Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

06 julho 2022

POR QUE A INFLAÇÃO DEVE SEGUIR ACIMA DO NÍVEL PRÉ-PANDEMIA!

 



(O Estado de S. Paulo, 03) As más notícias a respeito da inflação continuam chegando. Nos países ricos ela está acima de 9% ao ano e não ficava tão alta desde a década de 1980 – e nunca houve tantas “surpresas com a inflação”, com dados maiores do que o previsto pelos economistas. Isso, por sua vez, está afetando fortemente a economia e os mercados financeiros. Os bancos centrais estão aumentando as taxas de juros e encerrando programas de compra de títulos, devastando as ações. Em muitos países, a confiança do consumidor está menor do que nos primeiros dias da pandemia de covid-19. Indicadores de todos os setores, desde a habitação até a produção industrial, sugerem que o crescimento econômico está desacelerando de forma acentuada.

O que acontecerá com os preços ao consumidor é uma das questões mais importantes para a economia global. Muitos analistas esperam que a inflação anual diminua em breve, em parte porque os preços das commodities devem cair na comparação ano a ano, após aumentos significativos em 2021. Em projeções econômicas mais recentes, o Federal Reserve, por exemplo, espera que a inflação anual nos EUA (medida pelo índice de despesas de consumo pessoal) caia de 5,2%, no final de 2022, para 2,6% até o final de 2023.

É perdoável não levar essas previsões tão a sério. Afinal, a maioria dos economistas não foi capaz de ver a onda inflacionária chegando e, depois, previu erroneamente que ela desapareceria depressa. A futura trajetória da inflação está, em grande parte, cercada de incertezas.

As preocupações com a inflação podem apontar para três outros indicadores que sugerem ser improvável o mundo rico retornar tão cedo ao padrão anterior à pandemia, de crescimento de preços baixo e estável: aumento salarial crescente e expectativas de inflação maior tanto de consumidores como de empresas. Se prolongados, juntos, poderiam contribuir para o que o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), o banco central dos bancos centrais, descreveu em relatório de 26 de junho como um “ponto crítico”. Além disso, advertiu o BIS, “uma psicologia inflacionária” poderia se espalhar e se tornar “arraigada”.

INDEXAÇÃO. Há evidências crescentes de que os trabalhadores estão começando a negociar por salários mais altos. Isso poderia criar outra rodada de aumentos de preços conforme as empresas repassam as despesas extras. Uma pesquisa do Banco da Espanha sugere que metade dos acordos de negociação coletiva assinados para 2023 contém “cláusulas de indexação”, o que significa que os salários estão automaticamente vinculados à inflação, uma alta em comparação aos 20% antes da pandemia.

Na Alemanha, o sindicato IG Metall solicitou aumento salarial de 7% a 8% para quase 4 milhões de trabalhadores no setor de metais e de engenharia (provavelmente ele conseguirá cerca de metade disso). No Reino Unido, os trabalhadores ferroviários entraram em greve enquanto demandavam aumento de 7%, embora não esteja claro se vão alcançar o objetivo.

Tudo isso torna o crescimento salarial um tema ainda mais atual. Um índice que monitora o grupo de países do G-10, compilado pelo Goldman Sachs, já está subindo quase verticalmente. E os pisos salariais também estão subindo. A Holanda está propondo aumento do salário mínimo. A Alemanha aprovou lei aumentando seu mínimo em 20%. A agência de relações industriais da Austrália aumentou o piso salarial em 5,2%; mais que o dobro do aumento de 2021.

O crescimento salarial mais rápido reflete, em parte, as expectativas mais altas do público para futuros aumentos de preços – a segunda razão para se preocupar que a inflação possa se mostrar mais duradoura. Nos EUA, as expectativas de curto prazo estão aumentando depressa. Os canadenses dizem estar se preparando para uma inflação de 7% no próximo ano, o maior número entre qualquer país rico. Até mesmo no Japão, onde os preços raramente sofrem alterações, as crenças estão mudando. Um ano atrás, pesquisa do banco central japonês apontou que apenas 8% das pessoas acreditavam que os preços subiriam “significativamente” no próximo ano (os preços ao consumidor, de fato, aumentaram apenas 2,5% até abril). Agora, no entanto, 20% das pessoas supõem que isso vá acontecer.

VAREJO. O terceiro fator diz respeito às expectativas de inflação das empresas. No setor de varejo, elas estão em uma máxima histórica em um terço dos países da União Europeia. Pesquisa do Banco da Inglaterra sugere que os preços de roupas para as coleções de outono e inverno serão de 7% a 10% maiores que há um ano. O Fed de Dallas encontrou evidências preliminares de que os consumidores estão menos dispostos a tolerar aumentos. Um entrevistado do setor de aluguel e leasing reclamou que “está ficando difícil repassar os aumentos de preços de 20% a 30% dos fabricantes”. Mas isso apenas aponta para um nível mais baixo de inflação alta.

