Jornalista Jarbas Cordeiro de Campos

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Jornalista formado pela FAFI-BH,especializado em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela ESPMG. "O Tribunal Supremo dos EUA decidiu que "só uma imprensa livre e sem amarras pode expôr eficazmente as mentiras de um governo." Nós concordamos."

23 fevereiro 2008

O FUTURO DO BRASIL PRÉ-COLOMBIANO


"Nota (14.10.2006): O artigo abaixo foi escrito antes de 23 de fevereiro de 2002, dia em que Ingrid Betancourt foi seqüestrada quando seu avião sobrevoava a Colômbia. Ela se encontra presa até hoje em poder dos guerrilheiros da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). "

O Brasil vê hoje seu Senado envergonhado, atolado na enxurrada de sujeira que vem a público. O povo acompanha pasmo a novela de confissões, choros arrependidos, versões cínicas e acareações. Dificilmente este momento nacional não irá repercutir sobre o futuro político brasileiro. Esperamos que, depois disso, a safra de Barbalhos e ACM saia da cena política nacional. Perplexos, nos perguntamos: Se presidentes do Senado e líderes do partido do governo estão envolvidos em maracutaias, o que não será perpetrado por deputados e senadores que vivem na sombra de seus cargos, armando golpes e traficando interesses para seus padrinhos? Neste Brasil de instituições políticas apodrecidas, a ameaça do traficante Fernandinho Beira-Mar (recentemente preso na Colômbia) de fornecer uma lista de políticos ligados à droga, pode trazer mais sustos à nossa frágil democracia.

Mas foi lá mesmo, na Colômbia, que a combinação tráfico de drogas e corrupção levou o país a situações extremas de deterioração da democracia. Na Colômbia, o capital que controla o poder corrompendo políticos, não vem de grandes grupos monopolistas interessados em manter o controle sobre setores da economia, como é o caso do Brasil. Lá, são os cartéis da droga, que movimentam bilhões de dólares, que, literalmente compram deputados, senadores e ... presidentes da república. "...

22 fevereiro 2008

ARREPENDIDOS, O CARRUPTO E O CORRUPTOR

" O que a retratação não muda

Dois anos depois de acusar o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de receber R$ 50 mil mensais da empreiteira Leão Leão, que fazia a coleta de lixo em Ribeirão Preto, quando ele ocupava pela segunda vez a prefeitura da cidade, entre 2000 e 2002, o seu ex-secretário de Governo Rogério Tadeu Buratti deu o dito pelo não dito - ou melhor, disse que mentiu.
Como revelou na edição de quarta-feira deste jornal o repórter Fausto Macedo, em 28 de junho de 2007 Buratti registrou em um tabelionato de São Paulo uma declaração extrajudicial renegando tudo que afirmara em agosto de 2005, primeiro à Polícia Civil e ao Ministério Publico, logo em seguida à CPI dos Bingos, como testemunha-chave nas investigações sobre as denúncias contra seu antigo chefe.
A denúncia contra Palocci foi encaminhada ao STF, em razão do foro privilegiado a que tem direito como deputado federal.O Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público, que apura casos de corrupção, estima que, nas duas gestões Palocci, o município paulista foi garfado em R$ 30 milhões em pagamentos por serviços não executados ou superfaturados pela Leão Leão.
Em contrapartida, a empresa - da qual Buratti viria a ser vice-presidente - pagava o referido pedágio mensal que o então secretário de Finanças, Ralf Barquete (já falecido), e o prefeito repassavam ao PT - como o acusador salientou, à guisa de atenuante para seu antigo chefe. Não tivesse Buratti se transformado em desafeto de Palocci - ao que tudo indica por motivos que não seria apropriado detalhar -, permaneceria oculto mais esse esquema armado pelo partido que outrora se fazia passar por ético, para acumular “recursos não-contabilizados” que pavimentariam o seu caminho para a Presidência da República. Do mesmo modo, não fosse a zanga do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, que ameaçou denunciar quem estava se apropriando das propinas para a caixa do PT de concessionárias locais de serviços públicos, ao descobrir que o produto da extorsão vinha sendo privatizado, tampouco viria à tona mais um exemplo inequívoco do jeito petista de governar, antes ainda de irromper o escândalo-síntese do mensalão. E Celso Daniel teria continuado vivo para assumir, como programado, a coordenação do programa do candidato presidencial Lula da Silva, em 2002 - o que, por ironia do destino, tocou afinal ao companheiro Palocci.
Só a partir dos depoimentos incriminadores de Buratti foi possível tomar conhecimento da dupla personalidade do acusado: uma, a do administrador estelar da economia nacional, fiador da presidência Lula junto aos interlocutores do País; outra, a do disciplinado praticante do escabroso sistema de arrecadação de fundos do partido que iria “mudar tudo isso que está aí”.À luz dessas evidências, a retratação do empresário que havia assentido à delação premiada só pode ser uma farsa ou uma capitulação. “Ou eles (Buratti e Palocci) se compuseram, ou ele (Buratti) está sendo coagido”, especula o delegado Antonio Valencise, que em 2005 indiciou o ex-prefeito no inquérito sobre a sujeira com o lixo de Ribeirão Preto. Em qualquer hipótese, raciocina, “é uma verdadeira falcatrua”. No desmentido, Buratti invoca um suposto “estado de coação”. Ele teria concordado com as “exigências” do Ministério Público e da polícia, depois de ter sido “desmoralizado diante dos filhos e familiares”, e por estar preocupado com a saúde da mãe. E teria sido acometido de pânico ao depor à CPI, “temendo nova prisão diante das câmaras de televisão que transmitiam o evento para todo o País”.
Agora, descoberta a retratação, recorre a outro argumento: não pode provar o que afirmara sobre a mensalidade de R$ 50 mil da Leão Leão, pois “é uma história que passa por uma pessoa (o ex-secretário Barquete) que está morta”. Soa mais verossímil o trecho de sua inquirição no Congresso em que declara que, ao denunciar Palocci, viveu o “maior conflito” de sua vida. Não porque estivesse dividido entre falar a verdade e ir para a cadeia ou caluniar um inocente para ser deixado em paz. Mas porque o acusado - “um homem íntegro e correto” - “tinha uma trajetória ligada ao partido”. Esse é o drama: no PT, o que não falta são pessoas de bem que se dispõem a fazer o mal para ajudar o partido. "
Fonte: Jornal do Estadão, de hoje.

