Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

07 junho 2013

"ARGENTINIZAÇÃO DOS INDICADORES ECONÔMICOS BRASILEIROS, CONSTATA MINISTRO RELATOR DO TCU

O papel do TCU, por José Dirceu

 
O último relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) relativo às contas do segundo ano da administração da presidenta, Dilma Rousseff, evidencia a crescente politização deste órgão, capturado por setores interessados em utilizá-lo como instrumento para fazer oposição ao governo federal.
Após aprovar as contas de 2012, com ressalvas e recomendações, o relator do tribunal, ministro José Jorge, fez fortes críticas à contabilidade governamental para a composição do superávit primário no final do ano passado.
A questão, já amplamente reverberada pela grande mídia como uma "manobra casuística" do governo para atingir sua meta fiscal, foi apontada pelo relator como sinal de "argentinização" dos indicadores econômicos brasileiros.
A insinuação de que houve "maquiagem" nas contas do governo deixa claro o viés ideológico das avaliações.
Ora, as contas do governo são transparentes, amplamente divulgadas, então qual o sentido de se fazer uma afirmação como essa, senão o de lançar dúvidas sobre algo que o próprio órgão, mesmo com as ressalvas, aprovou?
O sentido é promover um embate político, o que fica patente não apenas neste episódio, mas em muitos outros.

José Jorge, Ministro do TCU. Foto: Antonio Cruz / ABr

É importante ressaltar que o TCU é um órgão cuja relevância institucional é inquestionável, fundamental para assegurar o controle das contas públicas, e instrumento insubstituível na verificação do retorno social dos empreendimentos governamentais.
Porém, na prática, percebe-se que o TCU vem extrapolando suas competências, as quais estão claramente definidas no artigo 71 da nossa Constituição.
Encarregado de verificar a destinação correta dos valores empregados na execução de políticas públicas, contratos administrativos, convênios e quaisquer outros repasses, o TCU hoje se imiscui de tal forma nas questões do Estado, que contraria sua legítima função de contribuir para o bom desempenho dos órgãos públicos gestores, emperrando a máquina estatal e gerando grande insegurança jurídica.
Sua interferência, mais do que garantir a transparência do uso do dinheiro público, verificando se foram ou não cumpridos os procedimentos estabelecidos em lei ou regulamento, gera entraves que burocratizam e, muitas vezes, paralisam obras, projetos e processos imperativos para o desenvolvimento econômico e social do país.

Leia a íntegra em O papel do TCU

José Dirceu, 67, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT.

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