A grande esperança de uma inflação mais baixa está relacionada ao preço dos bens. Aumentos nos preços de carros, geladeiras e itens semelhantes, ligados em parte aos transtornos nas cadeias de suprimentos, motivaram o aumento inflacionário no ano passado. Agora há alguns indícios de mudança. O custo para enviar algo de Xangai para Los Angeles caiu 25% desde março. Nos últimos meses, diversos varejistas gastaram muito com estoques para manter suas prateleiras cheias. Vários agora estão reduzindo os preços para atualizar o estoque. Nos EUA, a produção de automóveis está finalmente melhorando.

Em teoria, a queda dos preços dos bens poderia ajudar a apagar as chamas inflacionárias no mundo rico, aliviando o custo de vida, dando aos bancos centrais espaço para respirar e estabilizando os mercados. Mas, com indicadores de preços futuros apontando para a direção contrária, as chances de isso acontecer aumentaram. Não se surpreenda se a inflação continuar feroz durante um tempo ainda.






05 julho 2022

Neutralizar o poder político da Suprema Corte e do STF

 

Neutralizar o poder político da Suprema Corte e do STF
 
Nas democracias, os Poderes constituídos não podem transmitir um sentimento de insegurança para a sociedade e as pessoas.
Modesto Carvalhosa, O Estado de São Paulo
03 de julho de 2022 | 03h00
A decisão da Suprema Corte norte-americana de 24 de junho, retirando, por 6 votos a 3, a proteção constitucional à prática legal do aborto, que perdurava há quase meio século naquele país, chocou o mundo e levou à indignação os próprios chefes dos dois outros Poderes daquela República. Ao invés de cuidar precipuamente da constitucionalidade das leis federais e da harmonização das legislações dos Estados que compõem a União, a Suprema Corte governa o país paralelamente. Temos, assim, um governo eleito e um governo judicial. O primeiro é exercido pelo presidente Joe Biden; o segundo é inspirado pelo ideário do ex-presidente Donald Trump.
Nesse ambíguo comando da nação, a Suprema Corte, no momento em que larga às feras ultraconservadoras milhões de mulheres, promete pautar, logo em seguida, outras medidas medievais. Para causar inveja ao Talibã, o honorable juiz Clarence Thomas declara que, no futuro próximo, serão proibidos os métodos contraceptivos e o planejamento familiar, protegidos pela Corte desde 1965. Da mesma forma, a Suprema Corte promete novamente criminalizar as relações homossexuais – criminalização esta abolida em 2003 –, bem como declarar inconstitucional a lei de 2015 que permitiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E, para mostrar do que é capaz, uma semana antes da retirada das garantias constitucionais ao aborto, a Suprema Corte confirmou o direito irrestrito ao uso de armas por qualquer pessoa, não obstante os massacres que se sucedem naquele país.
Com todas essas decisões tomadas e agendadas, a Suprema Corte deixa de ser um símbolo secular da democracia, inaugurada naquele país em 1776, para se tornar um prédio cercado por imensas grades que procuram bloquear as manifestações de justa indignação do povo norte-americano. Dois terços da sociedade já se manifestaram contra este poder paralelo em que se transformou a Suprema Corte ao retirar da proteção federal o direito ao aborto.
Nas democracias, os Poderes constituídos não podem transmitir um sentimento de insegurança para a sociedade e para as pessoas. Quando tal ocorre, a democracia está em perigo real, pois um dos seus fundamentos é a garantia do exercício dos direitos naturais individuais e coletivos. Não pode a Suprema Corte ser um fator de instabilidade social e política, o que é exatamente o contrário de sua função institucional. É o que ocorre nos Estados Unidos, onde o direito à privacidade e à intimidade pessoal está sendo destruído pela cúpula do Poder Judiciário.
Qual é a causa desse sinistro retrocesso? É, obviamente, o sistema de nomeação dos juízes da Suprema Corte pelo presidente da República, com a ratificação do Senado. Esse regime teve sua razão histórica há 250 anos, pelo fato de os Estados federados, em face das enormes disparidades entre eles, necessitarem de um tribunal federal que pudesse arbitrar suas diferenças e desavenças de forma absolutamente independente.
Esse sistema se degenerou com o passar dos séculos, pela hegemonia nacional dos dois partidos – Republicano e Democrata –, o que levou os sucessivos presidentes, cada vez mais, a nomearem pessoas que professassem as ideologias do partido no poder. Desse modo, a Suprema Corte foi se tornando um tribunal cuja maioria reflete cada vez mais as radicais posições ideológicas dos presidentes que os indicam. Hoje, há na Suprema Corte seis juízes fundamentalistas de raiz e três magistrados defensores dos direitos humanos e das minorias. Não se trata de um tribunal, mas de uma instituição que impõe suas decisões, de nítida feição política, subtraindo os poderes dos outros dois Poderes eleitos. Esse fenômeno é explícito.
O mesmo sistema prevalece entre nós. O presidente da República, com a aprovação do Senado, nomeia os ministros do nosso Supremo Tribunal Federal (STF). A propósito, o atual presidente declarou que tem apenas 20% do STF, mas que, se reeleito, nomeará mais três ministros, o que, segundo se infere, poderá impor uma pauta fundamentalista de costumes, a liberação incontrolada do porte de armas e outras medidas do gênero.
Atualmente, o STF tem oito ministros nomeados pelos governos lulopetistas, devendo, se eleito o seu líder, manter a maioria arrasadora de ministros que certamente vai executar a política de controle social da imprensa, eliminação do teto de gastos e graves medidas de cunho bolivariano – tudo como expressamente prometido pelo candidato populista de extrema-esquerda.
Entre nós, a única maneira de salvar a Democracia desta crescente politização do Supremo será adotar o sistema de nomeação dos seus membros pelo regime de antiguidade dos ministros dos tribunais superiores. Ademais, o exercício da judicatura no STF deveria ser de oito anos. E a competência da Corte deveria se restringir à declaração da constitucionalidade das leis e dos atos normativos e administrativos. Com isso, seriam eliminadas as nomeações claramente político-ideológicas que se acentuaram após a vigência da Constituição de 1988.
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ADVOGADO, É AUTOR DE ‘UMA NOVA CONSTITUIÇÃO PARA O BRASIL’ (LMV, 2021)

