A importância dos princípios
O princípio é a base, o ponto de partida, a regra para uma cadeia de eventos, pensamentos ou intenções formadas anteriormente e que difere o sujeito político. Em relação a matérias relacionadas com a sociedade brasileira, parece-me que o termo princípio assume um papel retórico diferente. Ele é a moeda de troca da cidadania democrática, um regime que promove a escolha. A noção de um homem com princípios implica que, em dada altura da sua vida, ele tomou decisões, fez escolhas... em suma, formou-se como indivíduo público e transmitiu a todos seus princípios. Não nos passa pela cabeça afirmar que um rapaz de 13 anos tem princípios porque o termo princípio, definido desta forma, implica uma certa dose de responsabilidade, independência - moral, intelectual e financeira - que lhe permite fazer escolhas. Escolhas adultas, não infantilizadas por um idealismo desmesurado.
Parece-me que se precisasse caracterizar os brasileiros como povo, os caracterizaria como um povo obliterado por um idealismo desmesurado, utopicamente perfeito... e logo aí, desumano. É dessa permanente idealização que resulta, por conseqüência óbvia, a mossa péssima escolha.
Um princípio, tal como a palavra indica, é um começo. Um começo de algo que se procuraria ideal mas que nunca o será, porque foi prometido e não foi cumprido. É exatamente na compreensão da inevitabilidade do erro e na aceitação não-conformada - mas calma - da imperfeição que encontro o que poderia chamar de comportamento desvirtuado.
Os brasileiros são um povo eminentemente infantil, altura da vida - às vezes, permanente - onde se idealiza e imagina. É numa atitude infantil, a da conformidade inerte face à impossibilidade de atingir o ideal, que assenta a lógica do "ou é perfeito ou não vale pena".
A encruzilhada em que se encontra o nosso país poder-se-ia apelidar de passagem à maioridade democrática, um estado de alma em que o país receia não conseguir lidar com o futuro. Trata-se quase de uma primeira - e amedrontada - contemplação do real.
Neste governo não há uma clara preocupação com princípios, coisa que anda meio perdida na memória fraca da sociedade brasileira. Estes princípios, como a existência de uma avaliação dos professores, são absolutamente fundamentais. Mas o problema no Brasil, problema esse que não nos permite ser reformistas e evoluirmos, é que em tudo se procura um idealismo utópico, desumano, ou seja, a perfeição.
Voltando ao exemplo da avaliação qualitativa dos professores, ela tem de existir. Que não há sistemas de avaliação perfeitos, não há. Mas algo deve ser feito, algo deve ser evoluído. A democracia é um projeto inacabado e o caminho para sua correta implementação depende da escolha de homens de princípios suficientemente testados na vida pública.
Os princípios são um campo em que eu não perdôo aos políticos, porque um princípio não deve, nem pode, ser negociável. E assim chegamos a uma das mais importantes funções do estado: a de impor princípios aos cidadãos através da educação e da cultura, permitindo a responsabilização pelas escolhas. Quanto aos governantes: serem exemplos desse ato de cidadania é obrigação.
O princípio é a base, o ponto de partida, a regra para uma cadeia de eventos, pensamentos ou intenções formadas anteriormente e que difere o sujeito político. Em relação a matérias relacionadas com a sociedade brasileira, parece-me que o termo princípio assume um papel retórico diferente. Ele é a moeda de troca da cidadania democrática, um regime que promove a escolha. A noção de um homem com princípios implica que, em dada altura da sua vida, ele tomou decisões, fez escolhas... em suma, formou-se como indivíduo público e transmitiu a todos seus princípios. Não nos passa pela cabeça afirmar que um rapaz de 13 anos tem princípios porque o termo princípio, definido desta forma, implica uma certa dose de responsabilidade, independência - moral, intelectual e financeira - que lhe permite fazer escolhas. Escolhas adultas, não infantilizadas por um idealismo desmesurado.
Parece-me que se precisasse caracterizar os brasileiros como povo, os caracterizaria como um povo obliterado por um idealismo desmesurado, utopicamente perfeito... e logo aí, desumano. É dessa permanente idealização que resulta, por conseqüência óbvia, a mossa péssima escolha.
Um princípio, tal como a palavra indica, é um começo. Um começo de algo que se procuraria ideal mas que nunca o será, porque foi prometido e não foi cumprido. É exatamente na compreensão da inevitabilidade do erro e na aceitação não-conformada - mas calma - da imperfeição que encontro o que poderia chamar de comportamento desvirtuado.
Os brasileiros são um povo eminentemente infantil, altura da vida - às vezes, permanente - onde se idealiza e imagina. É numa atitude infantil, a da conformidade inerte face à impossibilidade de atingir o ideal, que assenta a lógica do "ou é perfeito ou não vale pena".
A encruzilhada em que se encontra o nosso país poder-se-ia apelidar de passagem à maioridade democrática, um estado de alma em que o país receia não conseguir lidar com o futuro. Trata-se quase de uma primeira - e amedrontada - contemplação do real.
Neste governo não há uma clara preocupação com princípios, coisa que anda meio perdida na memória fraca da sociedade brasileira. Estes princípios, como a existência de uma avaliação dos professores, são absolutamente fundamentais. Mas o problema no Brasil, problema esse que não nos permite ser reformistas e evoluirmos, é que em tudo se procura um idealismo utópico, desumano, ou seja, a perfeição.
Voltando ao exemplo da avaliação qualitativa dos professores, ela tem de existir. Que não há sistemas de avaliação perfeitos, não há. Mas algo deve ser feito, algo deve ser evoluído. A democracia é um projeto inacabado e o caminho para sua correta implementação depende da escolha de homens de princípios suficientemente testados na vida pública.
Os princípios são um campo em que eu não perdôo aos políticos, porque um princípio não deve, nem pode, ser negociável. E assim chegamos a uma das mais importantes funções do estado: a de impor princípios aos cidadãos através da educação e da cultura, permitindo a responsabilização pelas escolhas. Quanto aos governantes: serem exemplos desse ato de cidadania é obrigação.
5 comentários:
Um feliz domingo em homenagem aos pais!!
Bjs
Maravilha de texto, sô! Aos pais parabéns! E com certeza Lula não é um sujeito de princípios...
Santa e Kafé,
Como pai agradeço os cumprimentos e dou-lhe a certeza de que meus filhos e filha, são três, um de 31, outro de 23 e uma princezinha de 15 anos, todos criados conscientes de que uma pessoa de princípio é sempre respeitada, mesmo quando diverge. Abs. Jarbas
Jarbas, bastante pertinente seu post. Queria fazer um acordo com você. Quando quiser linkar um post seu lá no indignatus me dê um toque, dou uma olhada e publico um post linkando aqui. Fica muito mais fácil de se ler do que nos comentários. O que acha?
Rayol,
Obrigado pela visita e pela sugestão. Está valendo a proposta. Te aviso quando tiver um artigo de interesse geral. Abs Jarbas
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