2010, mas os mesmos R$ 4 milhões a R$ 6 milhões que Palocci teria feito no ano anterior.

Mas Palocci não foi obviamente remunerado pelo seu tempo, e sim pelo prestígio, não de ex-ministro, mas de coordenador da campanha presidencial e provável futuro ministro.

Quem o pagou não estava necessariamente comprando favores específicos do governo Lula, mas acesso privilegiado ao governo Dilma.

Palocci pode até pensar que a bolada foi merecida, como uma compensação antecipada por abrir mão de sua carreira de consultor, se Dilma fosse eleita e ele virasse ministro, como acabou acontecendo. Ou/e como uma espécie de comissão pelos serviços de arrecadador que possa ter prestado à campanha.

E Lula? E Dilma? Caíram das nuvens? Nada disso lhes passou pela cabeça quando escalaram Palocci como seu embaixador pleniponteciário junto ao empresariado?

Palocci, no Jornal Nacional, garantiu que Dilma não sabia de nada.

Fica combinado assim - entre eles.

Entre nós, a combinação só pode ser a seguinte: o papel da oposição é ir atrás da verdade, por mais incômoda que seja para o governo e seu partido. Sem perder de vista que todos os indícios da verdade apontam para a campanha de Dilma.

Fonte: eAgora.

BATALHA POLÍTICA X BATALHA DE OPINIÃO PÚBLICA

HÁ COMO SOBREVIVER A UM ESCÂNDALO?

"El Nuevo Príncipe” (Ed. El Ateneo), de Dick Morris (coordenador de Clinton – 2006), é leitura básica para se entender a complexidade da comunicação política dos governos, muito maior que a do marketing eleitoral, pois ocorre dia a dia. E se insere num universo diversificado, de imprensa, comunicação direta, boatos, opinião pública segmentada, contracomunicação da oposição e dos insatisfeitos, e da internet. Morris fala disso em “Governar”, na parte 2 de seu livro. Nele, trata de diversos temas, mas especialmente de "como sobreviver a um escândalo".

A este último ponto Morris dedica atenção. "Não há como ganhar na cobertura de um escândalo. A única maneira de sair vivo é falar a verdade, aguentar o tranco e avançar". Com vasta experiência junto à imprensa dos EUA, lembra que, quando ela abre um escândalo, tem munição guardada para os próximos dias. Os editores fatiam a matéria, pedaço a pedaço, para, a cada dia, ter uma nova revelação. De nada adianta querer suturar o escândalo com uma negação reativa, pois virão outras logo depois, desmoralizando a defesa. E outros veículos entram, com fatos novos, para desmentir.

Para Morris, a chave é não mentir. O dano de mentir é mortal. "Uma mentira leva à outra, e o que era uma incomodidade passa a ser obstrução criminal à Justiça". A força de um escândalo é a sua importância política. As pessoas perdoam muito mais aqueles fatos sem relação com o ato de governar. E ir acompanhando a reação do público. "Se os eleitores se mostram verdadeiramente escandalizados com o que se diz que ele fez, é melhor que não tenha feito. Roubar dinheiro quase sempre não se perdoa".

Em outros tipos de escândalo, como os de comportamento, os eleitores se mostram mais suaves e compreensíveis. Os mais velhos são sempre menos tolerantes. Os de idade intermediária tendem a ser mais flexíveis, especialmente com escândalos de comportamento. Os eleitores jovens se fixam mais no caráter da pessoa do governante.

Portanto, além da complexidade de se enfrentar um escândalo, a comunicação de governo deve ser, pelo menos, etariamente segmentada. Na medida em que o governante nada tem a ver diretamente com o fato, que os responsáveis sejam de fato afastados por traição de confiança. Caso contrário, o próprio governo será contaminado e terá perdido precocemente a batalha de opinião pública e, assim, a batalha política.


Blog do Cesar Maia.

03 junho 2011

AUTOFAGIA PETISTA


Jogada de risco

Por Ilimar Franco, para O Globo

Uma ala do PT, a que elegeu o deputado Marco Maia (RS) presidente da Câmara e fez de Paulo Teixeira (SP) o líder da bancada, está pregando o rompimento do acordo com o PMDB.

Este grupo quer eleger outro petista presidente da Câmara. O comportamento dos petistas na votação do Código Florestal na Câmara e o suposto cochilo que resultou na convocação de Palocci, para depor na Comissão de Agricultura, são fruto deste embate.

Esta ala, que não ficou satisfeita com seu quinhão no governo Dilma, também aposta no enfraquecimento do ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Este movimento tem a batuta de integrantes das tendências Mensagem (Democracia Socialista), Movimento PT e PT de Luta e de Massas.