É EXATAMENTE O QUE OS POLÍTICOS FAZEM COM O POVO!

 

Ladrões entraram num banco e um gritou para todos ouvirem:
- “Ninguém reaja, porque o dinheiro é do Banco, mas suas vidas pertencem a vocês!”
Todos no banco ficaram em silêncio e lentamente se deitaram no chão.
Isso se chama, MUDANÇA DE MENTALIDADE
Uma mulher ao longe gritou:
- "Meu Amor, não seja mal comigo”.
O ladrão respondeu:
- "comporte-se, isso é um assalto, não um romance!"
Isso se chama PROFISSIONALISMO
O ladrão mais jovem disse ao ladrão mais velho:
- "Ei cara, vamos contar quanto temos!"
O ladrão mais velho, respondeu:
- "Não seja estúpido, é muito dinheiro para contar agora, vamos esperar o noticiário informar quanto o banco perdeu."
Isso se chama, EXPERIÊNCIA
Depois que os ladrões foram embora, o supervisor do banco disse ao gerente que deveriam chamar a polícia com urgência. O gerente respondeu:
- "Calma, vamos incluir no assalto os desfalques que fizemos”. O supervisor concordou.
Isso se chama, GESTÃO ESTRATÉGICA
No dia seguinte, foi noticiado que foram roubados R$ 80 milhões do banco, mas os ladrões só contaram R$ 10 milhões! Os bandidos pensaram:
- "Arriscamos nossas vidas por R$ 10 milhões, enquanto o gerente do banco roubou 70 milhões num piscar de olhos!”
Isso se chama CONHECIMENTO
O gerente do banco ficou satisfeito, pois todos os seus desfalques foram encobertos pelo assalto. O banco também, pois foi ressarcido pela seguradora.
Isso se chama, APROVEITAR AS OPORTUNIDADES!
É EXATAMENTE O QUE OS POLÍTICOS FAZEM COM O POVO!

04 julho 2022

O POVO É O PODER >O ESTADO SÓ EXISTE POR CAUSA DO POVO. O POVO É O ESTADO.

