Durante um bom tempo duvidou-se da possibilidade de surgir um nome com musculatura suficiente para ser candidato da terceira via, interpondo-se à polarização Lula-Bolsonaro. Isso até Sergio Moro aparecer na quadra da escola e, com palavras e movimentos muito bem calculados – não esqueceu sequer do apoio de um fonoaudiólogo para corrigir a fala atropelada – rapidamente cair no samba e ganhar aplausos das arquibancadas
.
Se uma ala da esquerda moderada não aceita Lula mas igualmente não admite Bolsonaro, o ideal era que seus líderes construíssem uma alternativa. Mas ninguém se mexeu, pelo contrário, preponderou o protagonismo egoísta dos candidatos conhecidos, que se lançam na condição autônoma de cabeças-de-chapa, como se de fato tivessem qualquer chance na disputa, o que não é verdade para nenhum deles.
Até porque, além de Lula, nenhum outro candidato tem voo próprio. As pesquisas revelam uma distância abissal entre qualquer um deles e os dois protagonistas da polarização. Ou alguém acredita nas chances de um Ciro Gomes – queimado por todos os lados? De um João Doria – que chega ao campo de batalha com as armas tucanas em frangalhos? De um Rodrigo Pacheco – que o pipoqueiro ali da esquina não sabe de quem se trata? De um Alessandro Vieira – igualmente neófito demais para uma pretensão tão alta? Ou de uma Simone Tebet – que desempenhou um papel exponencial na CPI da Covid, mas ainda sem estofo para calçar as chuteiras e encarar os adversários em pé de igualdade, ainda mais com o preconceito arraigado contra a presença de mulheres em postos de comando no Brasil?
Nenhum comentário:
Postar um comentário