Por isso, os petistas da maior tendência, a Construindo um Novo Brasil, pretendem retomar a liderança da bancada e reagir aos movimentos para desestabilizar seus quadros no governo.

Esta autofagia explica tanto a paralisia na defesa de Palocci quanto seu abandono.

02 junho 2011

BEAGA PLANEJANDO O FUTURO

Foi na Nordeste, mais precisamente no Bairro São Gabriel que iniciamos o PROPAR - Programa Participativo de Obras Prioritárias idealizado e implementado pelo então prefeito João Pimenta da Veiga e executado por Eduardo Azeredo na gestão 89/93.


Este programa foi iniciado na minha Região Nordeste de BH, onde resido há 31 anos, em 05 de janeiro de 89, em reunião com o então prefeito e todas as lideranças comunitárias desta Região. Naquele dia todas as lideranças compareceram levando suas reivindicações que recebidas por Pimenta da Veiga as levou para a SUDECAP e as orçamentou e retornou em nova data na mesma comunidade a qual foi informada dos custos e das necessidades econômicas e financeiras e da viabilidade de execução da obras solicitada. Olha que as reivindicações não foram poucas e todas foram executas.


O programa rendeu credibilidade à primeira Administração Participativa do PSDB em Capital. Na administração seguinte de Patrus Ananias, este programa foi institucionalizado com a criação do Orçamento Participativo, todavia com participação reduzidíssima, em função da limitação orçamentária para as obras priorizadas pela comunidade e por último, modernizado, foi parar na internet com o prefeito Fernando Pimentel.

Em nossa Região Nordeste, ainda existem problemas que são comuns a todas as “Nordestes”. Mas aqui a participação foi e ainda é – acredito eu – a mais organizada da Capital. Aqui enquanto lideranças comunitárias, criamos o CRAC – Conselho Regional de Associações Comunitárias, entidade de direito publico privado que congrega todas as entidades comunitárias da região e que hoje se encontra instado no Centro Social Urbano do Bairro São Paulo.

Salvo engano, até hoje em BH, só existem o CRAC da Nordeste e do Barreiro. E para que seja garantida uma participação democrática, seria muito bom que as administrações regionais motivassem a mobilização das lideranças comunitárias no sentido de se estruturarem em CRACs como forma de garantir participação integrada no BH 2030 de todas as regiões da Capital.


Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos,

NOVA RODOVIARIA DE BELO HORIZONTE

PBH publica aviso de licitação do novo terminal rodoviário

Publicado em 30/05/2011 18:34:03


A Prefeitura, através da BHTrans, publicou na quinta-feira, dia 26, o Aviso de Licitação para Delegação da Construção, Implantação, Gestão, Manutenção e Operação do Novo Terminal Rodoviário de Belo Horizonte. O edital da concessão e seus anexos podem ser consultados no site da empresa (www.bhtrans.pbh.gov.br).

Os envelopes com as propostas comerciais dos interessados serão recebidos no dia 29 de julho, na sede da empresa (avenida Engenheiro Carlos Goulart, 900, bairro Buritis). A sessão pública da concorrência está marcada para o dia 1º de agosto de 2011, às 10h, também na sede da BHTrans.

No dia 14 de março de 2011 foi realizada a Audiência Pública de Concessão do Novo Terminal Rodoviário de Belo Horizonte, que reuniu na sede da BHTrans inúmeros empreendedores dos segmentos de shoppings, construção, empresas de ônibus e da área de terminais rodoviários.

Segundo esclareceu Célio Freitas, diretor de Planejamento da BHTrans, o prazo de concessão do empreendimento foi ampliado de 25 para 30 anos e o pagamento da outorga por parte do empreendedor, antes previsto para a assinatura do contrato, será efetuado depois que a área estiver liberada para a construção. “Estes foram os pontos que identificamos para atrair os empreendedores. O projeto do novo terminal poderá ser modificado pelo empreendedor, desde que sejam respeitados os parâmetros técnicos que norteiam o projeto da rodoviária, como, por exemplo, o número de plataformas, área de circulação, número de vagas para estacionamento, entre outros itens”, explicou Célio Freitas.

O projeto do Terminal Rodoviário São Gabriel será implantado no bairro São Gabriel, na região Nordeste, e prevê dois setores distintos: um destinado ao terminal rodoviário e outro voltado a atividades comerciais e de serviços. O investimento total previsto é da ordem de R$ 150 milhões. As obras deverão ser iniciadas ainda em 2011 e concluídas em 2012.

A rodoviária terá dois pavimentos, com 35.500 m², ligada por passarelas à Estação BHBUS São Gabriel e também ao empreendimento comercial a ser implantado. Todo o projeto está sendo estudado para garantir o melhor funcionamento do terminal e o maior conforto aos usuários.