PIB surpreende e cresce 6%
Aumento foi impulsionado pelos gastos do governo concentrados no primeiro semestre, consumo familiar e investimentos em produção.
Aumento foi impulsionado pelos gastos do governo concentrados no primeiro semestre, consumo familiar e investimentos em produção.
Por Paulo Paiva, no jornal Estado de Minas, hoje.
"Os analistas previam alta entre 5,5% e 5,8%. Mas o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro surpreendeu e cresceu 6,1% no segundo trimestre do ano, na comparação com igual período de 2007. No acumulado do semestre, a alta atingiu 6%, também ante o mesmo período do ano passado. Na comparação entre o segundo trimestre e o primeiro, a elevação atingiu 1,6%. Ao todo, a economia movimentou R$ 716,9 bilhões no segundo trimestre e R$ 1,3 trihão no primeiro semestre. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A base do crescimento do PIB foi o tripé gastos do governo, investimentos produtivos e consumo das famílias. E, por trás dos gastos governamentais, aparecem as eleições municipais de outubro, já que, pela legislação eleitoral, o governo foi obrigado a antecipar a alocação de recursos e contratações no primeiro semestre. O consumo do governo cresceu 5,3% no segundo trimestre e 5,6% de janeiro a junho. Segundo a gerente de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, esse gasto ficou acima do constatado em períodos anteriores. “O ano eleitoral influenciou. Há limite de gastos durante a campanha, e a maior parte fica concentrada no primeiro semestre. O consumo do governo vinha crescendo entre 2% e 4% anteriormente. Essa elevação foi influenciada principalmente pelos estados e municípios”, afirmou. No primeiro trimestre, o consumo do governo já havia crescido 5,8% frente ao período correspondente no ano passado. Os gastos da administração pública, que englobam despesas com administração, saúde e educação e que têm peso relevante na economia, subiram 2,3% no segundo trimestre, na comparação com igual período em 2007. No primeiro trimestre, haviam apresentando expansão mais tímida, de 1,1%. “Se formos olhar o PIB pela demanda, os gastos correntes do governo cresceram 9,8% de janeiro a junho na comparação com o mesmo período do ano passado. Até julho, os gastos aumentaram 11,8%. Não estamos falando de gastos produtivos. São despesas com pessoal, Previdência e programas de assistência social. E, para compensar esses gastos, o governo aumenta impostos”, diz o professor Raul Velloso, especialista em finanças públicas. IMPOSTOS De fato, a arrecadação de impostos sobre produtos cresceu de forma mais significativa do que vinha sendo notado em períodos recentes. De janeiro a junho, foram arrecadados, em valores correntes, R$ 213,2 bilhões. Isso representa incremento de 8,3% sobre o verificado em igual período no ano passado. No segundo trimestre, a arrecadação foi de R$ 108,3 bilhões, 8,5% acima do constatado de abril a junho de 2007. Segundo Palis, o montante gerado com impostos sobre produtos teve elevação acima do Valor Adicionado a Preços Básicos (soma dos valores correntes dos setores produtivos da economia), que subiu 5,6% no semestre e 5,7% de abril a junho. O aumento na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) contribuiu de forma decisiva para o resultado. “Há também o imposto sobre importação, cuja arrecadação cresceu 25% no trimestre e influiu no total dos impostos sobre produtos”, afirmou. No caso do investimento, foi o maior incremento para um semestre desde o início do acompanhamento da série verificada para o período, em 2000, com alta de 15,7%. Se analisado o período de três meses, foi o 18º aumento seguido. “A construção civil foi o destaque em termos de investimento. Contribuiu para isso também o maior número de obras públicas, entre as quais os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, comentou Palis. E aí aparece, mais uma vez, o dedo do governo. Já o consumo das famílias, com alta de 6,7% de abril a junho, subiu pelo 19º trimestre consecutivo e atingiu R$ 258,97 bilhões, influenciado pelo aumento de 8,1% da massa salarial e de 32,9% do crédito para pessoas físicas. (Com agências)"
"Os analistas previam alta entre 5,5% e 5,8%. Mas o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro surpreendeu e cresceu 6,1% no segundo trimestre do ano, na comparação com igual período de 2007. No acumulado do semestre, a alta atingiu 6%, também ante o mesmo período do ano passado. Na comparação entre o segundo trimestre e o primeiro, a elevação atingiu 1,6%. Ao todo, a economia movimentou R$ 716,9 bilhões no segundo trimestre e R$ 1,3 trihão no primeiro semestre. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A base do crescimento do PIB foi o tripé gastos do governo, investimentos produtivos e consumo das famílias. E, por trás dos gastos governamentais, aparecem as eleições municipais de outubro, já que, pela legislação eleitoral, o governo foi obrigado a antecipar a alocação de recursos e contratações no primeiro semestre. O consumo do governo cresceu 5,3% no segundo trimestre e 5,6% de janeiro a junho. Segundo a gerente de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, esse gasto ficou acima do constatado em períodos anteriores. “O ano eleitoral influenciou. Há limite de gastos durante a campanha, e a maior parte fica concentrada no primeiro semestre. O consumo do governo vinha crescendo entre 2% e 4% anteriormente. Essa elevação foi influenciada principalmente pelos estados e municípios”, afirmou. No primeiro trimestre, o consumo do governo já havia crescido 5,8% frente ao período correspondente no ano passado. Os gastos da administração pública, que englobam despesas com administração, saúde e educação e que têm peso relevante na economia, subiram 2,3% no segundo trimestre, na comparação com igual período em 2007. No primeiro trimestre, haviam apresentando expansão mais tímida, de 1,1%. “Se formos olhar o PIB pela demanda, os gastos correntes do governo cresceram 9,8% de janeiro a junho na comparação com o mesmo período do ano passado. Até julho, os gastos aumentaram 11,8%. Não estamos falando de gastos produtivos. São despesas com pessoal, Previdência e programas de assistência social. E, para compensar esses gastos, o governo aumenta impostos”, diz o professor Raul Velloso, especialista em finanças públicas. IMPOSTOS De fato, a arrecadação de impostos sobre produtos cresceu de forma mais significativa do que vinha sendo notado em períodos recentes. De janeiro a junho, foram arrecadados, em valores correntes, R$ 213,2 bilhões. Isso representa incremento de 8,3% sobre o verificado em igual período no ano passado. No segundo trimestre, a arrecadação foi de R$ 108,3 bilhões, 8,5% acima do constatado de abril a junho de 2007. Segundo Palis, o montante gerado com impostos sobre produtos teve elevação acima do Valor Adicionado a Preços Básicos (soma dos valores correntes dos setores produtivos da economia), que subiu 5,6% no semestre e 5,7% de abril a junho. O aumento na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) contribuiu de forma decisiva para o resultado. “Há também o imposto sobre importação, cuja arrecadação cresceu 25% no trimestre e influiu no total dos impostos sobre produtos”, afirmou. No caso do investimento, foi o maior incremento para um semestre desde o início do acompanhamento da série verificada para o período, em 2000, com alta de 15,7%. Se analisado o período de três meses, foi o 18º aumento seguido. “A construção civil foi o destaque em termos de investimento. Contribuiu para isso também o maior número de obras públicas, entre as quais os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, comentou Palis. E aí aparece, mais uma vez, o dedo do governo. Já o consumo das famílias, com alta de 6,7% de abril a junho, subiu pelo 19º trimestre consecutivo e atingiu R$ 258,97 bilhões, influenciado pelo aumento de 8,1% da massa salarial e de 32,9% do crédito para pessoas físicas. (Com agências)"
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