A CPI das Fake News é um movimento reacionário contra a liberdade de
expressão. Nasceu para tentar sufocar a consciência democrática que
brotou da internet e das redes sociais. Finge combater o Gabinete do
Ódio, uma entidade imaginária criada por mentes decrépitas e frustradas
interessadas em sobreviver de um fetiche chamado antibolsonarismo – algo
mais estúpido e indigente do que um bolsonarismo, real ou fantasioso,
jamais conseguiria ser.
Irmã gêmea de um inquérito obscuro criado pelo STF, a CPI das Fake
News é só uma das pontas aparentes de um fenômeno de mendicância
intelectual e moral. O que fazer se você é inseguro das suas virtudes?
Simples: aponte o dedo para alguém. Acuse. Ou simplesmente formule um
estigma voador e saia atirando nele com sua bateria antiaérea de
plástico. Pou-pou-pou. Depois faz sinal de arminha para sua claque. Você
é um antifa digital – designação moderna para o que antigamente se
chamava alma penada.
Bolsonaro, Bolsonaros e bolsonarismos vão passar, mas a praga do
antibolsonarismo masturbatório não tem cura. Todas essas almas penadas
que encontraram uma razão de viver brandindo suas arminhas pou-pou-pou
contra os seus próprios fetiches fascistoides ficarão penando para
sempre – boiando na sua piscina seca de virtudes virtuais. Vocês são a
apoteose do autoengano.
Governos são ruins – porque cumprem a missão de alcançar expectativas
inalcançáveis. São os eternos derrotados pela utopia do bem comum. Mas
pior do que os governos são os governados que os usam para explicar seus
próprios fracassos. Que descobriram a magia idiota de culpar um ente
superior por tudo aquilo que não conseguem ser. Nesse processo de
neurose anestésica, quanto pior você conseguir dizer que o seu senhor é,
melhor você se sentirá – desde que não seja obrigado ao cruel ritual de
se olhar no espelho.
Liberto desse perigo, o que vier é lucro – e quanto mais escroto for o seu senhor, mais belo será você. Pou-pou-pou!
A rigor, não interessa propriamente quem é o seu senhor. Interessa o
quanto você pode caricaturá-lo. Como fazer se você está livre,
absolutamente livre, mas é um escravo mental e precisa justificar a sua
claudicante existência? Fácil: acuse o seu senhor de aprisioná-lo.
Ninguém verá as amarras – que não existem – mas se você for eficiente na
simulação de um senhor escravocrata poderá até conquistar a condição de
vítima por dedução.
Seus pares, que estão na mesma miséria espiritual que você, chegarão a
ter quase certeza de estar enxergando as amarras que te impedem de
desenvolver a capacidade que você não tem. E vão sair por aí jurando –
com o alívio caudaloso de todo covarde remediado – ter visto as amarras
imaginárias que te impedem de se tornar o ser que você não é.
A vida de um idiota é a explicação suficiente que ele pode dar ao
idiota mais próximo – dando graças aos céus pelo fato de que saciar a
idiotice é como transbordar uma casca de noz. É nóis. Pou-pou-pou.
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