20 fevereiro 2008

LIBERDADE AINDA QUE TARDIA PARA CUBA

Para Cuba, Brasil pode ser alternativa à Venezuela, diz jornal
Na opinião de integrantes da cúpula do governo brasileiro, Raúl deseja empenho de Lula para tentar convencer os Estados Unidos a pôr fim ao bloqueio econômico que teve início em 1962. Num cenário de transição mais rápida do que a atual, Lula avalia que os empresários brasileiros deveriam acelerar planos de investimento em Cuba. O brasileiro pretende estimular esses empreendimentos.
Triangulação
Nas palavras de um ministro, o Brasil é um dos poucos países do mundo capazes de dialogar com o regime cubano, Chávez e o governo norte-americano. Logo, poderá ser mais útil do que Chávez, líder em conflito com os Estados Unidos e com a Colômbia. Na disputa com a Venezuela pela liderança na América Latina, interessaria ao Brasil socorrer Cuba no cenário pós-Fidel.
Na reunião com Lula, Raúl elogiou o presidente da Venezuela, dizendo que ele tem sido um bom parceiro. Raúl destacou que Chávez ajudara Cuba num momento de enfrentamento duro com a gestão do republicano George W. Bush, no poder em Washington desde janeiro de 2001.Segundo apurou a Folha, Raúl, mais moderado na economia e na política do que Fidel, vê em Lula uma forma de se descolar um pouco de Chávez sem melindrar o venezuelano. Afinal, são antigos e fortes os laços de amizade de Lula e do PT com Fidel e Cuba.
Com a saída de cena de Fidel, Raúl deverá fazer acenos para a comunidade internacional, disseram à Folha auxiliares de Lula que acompanharam o brasileiro em Havana. Lula disse a Raúl que avanços econômicos deveriam ser acompanhados de maior abertura política. Para o petista, Raúl deveria fazer um gesto na área de direitos humanos (prisioneiros políticos) para demonstrar que deseja uma transição de verdade e não somente replicar o modelo chinês (abertura na economia e mão-de-ferro na política).
Impressões lulistas
Apesar de amigo de Lula, Fidel alfinetou o petista nos últimos anos em questões como os biocombustíveis e a boa relação com Bush. Chávez fez dobradinha com Fidel em algumas críticas.
A recomposição da relação com Fidel foi um dos objetivos da recente viagem de Lula à ilha. O encontro deles durou mais de duas horas. Fidel recebeu Lula de pé, o que surpreendeu o petista. Lula esperava encontrar um líder mais alquebrado, mas o achou lúcido e com boa memória. E revelou a auxiliares que Fidel lhe dera a entender que não voltaria ao poder.Lula também se surpreendeu com o bom humor de Raúl. Julgou o irmão de Fidel mais confiante do que em outros encontros que tiveram. O presidente brasileiro crê que Raúl se consolidou como o sucessor do irmão, de quem era uma sombra.

13 fevereiro 2008

ROBERTO "BOMBA" JEFFERSON

O ex-deputado Roberto Jefferson recusou proposta do juiz Marcelo Granado de optar pela delação premiada.
- "Delação é coisa de vagabundo" - justificou o ex-deputado, depois do depoimento.

" Ele - o presidente da Republica - não sabia, mas eu preciso que ele confirme que eu contei a ele em janeiro de 2005 e em março. É isso que eu preciso do presidente: que ele confirme a informação que eu passei a ele "

"Eu preciso do depoimento dele - disse Jefferson, na chegada à Justiça. - Não é para criar nenhum embaraço para o presidente. Ele soube por mim do mensalão. Ele não sabia, mas eu preciso que ele confirme que eu contei a ele em janeiro de 2005 e em março. É isso que eu preciso do presidente: que ele confirme a informação que eu passei a ele - completou. "

" O que se ouvia no cafezinho, nos fundos do Congresso, era um escândalo ".