OPERAÇÃO SATIAGRAHA
Banqueiro acusa chefe da Abin. Em depoimento à CPI dos Grampos, Daniel Dantas diz que ação da PF foi armada por ex-delegado por vingança, para prejudicá-lo. Ele nega tentativa de suborno.
Banqueiro acusa chefe da Abin. Em depoimento à CPI dos Grampos, Daniel Dantas diz que ação da PF foi armada por ex-delegado por vingança, para prejudicá-lo. Ele nega tentativa de suborno.
Por Ricardo Brito.
Brasília – Mesmo tendo em mãos uma liminar da Justiça que lhe garantia o direito de ficar calado, o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, depôs à CPI dos Grampos ontem. E falou bastante. Dantas acusou o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, de estar por trás da Operação Satiagraha, que levou o empresário duas vezes para a prisão no mês passado. Sugeriu que a própria Abin e a Polícia Federal repassaram ilegalmente informações para a Telecom Itália, sua adversária numa disputa pelo controle da Brasil Telecom. E afirmou ainda que o delegado Protógenes Queiroz, responsável pela primeira fase da Operação Satiagraha, disse-lhe que iria investigar o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No depoimento, Dantas afirmou que em novembro passado foi informado de que havia uma operação encomendada pela Polícia Federal contra ele, a pedido do diretor da Abin. Segundo Dantas, a futura operação seria uma represália a uma reportagem, de maio de 2006, que lhe atribuiu a autoria de um dossiê sobre supostas contas de Lacerda no exterior. Dantas disse que, para desmentir o teor da reportagem, fez vários comunicados públicos e enviou uma carta ao próprio Lacerda. Mesmo assim, ele diz ter sido informado de que Lacerda o prenderia. “Ele iria me botar um par de algemas”, disse Dantas. E afirmou ter ficado ainda mais preocupado com uma possível prisão depois de uma reportagem de 26 de abril, que antecipava as investigações da Operação Satiagraha. SUBORNO E ESCUTAS O banqueiro também negou ter articulado a tentativa de pagamento de propina feito pelo ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz para que um delegado da PF o livrasse de investigações. Dantas disse que não conversou com Braz, libertado ontem pela Justiça, sobre essa tentativa de suborno. “Eu não tive contato com este assunto (propina) com o senhor Humberto Braz”, declarou. Dantas confirmou que o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh lhe disse ter telefonado para o chefe-de- gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, para levantar informações sobre uma futura operação da PF contra ele. “O Greenhalgh disse depois que tinha ligado (para Carvalho) para saber o motivo”, afirmou. Greenhalgh, segundo ele, foi contratado para intermediar a venda da Brasil Telecom – da qual ele era um dos sócios minoritários – para a Telemar, pois havia rumores de que uma operação da PF dificultaria a consumação da venda. O banqueiro disse que, durante um dos depoimentos que prestou à PF, o delegado Protógenes Queiroz afirmou que iria investigar Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente. Lulinha é dono da Gamecorp, que recebeu R$ 5,2 milhões da Telemar, atual Oi. Fonte: Estado de Minas
Brasília – Mesmo tendo em mãos uma liminar da Justiça que lhe garantia o direito de ficar calado, o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, depôs à CPI dos Grampos ontem. E falou bastante. Dantas acusou o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, de estar por trás da Operação Satiagraha, que levou o empresário duas vezes para a prisão no mês passado. Sugeriu que a própria Abin e a Polícia Federal repassaram ilegalmente informações para a Telecom Itália, sua adversária numa disputa pelo controle da Brasil Telecom. E afirmou ainda que o delegado Protógenes Queiroz, responsável pela primeira fase da Operação Satiagraha, disse-lhe que iria investigar o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No depoimento, Dantas afirmou que em novembro passado foi informado de que havia uma operação encomendada pela Polícia Federal contra ele, a pedido do diretor da Abin. Segundo Dantas, a futura operação seria uma represália a uma reportagem, de maio de 2006, que lhe atribuiu a autoria de um dossiê sobre supostas contas de Lacerda no exterior. Dantas disse que, para desmentir o teor da reportagem, fez vários comunicados públicos e enviou uma carta ao próprio Lacerda. Mesmo assim, ele diz ter sido informado de que Lacerda o prenderia. “Ele iria me botar um par de algemas”, disse Dantas. E afirmou ter ficado ainda mais preocupado com uma possível prisão depois de uma reportagem de 26 de abril, que antecipava as investigações da Operação Satiagraha. SUBORNO E ESCUTAS O banqueiro também negou ter articulado a tentativa de pagamento de propina feito pelo ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz para que um delegado da PF o livrasse de investigações. Dantas disse que não conversou com Braz, libertado ontem pela Justiça, sobre essa tentativa de suborno. “Eu não tive contato com este assunto (propina) com o senhor Humberto Braz”, declarou. Dantas confirmou que o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh lhe disse ter telefonado para o chefe-de- gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, para levantar informações sobre uma futura operação da PF contra ele. “O Greenhalgh disse depois que tinha ligado (para Carvalho) para saber o motivo”, afirmou. Greenhalgh, segundo ele, foi contratado para intermediar a venda da Brasil Telecom – da qual ele era um dos sócios minoritários – para a Telemar, pois havia rumores de que uma operação da PF dificultaria a consumação da venda. O banqueiro disse que, durante um dos depoimentos que prestou à PF, o delegado Protógenes Queiroz afirmou que iria investigar Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente. Lulinha é dono da Gamecorp, que recebeu R$ 5,2 milhões da Telemar, atual Oi. Fonte: Estado de Minas
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