  

                                         O tão falado e repetido por várias autoridades que talvez não saibam o seu real significado, o Estado Democrático de Direito é uma forma de Estado em que a soberania popular é fundamental. Além disso, é marcado pela separação dos poderes estatais, a fim de que: o legislativo, executivo e judiciário não se desarmonizem e comprometam a soberania popular. Nossa Constituição tão falada e tão pouco lida pela maioria dos brasileiros, infelizmente, a maioria ainda semi analfabetos por culpa de várias políticas de educação de Governos que vem desde seu descobrimento e se agravou muito nos últimos vinte anos, onde nossos jovens perderam o rumo e nem sabem o que é aprender as ciências exatas, físicas e humanas, são pregadas ideologias desvirtuadas da ordem social e o rompimento destes mesmos jovens com os valores familiares e religiosos, como se fizessem uma lavagem cerebral nos nossos filhos, é emburrecimento geral. Abaixo uma pequena amostra de nossa Constituição: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) V - o pluralismo político. Parágrafo único. o Estado Democrático de Direito é uma forma de Estado em que a soberania popular é fundamental. Além disso, é marcado pela separação dos poderes estatais, a fim de que: o legislativo, executivo e judiciário não se desarmonizem e comprometam a soberania popular. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. E por aí vai, quando você lê o artigo quinto da CF onde falam dos nossos direitos e garantias individuais e fundamentais, chega dá vontade de chorar, onde se concede várias dezenas de direitos que nunca são cumpridos por nenhuma autoridade. E infelizmente só somos cobrados diuturnamente por nossos deveres, em detrimento de tantos outros direitos prescritos nas leis. Quando nós pensamos (e é verdade) que somos nós, povo brasileiro é que pagamos todos os salários de todos os funcionários públicos, do Judiciários e todas as suas mordomias, do Legislativo e todas as suas mordomias e do gari ao Presidente da República no Executivo, assim podemos entender que todos eles (todos os funcionários públicos) são funcionários do povo e não como pensam. Eles acham que nós é que somos os empregados deles. O governo (poder) do povo é para servir o povo através de seus representantes eleitos pelo voto do povo (popular). Infelizmente um voto elege um dos nossos representantes, mas, para tirá-lo do cargo precisamos de um milhão de assinaturas e ainda uma ação na Câmara ou no Senado. UM ABSURDO. UMA COISA, EMBORA LEGAL É IMORAL E ANTIÉTICO, E AI SIM, ESTE É UM ATO ANTI DEMOCRÁTICO (UM ATO CONTRA A VONTADE E SOBERANIA DO POVO). Neste paradoxo de imoralidade, somos patrões de nossos de todos os nossos servidores públicos, mas não mandamos NADA. Não nos respeitam como patrões. E depois de darmos àquela procuração para um monte de pessoas que não conhecemos nem a sua honra e nem honestidade. Assim, eles usam a nossa procuração em proveito próprio, fazendo falcatruas e praticando corrupção e não podemos cassar (anular) esta procuração para que eles nos represente com gestão, autoridade e honestidade. O único titular do poder na República do Brasil é do povo. Reajamos povo brasileiro, dentro das leis e da ordem, vamos exigir que nossos futuros procuradores neste ano de eleição apresentem antes aos seus partidos: de filiação: seus títulos (currículo escolar, compatível ao cargo que irá representar) suas certidões negativas de todas as esferas jurídicas, daí ele será escolhido entres os melhores a concorrer a uma vaga de ser nosso novo representante no parlamento, desde vereador até Presidente da República, só assim poderemos selecionar os melhores a serem nossos representantes. 

Por Luiz Antônio Lima - 01.07.2022 Porto Velho – RO – Whatsapp: 69 9 819076543

02 julho 2022

Um futuro de ferozes tempestades, inundações, secas, incêndios e temperaturas inabitáveis em vastas áreas do planeta.

 ENERGIA RENOVÁVEL É O PLANO DE PAZ PARA O SÉCULO XXI!

(António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas – O Globo, 28) Nero foi acusado de tocar lira enquanto Roma ardia em chamas. Hoje, alguns líderes estão fazendo pior. Eles estão jogando combustível no fogo. Literalmente. Enquanto as consequências da invasão da Rússia na Ucrânia se propagam pelo mundo, a resposta de algumas nações à crescente crise de energia tem sido dobrar o uso de combustíveis fósseis – despejando bilhões de dólares em carvão, gasolina e gás, o que aprofunda nossa emergência climática.

Enquanto isso, os indicadores climáticos continuam a quebrar recordes, projetando um futuro de ferozes tempestades, inundações, secas, incêndios e temperaturas inabitáveis em vastas áreas do planeta. Nosso mundo enfrenta o caos climático. Novos investimentos na exploração de combustíveis fósseis e na produção de infraestrutura são ilusórios. Combustíveis fósseis não são a resposta e nunca deveriam ser. Podemos ver os danos que estamos fazendo ao planeta e às nossas sociedades. Está no noticiário diariamente e ninguém está imune.

