Por Adriana Nicacio, da Isto é Dinheiro.
"Eram cerca de 17h, naquela sexta-feira. A rotina do CTA era normal, o que não significa que o ambiente estivesse tranqüilo. Os controladores devem manter os olhos grudados na tela de controle e fichas de progressão de vôo ao lado do monitor. Por duas horas seguidas, virar a cabeça para o lado é arriscado, levantar, então, é proibido. Lá estavam, todos eles, nos seus postos. Quatro no controle, quatro em descanso e os demais em outras tarefas. “De repente o vôo da Gol desapareceu”, conta o sargento da Aeronáutica, que nessa reportagem será chamado de Pedro, para preservá-lo. Como assim desapareceu?
“Naquela região não há visualização-radar. Estávamos esperando o Gol entrar em contato. Ele não entrou. Antes, eu já tinha tentado sete contatos com o Legacy para avisar que o transponder estava desligado e que ele entraria em uma região não-radar. Não consegui. Ligamos para o controle de Manaus (Cindacta IV) porque queríamos saber se o Gol tinha entrado em contato com eles. Mas ninguém sabia. Pelo horário, ele deveria ter saído do controle do Cindacta IV e deveria estar no nosso. O problema é que ele não tinha entrado. Até aquele momento, estávamos em uma situação de incerteza. Pelo regulamento, somente depois de 30 minutos sem a localização da aeronave é que passamos para o estado de alerta. Nesse meio tempo, soubemos que o Legacy tinha feito um pouso forçado em Cachimbo (Serra do Cachimbo – MT). Até aí tudo bem. Na nossa profissão, um pouso forçado não é motivo para desespero. Logo depois fomos avisados, por Manaus, que o piloto do Legacy tinha batido em alguma coisa na descida. Não sabia o que era. De repente a nossa ficha caiu. E a pergunta passou a ser: como? Como, se ele estava no nível 360 e o vôo da Gol no 370? Na hora, achávamos que o Legacy teria subido para 380, porque o Plano de Vôo dele previa a mudança em Teres e, por algum problema, ele desceu. O desespero tomou conta de todo mundo. Só conseguíamos pensar no acidente com mais de 150 passageiros. Tínhamos colegas lá dentro. Nós vivemos sabendo que essa possibilidade existe, mas o nosso trabalho é evitá-la, então, em questão de segundos, nosso maior pesadelo se tornava realidade.” Fonte: Isto é Dinheiro On Line. Leia mais aqui.
“Naquela região não há visualização-radar. Estávamos esperando o Gol entrar em contato. Ele não entrou. Antes, eu já tinha tentado sete contatos com o Legacy para avisar que o transponder estava desligado e que ele entraria em uma região não-radar. Não consegui. Ligamos para o controle de Manaus (Cindacta IV) porque queríamos saber se o Gol tinha entrado em contato com eles. Mas ninguém sabia. Pelo horário, ele deveria ter saído do controle do Cindacta IV e deveria estar no nosso. O problema é que ele não tinha entrado. Até aquele momento, estávamos em uma situação de incerteza. Pelo regulamento, somente depois de 30 minutos sem a localização da aeronave é que passamos para o estado de alerta. Nesse meio tempo, soubemos que o Legacy tinha feito um pouso forçado em Cachimbo (Serra do Cachimbo – MT). Até aí tudo bem. Na nossa profissão, um pouso forçado não é motivo para desespero. Logo depois fomos avisados, por Manaus, que o piloto do Legacy tinha batido em alguma coisa na descida. Não sabia o que era. De repente a nossa ficha caiu. E a pergunta passou a ser: como? Como, se ele estava no nível 360 e o vôo da Gol no 370? Na hora, achávamos que o Legacy teria subido para 380, porque o Plano de Vôo dele previa a mudança em Teres e, por algum problema, ele desceu. O desespero tomou conta de todo mundo. Só conseguíamos pensar no acidente com mais de 150 passageiros. Tínhamos colegas lá dentro. Nós vivemos sabendo que essa possibilidade existe, mas o nosso trabalho é evitá-la, então, em questão de segundos, nosso maior pesadelo se tornava realidade.” Fonte: Isto é Dinheiro On Line. Leia mais aqui.
Um comentário:
Nossa! Sombria essa reportagem.
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