Os combustíveis fósseis são a causa da crise climática. Energia renovável é a resposta para limitar os distúrbios climáticos e impulsionar a segurança energética. Se tivéssemos investido mais cedo e massivamente em energia renovável, não nos encontraríamos novamente a mercê dos instáveis mercados de combustíveis fósseis. Os renováveis são o plano de paz para o século 21. Mas a batalha por uma transição energética rápida e justa não está sendo travada em campo. Investidores ainda apoiam combustíveis fósseis e governos ainda distribuem bilhões para subsidiar carvão, petróleo e gás – cerca de 11 milhões de dólares a cada minuto.

Existe uma palavra que define alívio a curto prazo em vez de bem estar a longo prazo. Vício. Ainda estamos viciados em combustíveis fósseis. Pela saúde das nossas sociedades e do planeta, precisamos parar. Agora. O único caminho verdadeiro para a segurança energética, preços de energia estáveis, prosperidade e um planeta habitável está em abandonar combustíveis fósseis poluentes e acelerar a transição para energia renovável.

Para isto, pedi que os governos do G20 desfaçam infraestrutura em carvão, eliminando-a por completo em 2030, para os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e em 2040 para os demais. Tenho apelado para que os atores financeiros abandonem o financiamento do combustível fóssil e invistam em energia renovável. E proponho um plano com cinco pontos para impulsionar a energia renovável no mundo.

Primeiro, devemos instituir a tecnologia de energia renovável como um bem público global, incluindo a remoção das barreiras de propriedade intelectual para transferência de tecnologia. Segundo, devemos melhorar o acesso global às cadeias de suprimento para componentes e materiais brutos de tecnologia de energia renovável.

Em 2020, o mundo instalou 5 gigawatts de suprimento de bateria. Precisamos de uma capacidade de 600 gigawatts em 2030. Claramente, precisamos de uma coalisão global para alcançar isto. Gargalos no transporte e restrições nas cadeias de suprimento, assim como custos mais altos para lítio e outros metais estão afetando o emprego destas tecnologias e materiais justamente quando mais precisamos deles.

Terceiro, precisamos cortar a fita vermelha que atrapalha projetos solares e eólicos. Precisamos de aprovações mais rápidas e mais esforços para modernizar a matriz de eletricidade. Na União Europeia, demora-se oito anos para aprovar uma fazenda eólica; dez anos nos Estados Unidos. Na República da Coreia, projetos eólicos terrestres precisam de 22 licenças de oito ministérios diferentes.

Quarto, o mundo precisa trocar os subsídios energéticos de combustíveis fósseis para proteger as pessoas mais vulneráveis e investir em uma transição justa para um futuro sustentável.

E quinto, precisamos triplicar os investimentos em renováveis. Isto inclui bancos de desenvolvimento multilaterais e desenvolvimento de instituições financeiras, assim como bancos comerciais. Precisamos incrementar drasticamente o incentivo aos investimentos em renováveis.

Precisamos de mais urgência de todos os líderes globais. Já estamos perigosamente perto de alcançar o limite de 1,5 graus Celsius que a ciência aponta como o nível máximo de aquecimento para evitar os piores impactos climáticos. Para manter este 1,5, precisamos reduzir as emissões em 45% em 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até a metade do século. Mas os comprometimentos nacionais atuais nos levarão a um aumento de quase 14% nesta década. Isto significa catástrofe.

A resposta está nos renováveis – para ação climática, para segurança energética e para prover eletricidade limpa para centenas de milhões de pessoas que atualmente não a tem. Os renováveis são um ganho triplo.

Não há desculpa para rejeitar uma revolução renovável. Enquanto os preços de gasolina e gás atingem níveis históricos, os renováveis estão ficando cada vez mais baratos, o tempo todo. O custo da energia solar e de baterias despencou 85% na última década. O custo da energia eólica caiu 55%. E investimento em renováveis cria três vezes mais empregos do que em combustíveis fósseis.

Claro que os renováveis não são a única resposta para a crise climática. Soluções baseadas na natureza, como reverter o desmatamento e a degradação de terra, são essenciais. Assim como os esforços para promover eficiência energética. Mas uma transição rápida para energias renováveis precisa ser nossa ambição.

Na medida em que superamos a dependência de combustíveis fósseis, os benefícios serão amplos e não apenas para o clima. Os preços da energia serão mais baixos e previsíveis, com efeitos positivos nos alimentos e na segurança econômica. Quando os preços de energia aumentam, também sobem os custos de alimentos e de todos os bens de que precisamos. Então vamos concordar que uma rápida revolução renovável é necessária para deixarmos de tocar a lira enquanto nosso futuro arde em chamas.